domingo, 8 de novembro de 2009

Entenda por que o rádio "jovem" anda esclerosado

Quem vai explicar o que acontece com as ditas emissoras "jovens", como Jovem Pan, Transamérica, Mix, Metropolitana, 89 e afins, é Kid Vinil, que dispensa apresentações, em entrevista a Rodney Brocanelli, do site 4 Paredes (veja o link no post anterior). Acompanhe e pense.

Sobre o panorama atual das rádios musicais, Kid acha que não existe mais a velocidade de outrora: “Lembro que nos anos 70 e 80 era dificil de conseguir os discos, mas os caras viajavam e traziam as novidades semanalmente pra tocar no rádio. Onde foi parar essa velocidade de informação? Hoje com Internet e tudo mais as pessoas voltaram no tempo. Parece que estamos na decada de 50, quando nada chegava por aqui. Numa época em que tudo anda mais rápido, o rádio musicalmente falando deveria ter essa velocidade, mas o que nós ouvimos nas rádios é ‘o melhor do mesmo’”.

Esse diagnóstico que Kid faz do rádio é um dos motivos que impedem sua volta ao veículo. “Na época em que comecei, os caras que as dirigiam as rádios eram mais visionários e ligados em música. O Maurício Kubrusly, meu diretor na Excelsior, foi um dos mais criativos radialistas que eu já conheci, assim como o Antonio Celso que me mostrou pela primeira vez Ziggy Stardust, do Bowie, e Electric Warrior, do T Rex, em 1972. Essas pessoas enxergavam lá na frente e ousavam. Isso que falta no rádio de hoje: ousadia”, explica.

Ainda sobre o assunto, Kid conta um episódio o deixou bastante desanimado com relação a continuar buscando espaço no dial: “Uma rádio que não vou citar o nome queria se instalar em SP e previamente reuniu uma série de pessoas dos meios de comunicação para darem suas opiniões sobre o que seria uma rádio ideal para São Paulo. Eu dei minhas opiniões sobre o que eu achava sobre o assunto estava crente que descolaria um espaço na tal rádio. Algum tempo depois a rádio entrou em SP, com uma programação esquisita, às vezes moderna, às vezes comercial demais. Saquei que não havia espaço pro meu trabalho nessa rádio, pois no final das contas descobri ainda que algumas daquelas pessoas que me chamaram para ouvir minha opinião me odiavam gratuitamente. Fiquei muito decepcionado e desisti de procurar por rádios, pois sinto que faltam os Antonio Celsos, os Marco Antonio Galvão e os Kubruslys, os Maias, os Magliocas e até os Lélios (citei nomes de alguns coordenadores de rádio) que me ouviram e acreditaram em mim no passado”.



-------------------

É o que a gente vem falando aqui há séculos, só que o Kid foi mais suscinto! Enquanto isso, na "concorência", continua o oba-oba, dos "baba-ovos" de sempre. Ê, Brasil!

Nenhum comentário: