domingo, 30 de março de 2008

Tire suas dúvidas com estes dois professores


Plug Eldorado, da Rádio Eldorado AM, de São Paulo.

A Morte Anunciada do Rádio AM no Brasil

por Edemar Annuseck
do site Caros Ouvintes


A preocupação com o rádio AM brasileiro não é só minha. No e-mail, no orkut, no blog recebo diariamente referências a respeito da situação do rádio AM em nosso país. Estão querendo “matar” mesmo o rádio AM.

Um dos e-mails cita até que o rádio AM vai acabar, como que prevendo o pior. Não só não concordo com essas afirmações como vou mais longe. “Tem muita gente interessada em acabar com o rádio AM, isso parece se confirmar cada dia. É o caso dos próprios fabricantes de rádios para carros e portáteis que não sei por que preferem produzir rádios só com a freqüência FM. Rádios com Ondas curtas então nem falar”. E para mostrar que as críticas e alertas não são exclusividade minha, transcrevo hoje comentário postado pelo jornalista Sérgio Guimarães, grande companheiro de outras jornadas e correspondente de várias emissoras brasileiras no Rio de Janeiro. Sérgio é o repórter mais bem informado dentro da CBF.

Descaso

O comentário de Sérgio Guimarães foi publicado na quarta-feira (26) no site www.papodebola.com.br do grande Edu César de Porto Alegre, o namorado titular de Singklews Markiueubsw, estrela maior da música pampesca.

“Eu precisei comprar um aparelho de rádio AM/FM com som digital para servir de apoio nas transmissões dos meus jogos e eis a surpresa: andei pelo heterogêneo Centro do Rio, pela moderna Barra da Tijuca, bairro dos shoppings e pela tradicional Tijuca numa peregrinação sem fim. Em todas as lojas que eu entrava a resposta era sempre a mesma: “só temos MP3, MP4 ou rádio FM”. Por fim, consegui a muito custo e a muita procura achar um bendito aparelho. Foi só depois dessa procura que me lembrei da matéria de um blog de comunicação, onde alguns jornalistas, inclusive de Rádios AM, afirmavam que não existe mais rádio AM, ao menos em cidades grandes como Rio e São Paulo. Segundo eles, os novos ouvintes não foram educados para aprender a ouvir AM e a tecnologia também não evoluiu para essa faixa de onda.

Na época, estas afirmações me deixaram preocupado e um tanto indignado, pois eles, como eu, também trabalham em AM e deveriam, ao menos, fazer um esforço mínimo para mudar esse quadro e não simplesmente aceitá-lo de forma tão pacífica. Hoje, mantenho minha indignação com os colegas, afinal eu amo o rádio AM e não aceito a degradação que o veículo vem sofrendo nos últimos anos.

Preocupante

Continua a narrativa de Sérgio Guimarães. “Hoje realmente, de um modo geral, os jovens não ouvem rádio e AM muito menos. A garotada do século XXI infelizmente não ouve rádio, não lê livros e nem jornais, e só anda com os benditos MP3 e fones nos ouvidos. Por isso, eles não sabem de quase nada que fuja do seu universo virtual, egoísta e restrito, e por isso também mal sabem o que ocorre no Brasil e no mundo, mal sabem ler e escrever, e acabam por diminuir as demandas por aparelhos de rádio AM, livros e jornais.

Hoje o rádio vem sendo sucateado na sua filosofia e perdendo espaço para grupos religiosos, que, com seu poder financeiro, arrendaram várias das mais tradicionais rádios do Brasil, deixando desempregados seus funcionários e órfãos seus ouvintes, que, talvez desiludidos, tenham deixado um pouco de lado a paixão pelo rádio.

Sintonia e gênios

Sérgio Guimarães aborda outro aspecto crucial que o rádio AM de hoje enfrenta. “Outro problema do rádio moderno diz respeito à dificuldade que o rádio AM tem para pegar bem nas grandes cidades, como Rio e São Paulo, devido à propagação das mais variadas ondas eletromagnéticas da vida atual.

Há ainda, ao meu ver, o mais grave dos problemas. Hoje em dia, devido a todos os fatores anteriores, existe uma escassez muito grande de boa mão-de-obra no rádio, pois houve pouca renovação em vários setores, como por exemplo na área de operadores de externa e até mesmo de áudio. Há também pouquíssimos novos repórteres de rádio surgindo, bem como produtores, pois a garotada hoje usa o rádio de trampolim para a TV, assessoria e sites da internet, que pagam mais, o que não permite aos jovens sua maturação profissional no veículo e, conseqüentemente, sua especialização. Essa falta de gente capacitada no rádio infelizmente tem trazido para as emissoras uma “praga moderna”, que vem atacando as rádios brasileiras, com raras e louváveis exceções, onde graças a Deus estão incluídas as emissoras em que eu trabalho Brasil afora.

A praga moderna do rádio foi a criação em cativeiro dos “novos gênios”, grupo de tecnocratas do rádio, profissionais que supostamente deveriam deter conhecimentos técnicos sofisticados e específicos do veículo rádio, mas que na realidade, paradoxalmente, não passam de reles ex-focas, que saíram das redações dos jornais direto para as editorias das maiores rádios AM do Brasil. Essa nova raça de “radialistas” muitas vezes sequer pegou num microfone ou fez uma reportagem ao vivo, mas com arrogância e despreparo vêm fazendo um esforço enorme, mesmo que inconsciente, para acabar com o rádio AM.

Os novos gênios do rádio querem soluções rápidas e imediatas para problemas sócios-políticos-econômicos e culturais, que se arrastam há anos. E para tal, a melhor solução dos “gênios” é globalizar o rádio. A solução é acabar com tradições, acabar com o tripé “música, esporte e notícia”, acabar com o regionalismo e com toda antiga ordem das coisas. A ordem é renovar e, para tanto, joga-se fora antigos conceitos e velhos profissionais, como se tudo o quanto existia antes nunca tivesse sido bom.

A nova ordem dos “gênios” é fazer do rádio uma espécie de Internet auditiva, como se isso, por si só, fosse a solução milagrosa para o futuro do rádio”.

Os absurdos

Completando sua análise o Sérgio diz. “Na prática, e falando apenas como mero ouvinte, juro por Deus que nunca vi e nem ouvi tanta barbaridade pelas ondas do rádio. São repórteres, locutores, redatores e editores lendo, escrevendo e reescrevendo o que sai na Internet e se prestando ao papel de respondedores de “chats”, como se fossem telefonistas modernos do novo rádio. Isso quando a coisa não cai na vulgaridade e no chulo, novos ingredientes que vem “apimentando” com força total as programações dos novos gênios, inclusive nas transmissões esportivas. Estas então estão sendo invadidas pelos Djs e Mcs, que estão sendo colocados ali pelos “gênios” como animadores de jornadas disfarçados no papel de âncoras, para o desespero, tenho certeza, de nomes como Waldir Amaral, Jorge Curi, Pedro Luiz , Fiori Gigliotti e Oswaldo Faria, que lá do Céu devem estar chorando lágrimas de sangue, vendo seus legados transformados num circo dos horrores. Logo eles, coitados, que tantas inovações importantes trouxeram para o nosso amado rádio, e agora têm que assistir passivos a corruptora globalização transformar o rádio num mercado livre, onde se pode tudo, menos se ouvir um rádio novo, mas que respeite a tradição, o individualismo, a cultura, a ética e a necessidade de quem ouve - isso é claro, sem deixar de lado a prestação de serviço e o companheirismo, marcas primordiais do rádio, principalmente o AM.
Vou ficando por aqui, torcendo para que o melhor jargão do rádio, criado, é claro, por São Waldir Amaral, que dizia: “você, ouvinte é a nossa meta”. Pensando em você é que fazemos o melhor" seja aprendido pelos novos gênios e repetido com louvor, pois o que é bom tem que ser perpetuado.

