sexta-feira, 25 de julho de 2014

Verônica Ferriani revela sua faceta de compositora no Cultura Livre



No programa Cultura Livre deste sábado (26/7), a partir das 18h, na TV Cultura, a cantora e compositora Verônica Ferriani apresenta faixas de seu segundo álbum solo, Porque a boca fala daquilo que o coração tá cheio, que traz unicamente obras de sua autoria. Considerada um dos destaques de sua geração, Verônica possui em seu currículo trabalhos individuais e projetos ao lado do violinista Chico Saraiva e da banda Gafieira São Paulo.

A cantora interpreta as canções Ele não volta mais, De boca cheia, Lábia Palavra e Era preciso saber. Verônica também indica o LP Recomeço na seção Vitrola, trabalho desenvolvido pelo sambista Henricão em 1980. O programa deste sábado ainda destaca o dueto formado pela cantora Alessandra Leão e pelo violonista Rafa Barreto, que vem apresentando um show baseado nos discos lançados por Alceu Valença nos anos 70.

Comandado por Roberta Martinelli, o Cultura Livre recebe, a cada edição, um músico ou grupo convidado para falar a respeito de sua carreira e mostrar algumas de suas composições. A interação com o público é um destaque da atração. Por meio das redes sociais e de um chat-line, os telespectadores podem enviar suas perguntas e comentários aos artistas.

Serviço:
Cultura Livre
Apresentação: Roberta Martinelli
Na TV Cultura: sábado, às 18h.
Na Rádio Cultura Brasil: de segunda a sábado, das 14h às 15h

Ator que interpreta Cazuza é destaque do Metrópolis


Em cartaz como protagonista do musical Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz, Emilio Dantas é o convidado especial do Metrópolis deste domingo (27/7). Ele vem ao estúdio do programa dar detalhes da produção e contar como se preparou para encarnar o músico. Além disso, se apresenta à frente da banda de apoio do espetáculo entoando clássicos como Exagerado e Brasil. A edição vai ao ar às 20h, na TV Cultura.

Escrita por Aloísio de Abreu, o espetáculo coloca em primeiro plano as letras e a poesia de Cazuza, com ênfase a momentos-chave de sua trajetória como a descoberta do teatro e do rock, a formação do Barão Vermelho, o sucesso, o estrelato solo, as brigas, a descoberta da doença e a urgência poética no final de suas forças.

O musical reúne canções famosas, além de composições que Cazuza nunca chegou a gravar, como Malandragem, Poema e Mais Feliz. Está em cartaz no Teatro Procópio Ferreira desde 18 de julho. A temporada em São Paulo está prevista para terminar em 26 de outubro.

Fechamento de teatros - Também entra na pauta da edição dominical do Metrópolis um debate sobre o fechamento de pequenos teatros em São Paulo por conta da especulação imobiliária, e a dificuldade que os proprietários enfrentam para manter seus espaços. O convidado da discussão é o promotor Maurício Lima.

Rubem Alves é homenageado no Provocações



O Provocações da próxima terça-feira (29/7) presta uma homenagem ao educador Rubem Alves, que faleceu no último dia 19. Em entrevista concedida a Antônio Abujamra em maio de 2011, o teólogo, psicanalista e escritor critica o sistema de ensino aplicado nas escolas, defende uma educação que favoreça o desenvolvimento da criança e comenta sobre o período em que foi pastor da Igreja Presbiteriana. O programa vai ao ar às 23h30, na TV Cultura.

A Educação que, nas palavras de Abujamra, anda tão “machucada”, foi o norte do trabalho de Rubem em vida. “Eu sou educador não por dar aula, eu sou educador por escrever”, disse ele. Responsável por publicações de crônicas, contos e ensaios voltados para o público infanto-juvenil, Rubem deixa claro que seu maior interesse está nas pessoas, porque são elas que buscam pela aquisição de conhecimento e, por isso, podem ser educadas.

Essa é a razão pela qual considera frustrante o sistema de ensino empregado nas escolas. “Os nossos programas seguem o modelo da linha de montagem: todos querem aprender a mesma coisa, no mesmo momento, na mesma velocidade”, comenta Rubem, cuja crítica é dirigida às grades curriculares: “A maioria das pessoas simplesmente aceita a grade curricular e os professores tem que dar o programa, mas muitos não se perguntam qual é a sua finalidade”. Uma solução proposta pelo escritor está na construção de um currículo que favoreça os talentos da criança, de modo que ela aprenda aquilo que lhe será útil na prática. “A criança é o centro do mundo do ponto de vista educacional”, explica.

