segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O eterno "dilema" da Rádio Estadão com a sua programação esportiva

O apresentador e comentarista esportivo Neto, da Band (Foto: Divulgação)

Esta talvez seja a principal notícia de hoje no meio Rádio. Cá entre  nós, era de se esperar que este caso tivesse este desfecho. Leia a nota do colunista Flávio Ricco e eu comento a seguir.


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Dono da Band não deixa Neto trabalhar em rádio concorrente

A proposta de montar uma nova equipe esportiva na Estadão FM, em São Paulo, não foi em frente. 


E não foi em frente porque o dono da Bandeirantes, Johnny Saad, não permitiu que o Neto, que estava liderando os trabalhos, trabalhasse em outro lugar, no caso uma rádio, embora ele só tenha vínculo com a TV.

É de se lamentar a atitude do Johnny, num momento em que o rádio como um todo - ainda que a emissora seja uma entre as suas muitas empresas - precisa tanto de pessoas dispostas a investir. De se lamentar também porque já tinham quatro cotas acertadas e oito pessoas praticamente contratadas para integrar a equipe. A Bandeirantes tem por norma não permitir que os seus contratados assumam outros trabalhos fora de lá. O apresentador José Luís Datena, num passado recente, foi convidado para apresentar um talk show na Fox, canal fechado. A Band não deixou. (Da Coluna de Flávio Ricco, no Uol)


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Não se tem a certeza de que a criação de uma equipe de esportes pelo ex-jogador @10Neto seria bem sucedida. Desconheço que o atleta tenha se lançado em empreendimento parecido em outra emissora de rádio. Levando em conta que o apresentador tem um estilo totalmente diverso do jornalismo apresentado pelas emissoras do Grupo Estado, não creio que desse certo, pelo menos à primeira vista. Poderia atrair um determinado tipo de audiência mais afeita ao futebol e espantar a atual, tida como mais "elitizada". 

De qualquer maneira, a @RadioEstadão sai perdendo pois o início da nova programação esportiva poderia "alavancar" a audiência tão diminuta da estação, uma das últimas do ranking. Além do mais, o grupo Band domina o mercado de rádio em São Paulo. Não faria sentido - na visão da empresa, creio eu - que um de seus principais colaboradores ajudasse uma de suas concorrentes diretas de forma tão substantiva. Isso parece ser norma do grupo comandado por Johnny Saad. Alguns anos atrás, o apresentador Diguinho Coruja, da Band FM, diz ter sido demitido depois que a emissora tomara conhecimento de que ele fechara contrato com o SBT para ser co-apresentador do talk show de Danilo Gentile. 

A Rádio Estadão não tem dado muita sorte quando tenta entrar na área do jornalismo esportivo desde 1992 quando montou uma pequena equipe para tentar acompanhar o campeonato paulista. Quase 20 anos depois, associou-se da forma que pode com o canal de esportes ESPN. A parceria rendeu bons frutos para a ESPN. Entretanto o ônus ficara si, que contava com o acordo para tentar se salvar comercialmente. Talvez fosse a hora das emissoras do grupo Estado voltarem à sua vocação original, traçada por João Lara Mesquita, ainda nos anos 80: cobrir esportes pouco difundidos no Brasil, fugindo da "monocultura do futebol", que domina o jornalismo esportivo no rádio de um modo geral. Para uma rádio que tenta bravamente sobreviver no mercado, vale muito a pena se pensar nisso.

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