Captação

A coisa está tão difícil para o rádio AM que como diz o Sérgio Guimarães, que até os fabricantes de rádio ajudam a complicar. Vou mais além. Não só os fabricantes de rádios, como os das antenas para os automóveis também. Hoje os carros já saem de fábrica com antenas internas - um risco preto no vidro da frente ou no traseiro - outros com antenas de pequeno porte na parte superior da lataria que só captam bem as emissoras em FM. Aliás , antenas só para rádio FM mesmo. Quando passei pela Rádio News em São Paulo (2002-2003) senti o drama. A viatura que utilizávamos para o esporte não conseguia sintonizar a rádio com 100 KW de potência na Avenida Paulista (onde se localizavam os estúdios) e nas transversais.

Lembrei das antigas antenas Truffi e Olímpus. Pedi ao operador de externa, Nilton Lopes, o Cabeção que procurasse por uma dessas antenas. Certa manhã me ligou da Zona Leste dizendo. “Chefe, achei uma antena. Custa R$ 45. Quer que coloque”. Mandei colocar. A partir daquele dia o rádio da viatura da News passou a sintonizar todas as rádios paulistanas na mais paulista das avenidas e por toda grande São Paulo.

Ninguém a favor

Pra fechar o assunto e para que os senhores, senhoras, jovens, senhoritas e o respeitável público como dizia o saudoso Oswaldo Moreira na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, saibam. Descobri a agência que cuidava das contas do fabricante Olimpus.

Fui recebido por Ricardo Natale na agência Gas da Rua Arizona, 4º andar, próximo a Rede Globo de Televisão, na zona sul, em São Paulo. Propus uma campanha para divulgação da antena o que contribuiria para a comercialização, e para a salvaguarda do Rádio AM do Brasil. Isso foi em 2003. Até hoje estou esperando uma resposta da agência.

Até a próxima.


Visite: www.edemarannuseck.blogspot.com

Que fim levou Robin?

Alguém sabe? Se souber, me avisa, ok?




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Podcast Outra Versão #28

Opa!
Mais um programa no ar, com as versões:

João Penca & seus Miquinhos Amestrados - Cachet (Heartbreak Hotel)
Bob Dylan - I Want You
Patti Smith - Because The Night



Click here to get your own player.

Os programas anteriores, a partir de agora, aparecerão na mesma caixa do atual, acima. Mais prático, não?

Caso queria fazer o download para ouvir depois, acesse http://www.outraversao.podomatic.com/.

Até semana que vem!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Rádio Record volta ao passado para conquistar audiência

A nota divulgada pela Record faz pensar:

Rádio Record apresenta 9 horas de programação sertaneja aos finais de semana

A emissora, que ocupa a terceira colocação no ranking das rádios populares paulistanas, oferece aos seus ouvintes um grande destaque em sua grade de programação de um dos segmentos mais importantes do cenário musical e cultural brasileiro. Sérgio Reis, Donizeti e Sérgio Luis são os responsáveis por apresentar 9 horas de programação sertaneja aos finais de semana.
O melhor do sertão começa a ser exibido nas tardes de sábado. Sérgio Luis apresenta, das 12h00 às 14h00, o programa 'Especial Sertanejo'. No período noturno é a vez do cantor Donizete assumir o microfone. O programa vai ao ar das 22h00 à 0h00.
Nas manhãs de domingo, o programa 'Especial Sertanejo' volta a ser apresentado por Sérgio Luis. A atração vai ao ar das 10h00 às 11h30. Logo em seguida Sério Reis comanda o 'Raízes do Sertão'. O programa de um dos nomes mais consagrados da música sertaneja é voltado para a vida e cultura da zona rural do Brasil, a vida caipira, a música sertaneja, as modas de viola, danças e comidas típicas, grandes artistas, humor, moda country, entretenimento e muitas reportagens especiais. O 'Raízes do Sertão' é apresentado das 11h30 às 13h00.
O 'Especial Sertanejo' novamente é exibido nas noites de domingo. Donizete comanda a atração das 22h00 à 0h00.
Vale lembrar que a Rádio Record tem tradição no segmento. Nas décadas de 70, 80 e 90, a emissora mantinha no ar um dos programas mais ouvidos no Brasil: o inesquecível 'Linha Sertaneja Classe A', cuja apresentação foi protagonizada por três ícones do rádio: Zé Bétio, Zé Russo e Carlitos Martins.


Comentário: A Rádio Record administrada pela IURD está cada vez mais parecida com a Rádio Record que foi de propriedade da família Machado de Carvalho.

Assim que foi adquirida pela Universal, a emissora perdeu seu rumo, chegando a transmitir uma programação eminentemente religiosa, como não bastasse o fato da igreja ter a Rádio São Paulo e a Rede Aleluia (FM). O bom senso prevaleceu e a Record foi, aos poucos, voltando a ter uma programação secular. Tentou o caminho do jornalsimo, mas esse segmento já está ocupado por emissoras com ampla tradição histórica.

Com isso, nada melhor que voltar ao passado para tentar se reposicionar no mercado. A base atual da programação lembra muito aquela que fez da emissora líder de audiência nos anos 80: comunicadores populares, musica sertaneja e cobertura futebolística.

Abaixe o som da tv e aumente o som do rádio

...só o Rádio Base faz isso pra você. Alexandre Pato fez um gol antológico no amistoso contra a Suécia, que comemorou os 50 anos da conquista de nossa primeira Copa do Mundo. Foi a única coisa que valeu a pena, pois o futebol não esteve à altura da efeméride.

Pedro Ernesto Denardin, (ironia mode on) o locutor preferido da torcida do São Paulo (ironia mode off) descreveu o maravilhoso lance de Pato dessa maneira a seus ouvintes da Rádio Gaúcha, de Porto Alegre:



Mario Henrique, da Rádio Itatiaia,de Belo Horizonte, o homem da caixa, também soltou a voz para descrever este magnifico lance.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Rádio UFSCar apresenta show ao vivo com Gilberto Gil

A Rádio UFSCar apresenta nesta sexta-feira, dia 28, um programa especial ao vivo sobre o show de Gilberto Gil em São Carlos, ocorrido no dia 15 de março. O programa vai ao ar às 17h e contará com trechos da entrevista realizada pela Rádio com o cantor, momentos antes da apresentação, no SESC-São Carlos. Além disso, haverá também momentos para apresentação de entrevistas com o público presente no show e com integrantes da equipe da Rádio, que também conferiram a apresentação do Ministro da Cultura e cantor baiano na cidade.