Além de educador, Rubem Alves foi pastor da Igreja Presbiteriana. Sobre sua experiência na instituição religiosa, é bem categórico ao questionar certos comportamentos defendidos pelas igrejas, como o celibato. “Ela [a Igreja Católica] não muda. E esse é um dos problemas dela, essa dificuldade de aceitar que não foi perfeita, e que, portanto, pode mudar.”

Ariano Suassuna é homenageado no SescTV


O poeta, dramaturgo e romancista Ariano Suassuna, morto nessa quarta (23) aos 87 anos, é homenageado no SescTV com exibições de três programas. Neste sábado, 26/07, a série O Mundo da Literatura apresenta entrevista com Suassuna às 15h30 e às 23h30, e a série Autor por Autor traz a história e obra do escritor contada por ele, às 17h e às 20h. No domingo, 27/07, às 11h e às 18h, a série Dança Contemporânea expõe a coreografia Castanho Sua Cor, encenada pelo Grupo Grial. O espetáculo é inspirado no Movimento Armorial - idealizado por Suassuna na década de 1970. No programa da série O Mundo da Literatura, dirigida por Ricardo Soares, o escritor discorre sobre curiosidades de sua vida e obra. De Ibsen à Garcia Lorca, ele revela suas influências inglesas e latinas e como tudo isso ajudou a compor seu legado.
 
No episódio da série Autor por Autor, Suassuna fala, entre outros temas, sobre sua paixão pela leitura, principalmente a de aventura; o motivo do povo brasileiro entender seu teatro; e o início como escritor fazendo poesia. A atração é permeada por encenações dos atores Gero Camilo, no papel do escritor; Vanessa Giácomo (atriz cedida pela Rede Globo), que faz a Moça Caetana; Flávio Rocha, que se divide entre os personagens João Grilo, Rei e Corregedor; e Fernando Sampaio, que interpreta o Palhaço e Chico.
 
Concebida pelo jornalista Paulo Markun, a série Autor por Autor é uma coprodução do SescTV com a TV Cultura, e traça perfis de importantes personalidades da literatura brasileira contemporânea. A direção geral é de Ricardo Elias e consultoria literária de Manuel da Costa Pinto.
 
Na série Dança Contemporânea, dirigida por Antonio Carlos Rebesco, o escritor é lembrado na coreografia Castanho Sua Cor criada pela coreógrafa e bailarina Maria Paula Costa Rêgo. Encenado pelo Grupo Grial de Dança, o espetáculo produz arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste. A dança é inspirada no Movimento Armorial idealizado por Suassuna com o objetivo de encerrar a trilogia A Parte que os Cabe, que aprofunda a reflexão sobre a identidade cultural brasileira. A trilogia trata da representação dos povos na construção do Brasil de hoje.
 
Relevante pensador da cultura popular brasileira, Suassuna escreveu entre outras obras, as peças O Auto da Compadecida (1955), que o consagrou no território nacional, e O Santo e a Porca (1957) e o livro Romance d’a Pedra do Reino, adaptado para o teatro em 2006, por Antunes Filho.
 
 
SERVIÇO:
 
O Mundo da Literatura
Dias/horários: 26/07, às 15h30 e às 23h30; 27/07, às 13h30 e às 22h30.
Classificação Indicativa: Livre
Direção: Ricardo Soares
 
Autor por Autor
Ariano Suassuna
Dias/horários: 26/07, às 17h e às 20h; e 27/07, às 16h e às 19h.
Classificação Indicativa:10 anos
Concepção: Paulo Markun
Coprodução: SescTV e TV Cultura
Direção geral:Ricardo Elias
Consultoria Literária:Manuel da Costa Pinto
 
Dança Contemporânea
Castanho sua Cor, com Grupo Grial de Dança
Dias/horários: 27/07, às 11h e às 18h
Classificação Indicativa:Livre
Direção: Antonio Carlos Rebesco
   
Para sintonizar o SescTV:
 
Canal 138, da Oi TV
Ou consulte sua operadora
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Clássicos exibe concerto do Festival de Campos do Jordão



Neste sábado (26/7), às 21h, o programa Clássicos, da TV Cultura, leva ao ar uma atração do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, gravada no último dia 20, na Sala São Paulo. Sob regência de Marin Alsop, a Orquestra do Festival interpreta obras de Anna Clyne, Rachmaninov e Shostakovich.

