tag:blogger.com,1999:blog-5594179.post1761053606216947611..comments2024-03-23T10:40:05.456-03:00Comments on Rádio Base: Dono de um vozeirão, tinha sempre um livro na mãoMarco Antonio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/01653748480356534370noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-5594179.post-40249298103097035182010-03-17T18:59:30.346-03:002010-03-17T18:59:30.346-03:00A volta dos obituários da Folha se baseia, sem dúv...A volta dos obituários da Folha se baseia, sem dúvida, nos obituários do New York Times, sucesso absoluto há muitos anos. Tratando a morte com base na dimensão de quem deixou sua marca entre nós, o jornal presta, no fundo, um tributo à própria vida. O amigo radialista e companheiro de trabalho Ciro Cesar, ao receber essa honraria, dignifica ainda mais o rádio, que defendeu em vida com extremo profissionalismo. Restam poucos como Ciro. Novos talentos rareiam cada vez mais. Quando surge algum, infelizmente, usa o rádio como ponte para chegar à deusa das vitrines, a televisão. Rádio é, essencialmente, emoção - refratário, portanto, aos amores passageiros. E de flerte em flerte, o rádio vai ficando em segundo plano. Por consequência, o ouvinte acaba sem ídolos. O rádio sempre usou a força da imaginação para cativar e Ciro Cesar foi especialista nesse mister. Não era preciso muita imaginação, ou sensibilidade, para notar que estávamos diante de um profissional diferenciado. Dono de voz singular, era pessoa simples, chegava a ser tímido. Não gostava de elogios. Menos por considerá-los truquezinhos de oportunistas, que usam palavras fáceis para alcançar objetivos pessoais (e sabemos o quanto se usa esse expediente), mais pelo fato de não saber lidar com palavras elogiosas. Mas que isso não deixe a impressão de que Ciro tinha vergonha do fazia, pelo contrário. Ciro Cesar carregava nas veias o sangue que contamina para sempre os verdadeiros profissionais do rádio: o sangue que flui somente nas veias dos apaixonados pela profissão. Ciro foi assim. Até o fim.Flávio Guimarãesnoreply@blogger.com