Além de informações sobre a apresentação e sobre a carreira do cantor, o programa trará diversas músicas. Dos tempos da Tropicália à turnê atual, Banda Larga, o programa fará um histórico musical de Gil. A Rádio UFSCar pode ser sintonizada na cidade de São Carlos pela freqüência 95,3 FM, ou de qualquer parte do mundo pelo endereço www.radio.ufscar.br. Outras informações pelo telefone 3351-8099.

Para encerrar o assunto Alpha FM

Escreve Flávio Ricco:

Vamos acertar

A rádio que a Bandeirantes está arrendando, para transformar em emissora esportiva ou infantil, é a Scalla FM, de São Paulo. Nada a ver com a Alpha, como foi informado na coluna de ontem. No Morumbi, o segredo em torno disso é grande.

Merchan ou não merchan? Eis a questão

Assunto espinhoso para o jornalismo, esse. Temos os prós, os contras e os motivos para cada um tomar sua decisão, todos com embasamento e alguns com conhecimento de causa. Afinal, fazer ou não fazer merchan?

Já fui xiita nessa questão e absolutamente contra o merchan feito por jornalistas, mas mudei de opinião (assim como posso mudar a opinião que vou escrever abaixo!). Acredito que seja possível, sim, o merchan, exclusivamente na mídia eletrônica, desde que feito sob uma série de cuidados da parte do profissional. Um jornalista âncora de telejornal, por mais despojado que seja o programa, não combina com a atitude de fazer um merchan. Agora, um jornalista apresentador de um programa de variedades, como é hoje o Brito Jr., por exemplo, pode perfeitamente realizar ações de merchandising. Nesses programas, o entretenimento fala mais alto do que a informação e o profissional fica mais livre para "conversar" com o telespectador/ouvinte sobre um produto ou um serviço. É claro que o jornalista deve ter a liberdade de vetar um produto em seu programa, pois vale aquele velho ensinamento: "Não indique para o seu público nada em que não confie".

Sou absolutamente a favor da diferenciação do que é editorial e do que é comercial. Um jornalista deve se preocupar exclusivamente com o conteúdo do seu programa. Na minha opinião, não deve atuar como departamento comercial, ou algo que o valha, fazendo contatos de publicidade, propectando anunciantes ou mesmo fazendo merchandising por conta própria, o famoso jabá. Para tudo isso, a emissora que contrate um departamento comercial competente e que saiba trabalhar a imagem da emissora e dos apresentadores juntos aos possíveis anunciantes.

De um lado, temos os anti-merchan Juca Kfouri e Jorge Kajuru. Do outro, Milton Neves e Flávio Prado. Reparem que a discussão aberta sobre o merchan praticamente se resume ao jornalismo esportivo, pois é nessa editoria que o anunciante busca se aproximar do seu consumidor de forma mais direta. No meio do debate acalorado sobre os últimos resultados do futebol, aparecem as mais diversas marcas, com o próprio apresentador parando uma discussão no meio. Juca Kfouri ironiza, anunciando em seu programa da CBN produtos que não existem. Milton Neves, ao contrário. Com um oferecimento do Bradesco, enche seus programas de produtos que existem e devem contribuir, e muito, para a sua renda mensal.

Na sua opinião, quem está certo?

Obs.: Esse post teve um oferecimento da Academia de Jiu-Jitsu Armando Briga e dos Cartões de Crédito Corporativos, os únicos que oferecem o prazo de um mandato para pagar, sem juros.

terça-feira, 25 de março de 2008

Alpha FM fica, diz assessoria

O Rodney Brocanelli apurou a informação sobre a Alpha FM, publicada no post abaixo. Eis a resposta:

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Após tomar conhecimento da nota publicada pelo jornalista Flavio Ricco, o blog Rádio Base acionou (via e-mail) a assessoria de imprensa do Grupo Camargo de Comunicação. Beatriz Dotane nos encaminhou a seguinte resposta:

"Segundo contato direto com a diretoria da ALPHA FM, esta informação não é verdadeira. A rádio não foi vendida e não terá sua programação transformada".

Em posterior contato telefônico, Beatriz nos informou que a Alpha FM é 100% de propriedade do Grupo Camargo de Comunicação, assim como a 89 FM.

Recentemente, alguns sites dedicados à cobertura sobre rádio informaram que a Scala FM, de propriedade do Grupo CBS, da família Abreu, teria sido adquirida pelo Grupo Bandeirantes, que usaria a freqüência para finalmente lançar a tão anunciada Rádio Band Sports.

Alpha FM pode sair do ar

Informa Flavio Ricco

Confidencial
O Grupo Bandeirantes está arrendando a rádio Alpha FM, 101,7, de São Paulo, de propriedade da família Camargo e do empresário Paulo Abreu. Será transformada numa emissora esportiva ou infantil. Essa é a dúvida.

Os leitores participam - A audiência do rádio esportivo em SP (AM)

A baixa audiencia da Jovem Pan deve ser por causa da tramissao - principalmente aos domingos - tambem no fm. Gostaria de saber de voces realmente quem tem mais ouvinte nas tranmissões de radio esportivo de São Paulo. Claro sem discriminaçao - isto é sem diferenciar am e fm. Ouvinte é ouvinte tanto no am como no fm. Forte abraço

Henrique Sampaio de São João dos Patos - estado do Maranhao


Comentário: Henrique, essa informação não temos aqui. Os dados sobre os quais eu fiz a análise são os mesmos que o site Bastidores do Rádio publicou. E até agora, não apareceu nenhum dado sobre o FM. Certamente que as emissoras de FM que transmitem futebol tem muito mais audiência que as AM.

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Realmente é estranho que a eldorado espn tenha tão poucos ouvintes. Acho que isso se deve em partes a equipe muito qualificada da rádio, que vai atrair um público naturalmente menor, mas possivelmente mais qualificado ou de um perfio bastante específico, e em parte ao fato de que a rádio não tem tradição, pelomenos nos tempos mais modernos, de transmissões esportivas, o que faz com que ela não seja naturalmente considerada como uma opção inconcientemente como as outras são pelos ouvintes.
De qualquer forma o projeto é bom, e seria realmente um retrossesso se decidissem acabar com o melhor acontecimento no rádio esportivo paulistano dos últimos tempos ..
Grande abraço!

Marlon


Comentário: Marlon, projetos como esse precisam de tempo para cair no gosto do ouvinte. E uma característica que marcou a ESPN Brasil desde o seu início foi a estabilidade. Outro aspecto: esse levantamento, até onde se sabe, foi muito abrangente. Seria interessante saber como está o desempenho especifico da Eldorado/ESPN junto ao público AB, mais qualificado, que é o target principal da Rádio Eldorado. Não podemos nos esquecer que, históricamente, esse tipo de público é mais difícil de receber os pesquisadores que fazem esse levantamento. Aliás, essa é uma reclamação que a Jovem Pan faz desde a época do Osmar Santos.

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MPierre disse...

Mesmo com a saída de profissionais renomados com Ângelo Ananias, Romeu César, Domingos Machado e Anderson Cherne, a Rádio Globo de SP ainda continua líder. Sinceramente, eu considero uma surpresa.