A Orquestra do Festival é formada por alunos e professores que integram cada edição do evento, o que a distingue por reunir ótimos músicos, entre jovens estudantes e profissionais destacados. Da jovem inglesa Anna Clyne, compositora residente da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) nesta temporada, a orquestra interpreta Masquerade. Em seguida, a Rapsódia sobre um tema de Paganini, uma das mais conhecidas obras de Rachmaninov, com a participação do pianista russo-israelense Boris Giltburg. O programa se encerra com outro compositor russo: Shostakovich, de quem a Orquestra do Festival interpreta a Sinfonia n.5. A TV Cultura é a única emissora que transmite, com exclusividade, concertos do Festival de Inverno de Campos do Jordão.

TV Cultura e o Festival de Campos do Jordão - Na história do Festival de Inverno de Campos do Jordão, a participação e o apoio da TV Cultura e da Cultura FM encontram-se entre as mais destacadas. Há muitos anos, as emissoras cobrem com exclusividade os eventos do Festival. Ambas estiveram no evento desde as primeiras edições, na década de 1970, gravando e transmitindo concertos ou ainda divulgando o que lá acontecia em seus programas jornalísticos.

Esta parceria se estende até os dias de hoje: tradicionalmente, rádio e TV transmitem ao vivo o concerto de abertura. Além disso, outras apresentações integram a programação do Clássicos. Em 2014, além do concerto de abertura, a TV Cultura leva ao ar outras três atrações do Festival, poucos dias após sua realização.

Serviço
Clássicos – TV Cultura
Sábado, 26 de julho de 2014, às 21h30
45º Festival de Campos do Jordão: Orquestra do Festival regida por Marin Alsop. Solista: Boris Giltburg (soprano).
Programa: Anna Clyne – Masquerade / Rachmaninov – Rapsódia sobre um tema de Paganini / Shostakovich – Sinfonia n.5

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Podcast Rota 77 traz disco do Periferia S/A ao vivo


O programa Rota 77, o podcast mais antigo do Brasil, traz esta semana, entre outras novidades, o CD "Fé + Fé = Fezes" da banda punk paulista Periferia S/A, lançado este ano, por um selo independente, e mais duas músicas novas da nova formação do tradicional grupo Garotos Podres. Confira o set list.

Preview: 
Garotos Podres - Impropriedades
Garotos Podres - Peso nos Culhões

Playlist
01 - Periferia SA - Pindorama Pindaíba (1:59)
02 - Perifeira SA - Urbanoia (1:46)
03 - Periferia SA - Fé + Fé = Fezes (1:08)
04 - Periferia SA - Problema de Ninguém (2:31)
05 - Periferia SA - 12xus (1:32)
06 - Periferia SA - Recomeçar (ao vivo) (3:06)
07 - Periferia SA - Eles (ao vivo) (1:59)
08 - Periferia SA - Farsa do Entretenimento (2:31)
09 - Periferia SA - Segunda Feira (1:40)
10 - Periferia SA - Oprimido (1:47)
11 - Periferia SA - Carestia (1:10)
12 - Periferia SA - Parasita (1:22)
13 - Periferia SA - Padre Multimídia (3:30)
14 - Periferia SA - Devemos Protestar (2:18)
15 - Irmã Thalita - Sos Ai Ai ai (2:56)
16 - Katástrofe - Suas Leis (2:33)
17 - Sociedade Sem Hino - Trincheira Final (2:55)
18 - Mollotov Atack - Resistência (2:28)
19 - Juventude Maldita - Nós vamos resistir (3:35)
20 - Sobreviventes do Kaos - Analfabetos (1:41)
21 - Sobreviventes do Kaos - Multinacionais (1:47)
22 - Sobreviventes do Kaos - Vende-sel (1:57)
23 - Sobreviventes do Kaos - Vidas Secas (1:58)
24 - Garra Vazia - Meio Marmitex (1:05)
25 - Detrito Federal - Alienação e Repressão (1:31)

Gravado em 22 de julho de 2014 no Studio Gumma


Acesse a página e ouça o programa, clicando na figura abaixo


Um grande abraço.
Equipe Rota 77.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Trio Boogarins é o destaque do nosso podcast nº 1278

Programa 1278 - 15 de julho de 2014

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Clique no gravador de rolo com o botão esquerdo para ouvir o programa. Para baixar, clique com botão direito e selecione "Salvar como.."
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Set list deste programa:
Suellen Luz - Menina (3:07)
Boogarins - Erre (3:44)
Roberto Riberti - Velho Ateu (3:14)
Andeor - Canção do Tolo (3:24)
Michael Jackson - Love Never Felt So Good (4:04)
Mercenárias - Trashland (2:17)
Acullia - Não Vou Parar (3:12)
Filhos de Inácio - Cidade Maldita (3:29)
Lia Paris - Jeveux (3:06)
Whites Stripes - Seven Nation Army (3:51)
Emerson Boy - Aligato (4:09)
Manifesto HC - Lutador (2:42)
Filipe Riet - Neurotico (3:37)
Hermeto Pascoal - Mestre Radamés (3:31)
Metalurgia - Esperando Edmundo (3:48)
Lokault - Guerra Social (2:36)
Premê - Lua de Mel (3:42)
Blitz - Weekend (3:44)


Edição extra do podcast Rádio Base Urgente traz uma pequena homenagem à cantora Vange Leonel

http://www.programaradiobase.com/mp3/podcast_1278_extra_vange_leonel.mp3

O Podcast 1278 extra traz um microespecial com a cantora Vange Leonel. Clique na foto acima  para ouvir este programa.

Morreu nesta segunda-feira (14) a cantora e escritora Vange Leonel, aos 51 anos. Ela estava internada no Hospital Santa Isabel, em São Paulo. A informação foi confirmada pelo hospital e a família não autorizou a divulgação da causa da morte.

Vange estava internada com câncer de ovário, segundo a "Carta Capital", revista na qual mantinha um blog sobre cervejas. O velório será no Horto da Paz, em Itapecerica da Serra (SP), na terça-feira (15), às 10h. A cerimônia de cremação está marcada para 14h. Maria Evangelina Leonel Gandolfo fez parte da banda de rock Nau, com a qual lançou disco em 1987. Dois anos depois, o grupo acabou. O sucesso veio com a carreira solo, em 1991. A música "Noite preta" fazia parte do disco “Vange” e foi incluída na trilha sonora da novela "Vamp", da TV Globo.

O CD marcou o início da parceria artística com a jornalista Cilmara Bedaque. Ela foi também casada com Vange. Além de escrever livros e ser ativista LGBT, Vange roteirizou a peça “As sereias de Rive Gauche”, baseada em um de seus livros. Publicou ainda “Lésbicas” (1999), “Girls – Garotas iradas” (2001) e “Balada para as meninas perdidas” (2003).

http://www.programaradiobase.com/mp3/podcast_1278_extra_vange_leonel.mp3
(Para ouvir este podcast , basta clicar com o botão esquerdo na fita cassete! Para baixar, botão direito e “Salvar link como”.)

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terça-feira, 8 de julho de 2014

Copa no Brasil mostra os novos desafios da radiodifusão

  
Terminada a fase de quartas de final do mundial de futebol no Brasil, o balanço das emissoras de rádio paulistanas que compraram da FIFA os direitos de transmissão de torneio é desanimador: somente a “Rede Verde Amarela”, formada de pela Rede Bandeirantes de Rádio, Rede Band News FM, rádios Esporte FM e outras emissoras afiliadas, cumpriu integralmente a promessa de transmitir todos os jogos da Copa no Brasil.

Além de “cumprir o que vendera” a seu ouvinte, a Rede Verde Amarela (que até o começo deste ano tinha o nome de Cadeia Verde Amarela) soube coordenar o trabalho das várias equipes formadas nas cidades-sede dos jogos, com profissionais da área esportiva de suas principais emissoras. A coordenação da “cadeia” foi perfeita, inclusive nos horários de conteúdo local em São Paulo. Os “breaks” comerciais entraram e saíram nos horários certos, sem pulos ou solavancos, o conteúdo das informações que eram transmitidas sobre o campeonato foram bem coordenados, sem que houvesse repetição de informações, como costuma acontecer na concorrência. De longe, foi a melhor transmissão dos jogos do mundial até agora.

