sábado, 25 de julho de 2015

Saiba como a concorrência "passou a perna" na Jovem Pan

A banda Aliados, que se apresentou ao vivo, no programa "Estúdio ao Vivo", da Rede Transamérica Pop, em São Paulo, na tarde de hoje, dia 22: emissora aposta nos nomes promissores do segmento pop rock nacional (Foto: Reprodução/ Facebook Transamérica Pop)

Seguramente, o mercado radiofônico da área metropolitana de São Paulo é o mais competitivo do país. Se a emissora não tiver um bom esquema comercial, uma boa estrutura técnica e, principalmente, uma boa estratégia de programação, pode perder muito espaço para o concorrente. Se levarmos em consideração que as sedes das principais redes de rádio nacionais estão na capital paulista, as proporções da "tragédia" podem ser maiores ainda.


Neste fim de mês de julho, a Jovem Pan resolveu dar "férias coletivas" aos apresentadores e à produção de algumas de suas principais atrações: "Morning Show" e "Pânico". Quero crer que tenha sido por questões administrativas tal decisão - é bom lembrar que os "Os Pingos nos Is" também iria entrar em recesso, mas a direção desistiu na última hora. Entretanto, para o ouvinte ficou uma lacuna em sua audição diária. Este fatou criou uma ótima oportunidade para a concorrência - Bandeirantes e Transamérica - avançarem sobre a audiência "órfã" da emissora da família Amaral de Carvalho.

A Rádio Bandeirantes, por exemplo, viu a oportunidade de incrementar o seu "Manhã Bandeirantes", agora sob o comando de Marcelo Duarte e Taís Freitas. A emissora do Morumbi tenta renovar o seu decano programa, dando a ela uma pegada mais "pop", a fim de agradar uma audiência mais jovem, público-alvo do "Morning Show", líder de audiência no horário e precursor deste estilo de programa no Brasil.

Já a Rede Transamérica foi mais longe: escalou o quarteto de apresentadores do "Transalouca 4.0" - concorrente direto do Pânico para comandar uma nova versão do esporádico "Estúdio ao Vivo Transamérica", sucesso da emissora em décadas anteriores. A tração reuniu cinco dos mais promissores grupos de pop rock brasileiros da atualidade para fazer uma performance ao vivo, via satélite para todo o país, em som digital, em um dos mais renomados estúdios de gravação da América Latina, que fica anexo à emissora na zona oeste de São Paulo. 

Pode-se dizer que foi um petardo que atingiu a mais famosa atração da Jovem Pan FM. Além de roubar a atenção de boa parte da audiência da "arquiinimiga", a Rede Transamérica Pop trabalha com um estilo cada vez mais presente em sua programação musical e que há muito fora abandonada pela Pan: o pop rock nacional. Não é exagero dizer que a emissora da Lapa está aos poucos formando um repertório próprio com estes artistas - o que em termos de mercado é sempre salutar - ao passo que a emissora comandada por Tutinha dá pouca importância ao gosto do público que curte esse gênero. 

Seria um erro de estratégia? Talvez, não. Há anos a Jovem Pan bem tentando implantar a programação jornalística em sua estação de frequência modulada. O problema é que a Rede Jovem Pan FM,  mais do que suas concorrentes diretas, Transamérica Pop e Mix - ainda é a grande referência no mercado musical jovem brasileiro. O grande desafio de Tutinha, que agora comanda a Jovem Pan AM (jornalística) e FM (musical) é como se tornar um grande "player" do mercado nacional da primeira, sem perder a liderança e o prestígio da segunda. 
Em entrevista recente, Tutinha disse que o mercado do rádio "musical" já não é mais tão atraente como antes. Mesmo assim, duvido muito que ele entregue de "bandeja" , um segmento do mercado que a Jovem Pan demorou quase 4 décadas para formar. 

De qualquer maneira, ponto para as suas concorrentes, que estão sabendo aproveitar esse "vácuo de audiência" da Pan, colocando no ar programas de qualidade. O ouvinte de rádio agradece.

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