Comentário: MPierre, penso que a força da Globo nunca esteve exatamente nos seus profissionais. Não podemos nos esqueçer que se trata de um dos prefixos mais fortes do país.

segunda-feira, 24 de março de 2008

A audiência do rádio esportivo em SP (AM)

O site Bastidores do Rádio, conduzido pelo Adriano Barbieiro trouxe mais um ranking de audiência das emissoras de AM da grande São Paulo que têm jornadas esportivas.

O período pesquisado pelo Ibope compreendeu o trimestre dezembro (2007), janeiro e fevereiro (2008). Parte dele é fraco em termos de eventos futebolísticos. A última rodada do campenato brasileiro aconteceu no primeiro final de semana do mês de dezembro. De lá para cá, as emissoras se utilizaram de tapa-buracos para preencher o espaço de suas respectivas programações. Dá-lhe transmissões de jogos (off-tube) dos campeonatos espanhol e italiano. Em janeiro, mês de férias, tivemos a tradicional Copa São Paulo de Futebol Junior, que já não empolga tanto como em outras épocas. E o campeonato paulista começou apenas na segunda quinzena daquele mês. Ou seja, há um hiato que poderia ser descartado sem problema pelo instituto.

A grande surpresa é ver o fraco desempenho da Jovem Pan. Na pequisa que compreende o período das 14h as 20h, que vai, em tese, desde a abertura até o fim da jornada. A emissora aparece na quinta colocação, atrás da Record, nos levantamentos de sábado e domingo.

E mesmo durante a jornada esportiva, em tese, entre 16 e 18h, o desepenho da Pan não melhora. No domingo, ela fica também atrás da Record, na quinta colocação. Em levantamento divulgado em novembro, a emissora da Avenida Paulista chegava a brigar forte pela vice-liderança.

E quem se deu bem foi a Bandeirantes. Enquanto a bola rola, ela ocupa a segunda colocação, ainda que no sábado ela seja acossada pela Capital. No domingo, a emissora do Morumbi fica tranquila. Já na pesquisa que abrange a jornada esportiva como um todo, ela aparece na terceira colocação, atrás da mesma Capital, tanto no sábado, como no domingo.

A Globo continua líder absoluta. Impressionam negativamente os números da parceria Elorado/ESPN, nas duas pesquisas, bem abaixo dos 5 mil ouvintes por minuto.

A cada dia que passa fica mais difícil entender os hábitos do ouvinte de futebol pelo rádio.

domingo, 23 de março de 2008

F-1: Band e Band News investem na análise

Não sei se é intencional ou se é algo que foi se ajustando com o passar do tempo, mas o fato é que as transmissões comandadas por Odnei Edson na Band News e na Bandeirantes estão privilegiando mais a análise. Para isso, a equipe conta com três a quatro comentaristas, são eles:

-Jan Balder, profissional especializado em automobilismo, com passagens pela Rádio Eldorado.

-Fábio Seixas, jornalista da Folha de S. Paulo, editor-adjunto de seu caderno de esporte.

-Alessandra Alves, ex-jornalista da Folha de S. Paulo, e hoje sócia da editora LetraDelta.

-Cacá Bueno, filho de Galvão Bueno e piloto, que participa quando não está às voltas com seus compromissos na Stock Cars.

Não deixa de ser uma opção interessante e correta. Afinal, hoje não faz mais tanto sentido uma transmissão de F-1 pelo rádio como se fosse futebol. Os comentaristas estão bem entrosados e informam na medida certa, com um certo toque de bom humor.

Ainda há a participação de um repórter, Luis Fernando Ramos, que também trabalha para o jornal Lance! Mais acostumado à imprensa escrita, Ico, como é conhecido, ainda não tem a dinâmica que o rádio necessita. Não é a primeira vez que Odnei se utliza de profissionais da imprensa escrita para compor sua equipe. Há alguns anos, Fabio Seixas se dividia entre as transmissões da Band/Band News e sua cobertura específica para a Folha.

Resta saber até quando a F-1 terá essa atenção especial do rádio brasileiro. Nem tanto pelos resultados até aqui pífios dos pilotos brasileiros, mas pelo fato de que não temos aí a curto e médio prazo uma geração que possa substituir Barrichello ou correr junto com Massa e Nelsinho Piquet. Os mais próximos da categora são, talvez, Bruno Senna e Lucas di Grassi. Depois deles, não há ninguém.

No player abaixo, você pode ouvir um trecho do Grande Prêmio da Malasia na transmissão da Band News/Bandeirantes.

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Programa Outra Versão #27 - De casa nova

Uma homenagem à canção francesa. Três versões diferentes para o mesmo clássico:

Edith Piaf – La Vie en Rose
Luis Armstrong – La Vie en Rose
Grace Jones – La Vie en Rose

A partir desse programa, você tem duas opções para ouvir o Outra Versão. Clicando na caixa abaixo:


Click here to get your own player.

Ou então, acessando www.outraversao.podomatic.com. Lá, você pode fazer o download do arquivo e ouvir quando e onde quiser. É a modernidade...

Uma errata: A versão do Louis Armstrong não foi gravada em 1992. Isso só seria possível no terreiro do Pai Juju, já que o vocalista e trompetista morreu em 1971. A versão foi lançada em 1992, num álbum póstumo (óbvio!) e pode ser encontrada em algumas coletâneas, como a “Louis Armstrong – All-time Greatest Hits”, de 1994.

Os programas anteriores, no servidor do eSnips, continuam no player à direita, lá no www.futurodojornalismo.zip.net.

Até o próxima edição!

sábado, 22 de março de 2008

Rua Augusta é personagem de longa-metragem

Essa notícia deve interessar aos fãs do rock independente paulistano dos anos 80/90.

*

Baseado em “A Estratégia de Lilith”, livro cult do jornalista Alex Antunes, AUGUSTAS marca a estréia do premiado documentarista Francisco Cesar Filho na direção de longas-metragens e tem suas filmagens de 25 de março a 20 de abril em São Paulo.

O filme narra momentos da vida de um jornalista morador da Rua Augusta, que demitido de seu emprego e de seu relacionamento com a chefe e amante, se embrenha em inusitados universos urbanos: o da prostituição e o dos rituais neo-xamânicos de transe. Em busca das respostas para suas angústias, ele desperta uma voz feminina que passa a aconselhá-lo. E, de quebra, desestrutura completamente seu modo masculino e oportunista de ver o mundo, levando-o a procurar outro tipo de compromisso, mágico e espiritual.

Retratando personagens que transitam, vivem e/ou trabalham na Rua Augusta, o longa é rodado majoritariamente naquela via paulistana.

Na trilha sonora estão clássicos do underground paulistano dos anos 1980/1990 (de autoria de Akira S e As Garotas Que Erraram, Fellini, Voluntários da Pátria, Mercenárias e Harry) em releituras feitas especialmente para o filme por grupos como Vanguart, Montage, Los Porongas, Macaco Bong, Madame Sataan e Lucas santana, entre outros.

Alex, o protagonista de AUGUSTAS, é interpretado pelo dramaturgo e ator Mário Bortolotto, vencedor do prêmio APCA pelo conjunto da obra e do Prêmio Shell de melhor autor pelo texto "Nossa Vida Não Vale um Chevrolet".