"Torre de Babel global" – Se sobrou organização e “know how” na cobertura das rádios do Grupo Bandeirantes, parece que faltou diálogo e planejamento nos trabalhos das duas redes do Sistema Globo de Rádio. Se nas  transmissões de Fórmula 1, sempre comandadas pelas Rádio Globo e CBN de São Paulo para todo o país, há uma cobertura muito bem desenhada (a exemplo do que também acontece na Bandeirantes / Band News), a coisa se complica – e muito – quando o assunto é futebol, mesmo quando é feita a cobertura de um só torneio, como a Copa ou o Brasileirão. A começar que cada praça principal das duas redes tem sua equipe de jornalismo esportivo, como é o caso de São Paulo, Rio e Belo Horizonte, ou seja, a transmissão da CBN de São Paulo é diferente de sua irmã paulistana Rádio Globo, que é diferente do da Globo carioca, que pouco compartilha conteúdo com a CBN do Rio, que não “conversa” com sua homônima de São Paulo. Temos aí pelo menos duas emissoras em cada praça transmitindo o seu próprio conteúdo que não é padronizado de forma alguma.

Essa balbúrdia não impede que alguns programas sejam transmitidos em cadeia na Rádio Globo. A sazonal “Futebol de Verdade”, que na edição da última segunda feira mostrava um bate papo entre os ex-jogadores Zico e Juninho Pernambucano, direto da Globo Rio, é também transmitido pela Globo paulista e demais emissoras dessa rede. Já a atração que o sucede, “Aqui é Nossa Casa”, possui versões regionais diferentes no Rio e em São Paulo, inclusive com apresentadores locais.

Nos tempos em que o narrador esportivo José Carlos Araújo comandava o departamento de esportes da Rádio Globo do Rio, o programa “Enquanto a Bola Não Rola”, aos domingos, das 12h às 15h, era não só transmitido para todas as emissoras, como contava com a participação ativa de comentaristas de São Paulo e Belo Horizonte ao vivo. Era um programa genuinamente “de rede”. Com a saída do radialista para a Bradesco Esportes FM, a rede “Rádio Globo Brasil” fora desmantelada – ainda que não contasse efetivamente com a sua participação – sobrando apenas alguns programas do fim da noite e da madrugada sendo transmitidos simultaneamente, sempre a partir da capital fluminense.

Na rede CBN, parte dos programas esportivos recebe um tratamento “nacional”, sendo transmitidos sem problemas para todo o país, a exemplo do que acontece com seus noticiários regulares. Entretanto, na hora da “bola rolando”, dificilmente tem acordo. Essa torre de babel e falta de coerência editorial confunde e irrita o ouvinte, sobretudo o da internet. Isso faz com que ele se afaste da CBN/Globo e prefira a concorrência.

A Jovem Pan também transmitiu todos os jogos somente no AM e na nova rede Jovem Pan News não mostrou nenhuma grande novidade em relação às coberturas de copas anteriores. Infelizmente a rede FM só foi acionada para transmitir apenas os jogos da seleção brasileira, contradizendo o que seu novo presidente Antonio Augusto de Carvalho Filho, o Tutinha, prometera recentemente de integrar ainda mais a programação das duas emissoras líderes – AM e FM – ainda mais porque “não dá mais para ficar tocando música apenas”. Perderam os ouvintes da frequência modulada, que não puderam ter acesso às transmissões pela internet no momento.

Pioneira em programação esportiva em FM, a Transamérica parece ter tido grandes dificuldades em realizar sua cobertura. Com apenas três narradores, a rede contou muito com a participação de repórteres das afiliadas nas cidades-sede. Entretanto, não veicularam todas as partidas ocorridas nos horários de seus noticiários. Os ouvintes da emissora, que eventualmente não estavam à frente de um aparelho de tv, perderam com certeza, a chance de acompanhar bons espetáculos de futebol.

