quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Em Port-au-Prince, quem tem rádio é rei

DA TVi 24

Em alturas de tragédia, a rádio pode ser um meio de pôr ordem na sociedade. É o que está a acontecer também no Haiti. Há rádios que continuam a emitir depois do sismo e são elas que informam a população onde há comida ou onde podem ser tratados, ou mesmo onde estão a ser construídos novos campos de refugiados aos quais se devem deslocar.

Em Port-au-Prince, quem tem rádio é rei. Há duas estruturas fundamentais que o sismo no Haiti não derrubou : as antenas de duas rádios - a rádio Caribe e a Signal FM. A Caribe está a emitir a partir da rua em em frente às instalações originais que ficaram destruídas no terramoto de há uma semana atrás. Já a Signal FM está intacta.

Ambas são responsáveis por um fenómeno de audiências, em altura de tragédia. Por ironia do destino, o sucesso é garantido. É com o antigo «transístor» que é feita a ponte «com» e «entre» os haitianos. Numa primeira fase, o tempo de antena era preenchido com apelos de sobreviventes que procuravam famílias e amigos e terá havido mesmo alguns reencontros em directo.

Agora, a qualquer hora do dia, os haitianos podem ouvir informações sobre onde buscar comida, onde é que foram encontrados mais sobreviventes, onde é que estão a ser montados outros campos de desalojados. Uma semana depois do sismo a organização de cidadãos em comités de bairro está ser divulgada no ar. São comités de saúde, de recuperação de cadáveres e também de ajuda alimentar. Há ainda o comité de segurança que se propõe defender, com civis armados, bairros e casas, contra os gangs e os saques que prometem continuar.

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E a magnânima Federação Paulista de Futebol aqui do Brasil menospreza este veículo tão importante, impedindo que repórteres entre em campo? Assim não dá!

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