O elenco de AUGUSTAS é composto pela geração do teatro e do cinema paulista, como Caroline Abras (considerada a “Chlôe Sevigny brasileira”, duplamente premiada como melhor atriz no Festival Gramado, pelos curtas “Perto de Qualquer Lugar” e “Alguma Coisa Assim”), Georgina Castro (do longa “O Céu de Suely” e da peça “Porão”), Guta Ruiz (da série televisiva “Alice” e dos longas "Fim da Linha" e "Nossa Vida Não Cabe Num Opala") e Maíra Chasseraux (do filme “Onde Andará Dulce Veiga”).

O premiado Milhem Cortaz (dos filmes “Tropa de Elite” e “Carandiru”) e a veterana Selma Egrei (musa dos filmes de Walter Hugo Khouri) são atores especialmente convidados do filme, que conta também com Henrique Schafer (indicado ao Prêmio Shell de melhor ator em 2005 por seu papel na peça “O Porco”), Juliano Cazarré (dos filmes”Meu Mundo em Perigo”, “O Magnata” e "A Festa da Menina Morta"), Ziza Brisola (criadora da Cia. Linhas Aéreas) e Phedra de Córdoba, um famoso travesti cubano, naturalizado brasileiro, que atua no teatro paulistano.

"Augustas" conta ainda com participações espaciais do badalado grupo musical Montage, do DJ Goos (do projeto New Rave Kids On The Block), do vocalisata Ricardo Carneiro (da banda cult Mickey Junkies, que recentemente voltou à ativa), da escritora Clarah Averbuck e do jornalista Alex Antunes, autor do livro "A Estratégia Lilith", fonte do roteiro do filme.

O diretor Francisco Cesar Filho é responsável por curtas-metragens documentais que tiveram premiações internacionais e foram exibidos em prestigiosos festivais, como Roterdã, Locarno e Nova York (veja mais abaixo).

“Augustas” tem direção de fotografia de Aloysio Raulino (do filmes “O Prisioneiro da Grade de Ferro”, “Serras da Desordem” e “FilmeFobia”), direção de arte de Rafael Ronconi (dos longas “Antônia” e “Cidade dos Homens”) e produção executiva de Eliane Bandeira (de “A Concepção” e “Meu Mundo em Perigo”).

O filme é realizado pela Anhangabaú Produções, empresa responsável por “Meu Mundo em Perigo” (de José Eduardo Belmonte), vencedor de três prêmios no último Festival de Brasília, pelos curtas “Carmem e Leão” e “O Sonho de Tilden” (este selecionado para o É Tudo Verdade 2008) e pelos longas em finalização “Se Nada Mais Der Certo” (também de Belmonte) e “Dom Quixote do Araguaia”, de Erika Bauer. A produtora roda no segundo semestre deste ano “Tropicália “, longa de Ana Oliveira e Francisco Cesar Filho.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Futebol na Rádio Nacional

O ano do cinquentenário da primeira Copa do Mundo conquistada pelo Brasil pode ser o marco da volta das transmissões de futebol pela Rádio Nacional, do Rio de Janeiro. No próximo dia 26, a emissora transmite o amistoso comemorativo entre Brasil e Suécia, que será disputado em Estocolmo. O narrador André Luis Mendes se encarregará do relato. Mais informações no blog de Daniel Pereira, do Sportv, e da Rádio Manchete. Vale destacar que alguns dos grandes nomes da rádio esportivo brasileiro passaram pelo prefixo, como Jorge Curi, José Carlos Araújo, Washington Rodrigues, Orlando Batista, entre outros.

E os amantes da história do rádio e do futebol vão se deleitar com um presente que a atual equipe da Rádio Nacional proporcionou. Através de um hot site, é possível ouvir (e baixar) o aúdio da transmissão original da final da Copa do Mundo de 1958. A narração é de Jorge Curi e Oswaldo Moreira. Os comentários são de Guilherme Sibemberg. Um documento histórico, sem dúvida. Outras emissoras que estivem presentes a essa final, como Bandeirantes, Jovem Pan e Guaíba, poderiam seguir o exemplo da Nacional e liberar o aúdio de suas transmissões aos seus internautas.

A Paixão de Cristo, segundo a Jovem Pan

Atenção, estudantes de jornalismo de plantão: está no ar, desde a meia-noite, "A paixão de Cristo, segundo a Jovem Pan", um programa há mais de 30 anos no ar, que apresenta uma maratona de entrevistas, bate-papos,e reflexões sobre o significado do período de Páscoa e sobre o cristianismo, principalmente sobre o catolicismo. Vale a pena ouvir, mesmo que você não seja cristão ou seguidor dessa denominação religiosa. E para você que estuda comunicação, acompanhe por meia hora a fim de começar a formar sua opinião sobre a veiculação de assuntos religiosos pelo rádio, assunto esse tão polêmico quanto fascinante.

Rádio Jovem Pan AM 620 KHz - São Paulo - http://www.jp.com.br

quinta-feira, 20 de março de 2008

Olho no laaaance!

Na terça-feira, 18/3, o narrador e ex-árbitro de futebol Silvio Luiz esteve no programa Pànico, da Jovem Pan FM, para falar sobre seu livro e também sobre seu novo site, o www.silvioluiz.com.br.

Carioca, que vem passando trotes para famosos desde o início do ano usando a voz do Silvio, aproveitou a deixa e exibiu sua última "arte": Um trote para o autor Manoel Carlos.

Clique aqui e ouça o trote. No mesmo arquivo, na sequência, Silvio Luiz fala da importância do rádio para quem quer trabalhar com comunicação.

http://www.programakizumba.net/silvioluiz.wma

O fim da revista Outracoisa

Leio no Jornal do Brasil que a revista Outracoisa deixa de circular, após 22 edições.

Nada mais natural: os CDs que vinham encartados repercutiam muito mais que seu conteúdo editorial.

Alguém aí é capaz de lembrar de alguma reportagem, crítica ou algo do tipo que tenha gerado algum tipo de debate?

Não fará falta alguma.

*

Infelizmente, não existe mercado para revistas que falem apenas de música. Mas isso não significa a morte do jornalismo especializado no assunto. Ele sobrevive na Internet e, por incrível que pareça, nos jornais diários.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Notícias da Rádio Capital

Eli Corrêa consolida 1.º lugar
de audiência na Rádio Capital

O comunicador Eli Corrêa, com 35 anos de sucesso no rádio de São Paulo, tem mantido o primeiro lugar de audiência pela Rádio Capital, entre as emissoras AM, no período da tarde. Autor do bordão “Oi, Gente” e conhecido como “O Homem Sorriso do Rádio”, Eli apresenta dois programas diários: das 5h30 às 8 horas e das 13 às 16 horas. O pico de audiência ocorre às 14 horas, quando vai para o ar o quadro “Que Saudade de Você”, com o próprio Eli narrando alguma história real de amor ou amizade entre duas pessoas. Nascido na pequena cidade de Paranagi, no Norte do Paraná, Eli Corrêa começou carreira no rádio em Barra Bonita (SP) e prosseguiu em Jaú (SP). Com 19 anos, chegou a São Paulo e passou a fazer programas na antiga Rádio Tupi. Mais tarde, trabalho nas Rádios Record, Globo, Capital e América. Desde 2002, está novamente na Rádio Capital, que iniciou reestruturação em 2004. Domingo, 16 de março, Eli entusiasmou cerca de 30 mil pessoas ao apresentar “O Consumidor é Show”, um espetáculo com cantores populares, como Sérgio Reis, no Parque da Independência, no bairro do Ipiranga. Com simplicidade e carisma, recursos para conquistar o público, ele não gosta de tirar férias: em janeiro de 2007, parou por duas semanas, após seis anos sem interromper o trabalho, e tem adiado os planos para uma nova folga neste ano.