Mundial pela internet – Quem tentou ouvir as transmissões da copa por seus celulares ou tablets não se deu muito bem. A maioria das emissoras – provavelmente por força de contrato – bloquearam seu sinal na hora dos jogos.  Inclusive a EBC, empresa estatal de rádio do governo federal que, na dúvida bloqueou a audição de todas as suas estações por qualquer meio, inclusive das emissoras que não iriam transmitir o evento. Para os usuários dos sites de suas emissoras, a Rede Verde e Amarela colocou um link de áudio exclusivo em seu player. Uma boa medida que não exclui nenhum perfil de audiência. Já no aplicativo “Band Radios” para dispositivos com sistema operacional android não há esta opção.

No portal da Transamérica, o Transanet.com, a programação das estações de suas três redes – Hits, Pop e Light, foi possível ao menos os jogos da seleção brasileira na íntegra, mesmo sendo os desenhos das páginas antiquados e um tanto quanto confusos. Entretanto, se o portal é antiquado e confuso, o aplicativo para android é simples, eficiente e muito fácil de ser usado. Pena mesmo não funcionar durante os jogos.

Se a confusão é tamanha em suas AMs e FMs, pelo menos nos portais do Sistema Globo de Rádio é possível se ouvir exatamente o que está indo ao ar em cada praça das duas redes, inclusive com imagens dos estúdios geradas pelas webcams instaladas nas cabeça das duas redes. Ao contrário da concorrência, o ouvinte pode acompanhar as jornadas esportivas na íntegra, sem bloqueios, inclusive nos aplicativos para android das rádios Globo e CBN.

Uma nova lição para se aprender – Mesmo com tantos acertos e muitos erros, o que se nota é que o modo de se ouvir rádio está mudando e que as formas de distribuição de conteúdo, também. Podemos dizer que, finalmente o rádio entrou no novo milênio. Não dá mais para falar em radiodifusão baseando-se apenas na irradiação pelas ondas “hertzianas”. Por meio da internet, todas as emissoras “off-line” podem ampliar seu conteúdo radiofônico por meio de podcasts, streamings exclusivos para a web, blogs, perfis e páginas de fã em diversas redes sociais, webcams que transmitem o que acontece nos estúdios das próprias rádios e os aplicativos para dispositivos móveis que reproduzem parte dessa imensa gama de opções de formatos para o ouvinte/leitor/internauta do rádio.

Essa copa do mundo mostrou ao mercado radiofônico que, não basta mais levar o som dos estádios para o ouvinte em sua casa. É preciso, sim, levar conteúdo multimídia onde ele estiver. Uma emissora de rádio não concorre mais apenas com o seu “vizinho de dial”. Agora ele tem de brigar com blogs, podcasts, perfis de redes sociais, webradios domésticas, sites de notícias grandes e pequenos e até mesmo portais de canais de tv aberta ou por assinatura que atuem no mesmo nicho de mercado que o seu. 

Os novos tempos exigem um hercúleo trabalho “multi-tarefa”, em que o radiodifusor tem de criar várias versões para o seu conteúdo em diversas plataformas de distribuição, além de cuidar da divulgação, promoção, “layout”, comercialização, administração e, claro, produção do seu conteúdo. Daqui a 4 anos, na Copa da Rússia, esse processo será cada vez mais complexo e diversificado, com o compromisso de "vender o que se promete". Melhor para o “ex-ouvinte” de rádio.

domingo, 6 de julho de 2014

A Rádio Rock e os 28 anos que mudaram o mercado radiofônico

Em uma série de 28 episódios, a 89 FM tentar contar sua história por aqueles que a viveram



Já está no ar a série de programas “Vinte e oito anos que mudaram o rock”, produzido e exibido aos domingos pela 89 FM de São Paulo. Tão pretensioso quanto seu título é o fato de a atração querer traçar um paralelo entre a história deste gênero musical e a trajetória das emissoras jovens baseando-se apenas nos causos da “Rádio Rock”.

