domingo, 22 de fevereiro de 2009

Podcasts possuem audiência cativa

PODCASTS NÃO SE POPULARIZARAM TANTO QUANTO OS BLOGS E OS VÍDEOS ONLINE, MAS RESISTEM COM AUDIÊNCIA CATIVA


Do Blog da Magaly - Junte seis amigos para papear diante do microfone. A conversa descontraída pode ganhar a internet, em forma de um arquivo de áudio que pode ser baixado e ouvido por gente que nem se imagina quem é. Com o podcast Depois das 11, de Caxias do Sul, é assim.

O grupo tem mais de mil ouvintes semanais. É a prova de que essa mídia resiste, apesar de não ter atingido o sucesso imaginado – em 2005, podcast chegou a ser escohida a palavra do ano pelo New Oxford American Dictionary.

– Recentemente, recebemos um e-mail de um americano que usa nosso programa para reforçar as aulas de português que ele faz – conta o fotógrafo Gustavo Vanassi, 24 anos, que criou o podcast em 2006 como desculpa para reunir os amigos, mas também para fazer testes para a monografia no curso de publicidade, que era sobre o tema.

Para o pesquisador de cibercultura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Alex Primo, uma das hipóteses para os podcasts não terem “estourado” é a dificuldade da produção de conteúdo em áudio.

– Demanda tempo, e é mais complicado ter um podcast do que um blog – opina.

Até mesmo produzir um vídeo costuma ser mais simplificado. Nesse caso, um áudio ruim, com ruídos, não compromete tanto o material quanto em um podcast, por ter outros atrativos, como a própria imagem. O conteúdo audiovi­sual ainda tem uma distribuição facilitada pelo YouTube.

– O que faz muitas pessoas desistirem é a periodicidade. Muitos não têm tempo de atualizar e desistem – afirma o presidente da Associação Brasileira de Podcasters (ABPod), o DJ Maestro Billy.

Além disso, quando o programa se torna um sucesso de downloads, muitos podcasters têm problemas com os servidores que hospedam os arquivos, por estourar a banda, o que requer que paguem mais para ter mais espaço.

E um bom podcast toma tempo de edição. É o caso do Nerdcast, um dos mais famosos do país, com uma média de 20 mil downloads semanais.

– Entre gravação, edição e finalização são pelo menos 16 horas de trabalho. Toda semana. É normal virarmos a noite editando o podcast – relata Alexandre Ottoni, 30 anos, um dos seus editores.

Criada para organizar e divulgar o setor, a ABPod tem hoje 90 podcasters cadastrados, entre amadores e profissionais, a maioria homens entre 20 a 35 anos que gravam os podcasts como hobby.

– Com as programações de rádio cada vez mais engessadas, o podcast tornou-se uma excelente alternativa para ouvir música, bate-papo e muito mais – justifica Billy.

Primo pondera que os podcasts são programas de nicho. Mas nisso também está a força dessa mídia, a de atrair pessoas realmente interessadas em ouvir o programa sobre determinado assunto. E com uma vantagem: o de poder fazê-lo no horário e no local que bem entenderem. (por Vanessa Nunes, jornal Zero Hora)


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Em breve, o podcast do nosso programa de rádio na USP FM está disponível para você baixar e ouvir, numa versão "off road". Não perca!!!!!!

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