*

Ilana Alves e Ivo Morganti
no “Verdade Capital 1040”

“Verdade Capital 1040 – 2.ª Edição” é o novo jornal diário da Rádio Capital AM, de São Paulo, que vai ao ar das 17h30 às 18 horas, apresentado por Ilana Alves e Ivo Morganti, com a participação de toda a equipe de Jornalismo da rádio. Ivo, que apresentou o “Aqui Agora” no fim dos anos 80 no SBT, tem 29 anos de experiência nos microfones e é também narrador esportivo. Ilana, com 8 anos de carreira na Rádio Capital, é professora de jornalismo.

Esse informativo de 30 minutos, com agilidade, estreou em 18 de fevereiro e tem recebido elogios dos ouvintes. Também participam os repórteres Adriano Barbiero, Bruno Bernardi, Carla Mota, Carolina Mattos, Cid Barboza e Ronaldo Pantera Lopes, além de toda a equipe de Esportes. Produção de Sizemar Silva e coordenação de Luiz Carlos Ramos.

A primeira edição do “Verdade Capital” é apresentada diariamente por José Maria Scachetti há um ano e meio, das 4 horas às 5h30 da madrugada. Está em primeiro lugar em audiência no rádio AM de São Paulo. A Rádio Capital é sintonizada em 1040 kHz AM ou, pela internet, no site www.radiocapital.am.br


*

Com informações da The Winner Press Service

domingo, 16 de março de 2008

Meu velho amigo da CBN

Grande Marcão (ou Janjão):
Aqui é o Haisem Abaki, da Rádio Bandeirantes. Acompanho o seu trabalho no Rádio Base e sempre me lembro do nosso bom tempo na CBN. Espero que você esteja bem. Escrevo para informar que agora tenho um blog no qual publico crônicas semanais, sempre às sextas-feiras, a partir das 10 da manhã. Nesse projeto, procuro apresentar uma visão bem-humorada do dia-a-dia, além dos bastidores do jornalismo. Se quiser conferir, o endereço é http://blogdohaisem.blig.ig.com.br. O conteúdo do blog também está disponível na seção Crônicas do Haisem, no site radiobandeirantes.com.br. Mande notícias suas.
Um abraço e parabéns

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É, foquinhos e foquinhas, tá pensando que o pessoal dos outros blogs é que conhece gente importante do rádio, é? Aqui nosso hall de amizades é podoroso. Eu conheci este grande jornalista quando ele era apenas um simples redator nas madrugadas da CBN, quando a emissora eram 3 letrinhas sem nenhuma notoriedade na Imprensa brasileira. Como a gente estava começando a carreira, nosso sonho dourado era trabalhar na Bandeirantes com Zé Paulo, Salomão, Antonio Carvalho, etc. E olha que a CBN não ficava devendo nada pra emissora dos Saad, viu? A gente não tinha os recursos que a Band tinha, mas tinha muita vontade de fazer rádio igual ou melhor do que eles. E também tínhamos um monte de fera experiente que o Celso de Freitas tirou do burro ostracismo para mostrar como se faz jornalismo com jota bem grandão. O mais bobinho desta turma consertava relógio de pulso no escuro com luva de boxe. Quem não fez estágio lá naquela época, perdeu. Se trabalhou lá e não aproveitou para aprender sobre radiojornalismo, marcou bobeira. Eu aproveitei e bem, obrigado.

O Haisen era o nosso repórter Enterprise: ia aonde os outros jamais sonharam em chegar. Bons tempos aqueles. E o Haisen não mudou nada: continua sendo o mesmo cara competente e humilde de sempre, que saía 9 e meia da noite lá de Mogi das Cruzes para entrar à meia-noite na nossa redação. Só saía depois das 8 das matina, com todos os relatórios e reportagens feitas. Hoje comanda o jornal mais tradicional do rádio brasileiro. Isso é pra quem pode. Não é pra quem quer. Ou seja, molecadinha que está na faculdade, aprende com quem é profissa. Um grande abraço Haissen e continue na nossa sintonia.

Notas sobre o rádio esportivo

-Pois é, todas as emissoras da Grande São Paulo que cobrem futebol priorizaram o clássico entre Palmeiras x São Paulo (que teve transmissão direta pela tv). No mesmo horário, jogavam São Caetano x Santos e o torcedor santista que vive na região não teve a opção de acompanhar seu time pelo rádio.

-E o Terceiro Tempo pós-Palmeiras x São Paulo reviveu seus bons momentos jornalísticos da década de 80 durante a entrevista com Marco Aurélio Cunha, do staff são-paulino. O dirigente reclamou da arbitragem e foi duramente contestado por Milton Neves e Mauro Beting. Ocorreram momentos de polêmica e tensão (especialmente entre Cunha e Beting), mas tudo sempre em alto nível. E detalhe: em quase oito minutos de gravação, Milton Neves não interrompeu para nenhum merchan. Ouça no player abaixo.

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PS.: Vocês podem perguntar o porquê dessa gravação estar com eco, recurso técnico que a Bandeirantes não usa mais há muitos anos. É que eu gravei do site da Bandeirantes de São José dos Campos, o único cujo som é próximo ao estéreo. Vale dizer que o aúdio da Bandeirantes matriz na web é mono e horrível.

Cultura AM está com o sinal ruim

O site Bastidores do Rádio publicou uma nota sobre problemas enfrentados na recepção do sinal da Rádio Culuta AM (1200Khz) em alguns locais de São Paulo, mesmo depois da inaguração de um novo transmissor:

Cultura AM tem sinal ruim
11/03/2008 - terça-feira

Estamos recebendo diversas reclamações a respeito do sinal de transmissão da Rádio Cultura AM (1.200 kHz - São Paulo/SP). A quase 1 mês, a emissora está pegando mal em lugares que antes pegava bem, segundo relatos.

Pelo que apuramos, a emissora mudou seu parque técnico para a região da Represa de Guarapiranga, e "provavelmente" ainda não acertou por completo todos os detalhes de seu sinal.


Depois de levado ao Radar Cultura, Gioconda Bordon, Coordenadora do Núcleo de Rádio da Fundação Padre Anchieta, tratou o caso com a merecida transparência:

De fato, a Antena agora está na Represa de Guarapiranga. A mudança foi feita depois de muitos estudos técnicos, com o objetivo de obtermos um sinal mais limpo e mais potente.
Porém, segundo os engenheiros responsáveis pelo projeto, faltam ajustes. O presidente da Fundação Padre Ancheita, Paulo Markun, mandou que fosse feito um laudo técnico minucioso para que esse problema seja solucionado.
Afinal, a mundança da antena foi efetivada para ampliar nosso sinal.
Nossos amigos "radareiros", ficarão informados, é claro.