À primeira audição, dá-se a impressão de que se trata de um documentário radiofônico. Está longe disso. Afinal, falta-lhe uma apuração mais “científica” das informações ali apresentadas. Vale mesmo pelo depoimento dos pioneiros da estação, quando esta se transformou em FM “roqueira”: Everson Cândido, José Roberto Mahr, Ricardo Mendonça, Kid Vinil e Luis Fernando Magliocca – autor intelectual da “proeza”. Os interlocutores do apresentador e “biógrafo oficial” da 89 Ricardo Alexandre – um tanto quanto perdido na condução das primeiras edições – revelam informações preciosíssimas que valeriam mais a pena ser incluídas em um trabalho acadêmico sobre o Rádio mais abrangente e aprofundado.

É interessante ouvir como o grupo Jornal do Brasil (responsável pela programação e comercialização da Rádio Cidade paulistana) se associou à Rede Autonomista de Rádio (detentora da concessão) transformaram a Pool FM – com programação calcada no estilo conhecido por “TOP 40”, em uma emissora de “rock and roll”.

Em sua versão sobre o início de tudo, Magliocca nega que a nova “joint-venture” fora criada para “combater” a então “97 Rock Station”, de Santo André, na periférica região do ABC Paulista. O radialista também afirma que o modelo da rádio fora formatado por ele e sua equipe. Como não são mostrados ou indicados documentos que comprovem estas afirmações, há de se confiar na memória dos depoentes, que é tão falha quanto podem ser falhas as lembranças de uma aventura na comunicação após quase 30 anos.

Era evidente que 89 estreou sob o signo do mercado radiofônico cada vez mais significativo e profissionalizado nos anos 1980. A maioria das técnicas ali desenvolvidas para que a rádio se diferenciasse das demais podem ter sido profundamente “inspiradas” em emissoras alternativas da época como a niteroiense Fluminense FM, a gaúcha Ipanema FM, as paulistanas Eldorado FM, Cultura FM e USP e até mesmo a arquirrival FM 97. 

O melhor de tudo é que o ouvinte interessado pode conferir a série na página da rádio no Soundcloud. Os primeiros cinco episódios (de 1985 a 1989) já estão disponíveis, inclusive para download. Infelizmente seus produtores não resgataram ou não conseguiram resgatar vinhetas, aberturas, trechos de programas ou da programação e de todas as peças sonoras da época, sobretudo dos “primórdios” da “Rádio Rock”, para melhor ilustração dos fatos. Não se sabe se foi por descuido no planejamento ou se a 89 FM, na prática, não se importa com sua história, a exemplo das maiorias das estações de rádio brasileiras.

Em vez disso, optaram por tocar as músicas preferidas dos ouvintes a cada ano, no formato “as 10 mais”. Entretanto a votação – feita pela internet – teve como eleitores ouvintes atuais, o que traz uma certa imprecisão na enquete. Podemos confiar na memória dos ouvintes também? O sentimento que o eleitorado sente ao ouvir determinado “hit” é o mesmo de quando ele a ouviu 15, 20, 25 anos atrás? Teria sido mais interessante esta seleção musical ter sido feita com números e registros da época.

Pelo menos uma afirmação pode ser considerada a mais precisa deste trabalho: comercialmente, a 89 FM foi bem sucedida, independentemente do que tenha acontecido para que seus proprietários decidissem tirá-la do ar e apostar num novo formato quase 20 anos depois e então retornar à “Rádio Rock”.

Em um raro momento do rádio brasileiro, a 89 FM conseguiu aliar um eficiente projeto comercial rentável com um formato de programação pouco comum, que não se preocupava necessariamente com a liderança na audiência “a todo custo”, mas sim em conquistar um público fiel, crítico, participante e ligado no seu cotidiano.  A “Rádio Rock”, nos seus primeiros dez anos pelo menos, provou que boa qualidade de conteúdo não é – nem nunca foi – inimiga da grande audiência, muito menos de bom faturamento, que são o que move a mídia Rádio.

É bem verdade que a realidade de mercado que criou a 89 FM, em 1985, é bem diferente da dos dias de hoje. Hoje ele é altamente profissionalizado e a concorrência é infinitamente maior, com a chegada da internet e outras formas de distribuição e divulgação da música. Estaria a 89 FM fazendo jus a seu slogan como fora nos quase 20 anos em que ficou conhecida nacionalmente como "A Rádio do Rock"? Muita coisa mudou, inclusive sua principal rival, que resolveu apostar em outro segmento musical e, aparentemente, se tornou líder dele. Futuramente, pretendo discutir essa realidade atual. Um abraço e boa audição.