Fórmula 1 no rádio

Entra ano, sai ano, a Fórmula 1 continua com uma extensiva cobertura das emissoras de rádio. É um fenômeno que merece um estudo de caso bem detalhado. É o único esporte de competição com espaço nas emissoras além do futebol. Enquanto isso, vôlei, basquete e futsal só recbem atenção quando as respectivas seleções nacionais estão em ação durante a Olimpíada e Jogos Pan-americanos. Dizem que essa falta de espaço é culpa de equipes cujos nomes não são de clubes, mas sim, de seus patrocionadores. Por exemplo, as emissoras tem pudor em dar espaço gratuito para produtos como Finasa e Rexona, que são as equipes finalistas da Superliga feminina de vôlei. Pode até ser verdade, mas como justificar isso diante do fato de que uma das principais equipes de F-1 na atualidade é a Renalut, com ativa operação comercial aqui no Brasil? Vamos ver se o nascimento da Rádio Band Sports, que parece estar próximo, pode mudar esse panorama por aqui.

No player abaixo, você pode acompanhar a largada do movimentado GP da Austrália, na narração de Odinei Edson, da dobradinha Band News-Bandeirantes.

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Lewis Hamilton faturou o primeiro lugar desta prova. Odinei Edson narrou assim sua chegada.

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sábado, 15 de março de 2008

Não atire! Sou apenas o DJ!

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Antes do texto, uma nota explicativa: No dia 11/3, meu outro blog, o Futuro do Jornalismo, completou 2 anos no ar. Para comemorar, decidimos (os outros membros do blog e eu) publicar somente textos de convidados na data. Como tivemos um retorno muito bom, tanto em quantidade quanto em qualidade, um dia seria pouco e os convidados acabaram tomando conta do blog por praticamente uma semana.

Fiquei muito honrado com os textos e separei esse para fechar a semana com chave de ouro. Um artigo inédito de Roberto Maia sobre o Murray Kaufman e a parca história sobre o rádio brasileiro. Como tem tudo a ver com a Rádio Base, que é citada, publico aqui também. Boa leitura.
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* Por Roberto Maia

A palavra DJ, no mundo moderno, se tornou sinônimo de superstar, mas sua humilde origem, nas condições mais precárias das pequenas emissoras ao redor do mundo, ficou completamente soterrada pelo glamour das pistas nas quais os aclamados djs modernos “tocam” suas seleções .

Em outros países, onde a memória é mais civilizada, sites, discos, livros e outras fontes celebram a história destes que foram e serão uma fonte inesgotável de revelações, uma simples companhia ou uma grande polêmica.

Vou citar alguns nomes do inicio da era “FM” dos anos 80, só por referência, mas veja se é fácil conseguir informações históricas e mais consistentes sobre eles: César Rosa, Serginho Leite, Paulinho Leite (o velho Milk), Beto Rivera, Tavinho Ceschi, Rony Magrini e por aí afora. Não falo de pessoas que gostam de rádio, pois é obvio que estas saberão mais coisas destes grandes profissionais; falo sim da história da rádio brasileira que parece não existir de forma oficial.

Por isso cito o dj Americano de Murray Kaufman (1922 –1982), mais conhecido como Murray the K, que começou nos anos 50 e teve seu pico de fama na década de 60 , quando ficou conhecido como o quinto Beatle, por desenvolver uma grande amizade com o quarteto britânico que lhe concedia entrevistas exclusivas . Quando os Beatles foram à Nova York, em fevereiro de 1964, Murray foi o primeiro DJ a dar boas vindas àquela “nova” banda que já tinha ouvido falar dele em Londres. Pessoas contaram aos Beatles do fantástico estilo de Murray e seu fabuloso programa musical. O resultado foi que este DJ transmitiu seu programa do mesmo hotel em que o grupo estava hospedado e ainda acompanhou a banda pelo país, ficando no mesmo quarto que George Harrison em Miami, este quarto serviu de cabine oficial de transmissão.

Murray inovou no formato para FM quando trouxe artistas polêmicos em entrevistas de longa duração, nas quais não apresentava só a música que era o hit dos artistas, mas todas as variantes dos repertórios dos mesmos . Foi um dos primeiros a dar um longo espaço a nomes como Bob Dylan e toda aquela geração que fazia o chamado folk de protesto.

Ironicamente,apesar de seu estilo e fama, a emissora WOR-FM, no final dos anos 60, queria mais de Murray e o obrigou a seguir um “playlist” oficial; ele, obviamente, se recusou, mas o resultado foi um ataque do coração devido ao stress da situação; daí em diante sua carreira prosseguiu , mais amena e menos polemica, em várias rádios por todos Estados Unidos e também no Canadá.

Murray morreu de câncer em 1982 aos 60 anos.:

Bem, “causos” como este que fazem falta na história da rádio brasileira, salvo por intermédio de diletantes e adoradores que guardam fitas e mantêm seus sites as duras penas (Radio Base por exemplo), muito pouco se tem de referência e reverência.

É hora de fazer algo, antes que o “último DJ de rádio” leve um tiro de misericórdia!

* Roberto Maia foi diretor por 13 anos da finada e saudosa rádio Brasil 2000. Hoje, é um dos proprietários da Agência Pode, empresa especializada na produção de podcasts e videocasts.

Equipe Furacão a serviço do Barueri

Na semana passada, falamos aqui das duas equipes que transmitem futebol pela Rádio Terra AM. Demos destaque a Equipe Líder, que priorzia as partidas da Portuguesa de Desportos. Além dela, há a Equipe Furacão, cujo foco são as partidas disputadas pelo Grêmio Barueri, uma equipe que vem se destacando há algum tempo dentro do futebol paulista, com acessos à série B do campeonato brasileiro e a primeira divisão do campeonato paulista. A administração do clube é feita em parceria com a prefeitura. Segundo o site oficial do clube, "a prefeitura subvenciona apenas as escolinhas de esportes, sendo o futebol profissional a partir de 2007 totalmente auto-sustentável".

O blog Rádio Base acompanhou a transmissão de Barueri e Rio Preto, jogo ocorrido neste sábado 15 de março. Antes da bola rolar, uma longa entrevista com o prefeito da cidade, Rubens Furlan, do PMDB. No trecho que destacamos, ele fala de suas obras e deixa claro que tem participação ativa na programação da Equipe Furacão. Nunca é demais lembrar que estamos em ano eleitoral.

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E a participação de Furlan não se limita apenas a conceder em entrevistas antes dos jogos. Seu nome é lembrado até mesmo depois dos gols da equipe do Barueri. "E o prefeitão Rubens Furlan vibrando com este gol do Duílio", diz o repórter Toni Marchetti.

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No segundo gol, outra menção ao "prefeitão" Furlan.

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Além de Marchetti, a Equipe Furacão conta com Antonio Julio Baltazar nos comentários, e com Adriano Zini na narração. Ela já passou por diversos prefixos da Grande São Paulo. Agora reaparece na Terra AM, divulgando não apenas o futebol do Grêmio Barueri.

Aceleeeeeeera!

Demorou!

Nessa madrugada começa para valer a temporada 2008 de Fórmula 1. O treino de classificação já tirou o fôlego dos amantes da velocidade e o ano promete.

Fica a dica: Assista pela TV, sem som, e ouça pelo rádio. A transmissão da Globo vai ser off tube, ou seja, Galvão estará no estúdio. Já que é para ouvir off tube, fique com o rádio.

Quem estiver na Austrália conferindo de perto ainda vai ter direito a um show do Kiss logo depois da corrida. Infelizmente, para cá não deve vir nem um ml da maquiagem dos caras.

Bandeirantes e Jovem Pan farão a transmissão da corrida a partir da 1h30 desse domingo.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Rádio Legal

Recebi uma dica por e-mail sobre o novo programa da Rádio Legal, o QTC Legal, voltado para radioamadores.

A rádio não é ao vivo. Acessando www.radiolegal.org, você clica em "Ouça a Rádio Legal" e baixa um playlist com todos os programas da emissora, na ordem, o que te dá a liberdade de pular uma atração que não lhe pareça muito interessante.

A página é um HTML bem simples e a rádio é administrada por cegos de Santa Catarina.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Besteirol do Miltão

Hoje é dia de futebol e dia de Terceiro Tempo na Bandeirantes. Toda quarta, já na alta madrugada, parte da atração comandada por Milton Neves é dedicada ao besteirol. E Mauro Beting se sai bem como coadjuvante. Acompanhe um trecho do programa da semana passada (05.03).

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Abaixe o som da tv e aumente o volume do rádio...

...só o Rádio Base faz isso para você. No último domingo, o Grêmio suou, mas ganhou do Novo Hamburgo por 1 a 0. No vídeo abaixo é possível acompanhar a narração de Marcos Couto, da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre.



Dizem que Couto, em suas narrações, imita o já consagrado Haroldo de Souza, narrador principal da Rádio Guaíba. O próprio Haroldo comentou sobre isso numa entrevista que ele concedeu ao projeto Vozes do Rádio, da PUC-RS:

Olha, eu não sei. Falam muito no Marcos Couto. Eu tento ouvir esse rapaz, e não tem nada parecido comigo. As pessoas dizem que parece muito. Se tiver, é dele pra mim, porque eu tenho 58, e ele tem 30 e poucos anos. Papel carbono eu não sei se é uma boa. Eu já conversei com ele. Ele é um cara muito legal. Eu digo "Marcos, o negócio é o seguinte: eu tenho um orgulho muito grande em saber que você está tentando imitar. Na acepção da palavra imitando. Se você continuar assim, enquanto eu estiver narrando, você não vai conseguir se firmar. Por que você não faz como eu fiz? Eu tenho um parâmetro do Pedro Luis e do Fiori Gigliotti. Por que você não pega, então, algumas coisas minhas e faz algumas coisas tuas. Faz uma seleção, faz um contorno pra você ver como fica legal. Tu tens uma bonita voz, tem rapidez, tem velocidade, tem reflexo, fala bem". Ele agradeceu, mas eu não sei se ele continua. Agora eu, sinceramente, e na minha casa a gente liga o rádio, porque começaram a falar muito "você foi pra Bandeirantes". Eu digo "como fui pra Bandeirantes, rapaz?". "Não, tem um cara lá que é igual a você, e você não tá trabalhando. Pensei que você tava lá". Eu pensei: mas será que é tão parecido assim? Um dia eu fiquei em casa, e ele estava narrando. Botei umas fitas minhas na parte de baixo do gravador e liguei o rádio na outra. Eu não vejo nada parecido. Só uma tonalidade de voz quando termina a frase que é mais ou menos parecida. Ou então, o diz em que ele está mais alucinado e começa a falar que as bandeiras estão tremulando. Mas aí é sacanagem, né cara? Aí, o ridículo não sou eu que vou cair. Quem vai cair no ridículo é ele, não eu.

Se o amigo leitor quiser tirar a prova, acompanhe uma narração de Haroldo de Sousa clicando no vídeo abaixo.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Capital Inicial na Metropolitana


Os brasilienses do Capital Inicial vão agitar os estúdios da Metropolitana FM na próxima terça-feira (11). Liderada por Dinho Ouro Preto (foto), a banda vai fazer um pocket show ao vivo no programa Chupim, humorístico líder em audiência.

Eles vão tocar sucessos da carreira, que começou no início da década de 80, e músicas do álbum mais recente, Eu nunca disse Adeus, lançado em 2007, mesmo ano em que venceram o Prêmio Multishow de Música Brasileira na categoria Melhor Grupo. O Chupim vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 18 às 21 horas, pela Metropolitana FM (98,5). www.metropolitanafm.com.br

O rádio apaixonado

Esse é o texto do Moacir Scliar que saiu hoje, 10/3, na Folha de S. Paulo. Para os incautos: Scliar escreve às segundas-feiras um texto de ficção baseado em alguma notícia publicada nos dias anteriores. Sempre é bom, mas hoje ele se superou:

Rádio de carro aumentou volume sozinho até pifar, afirma leitora. "Comecei a observar que o rádio esquentava o botão se a frente fosse deixada nele. Logo depois, começou a ficar louco: aumentava o volume sozinho, até parar de funcionar". Ela disse ainda ter notado um som estranho que saía do interior do aparelho. "Só posso escutar o rádio com o carro ligado e, a cada vez que o ligo, ele está todo desconfigurado. O meu MP4 queimou ao ser ligado ao rádio". Cotidiano, 3 de março de 2008.

MINHA QUERIDA DONA, sei que você anda se queixando de mim, publicamente, até. Você não pode imaginar o sofrimento que isto me causa, mesmo porque você provavelmente acha que rádios são objetos inanimados, sem vida própria.
Você está enganada. Ao menos no meu caso, você está enganada. Ao contrário do que você pensa, tenho sentimentos, tenho emoções. É em nome desses sentimentos e dessas emoções que lhe falo agora, tanto em AM como em FM. Na verdade, eu nem tinha tomado conhecimento de minha própria existência, até que fui instalado em seu carro.
Você estava muito feliz; tinham lhe dito que minha marca é ótima, e que você contaria com um som maravilhoso para lhe ajudar no estresse que é esse trânsito. E, eu colocado no meu lugar, você me acariciou, você tocou os meus botões. Senti um verdadeiro choque, eu que já deveria estar acostumado com eletricidade. Você fez de mim um ser vivo.
Vivo e apaixonado. Daquele momento em diante, passei a ansiar por sua presença. Era para você que eu queria transmitir as melodias que recebia por meio de tantas canções. Você ao volante, minha felicidade era completa.
Acontece que você não se deu conta disso, ou fingiu que não se dava conta disso. Você me ligava, você sintonizava uma emissora qualquer e pronto, voltava à sua vidinha. Pior: tratava-se de uma vidinha partilhada. Amigas embarcavam em seu carro. Amigos também. Você conversando com um homem, aquilo me dava ciúmes, ciúmes terríveis. O Bentinho, do Machado de Assis, aquele que desconfiava da Capitu, não sofreu tanto. Lá pelas tantas eu tinha ciúmes até do seu MP4.
Agora: o que poderia eu fazer? Humanos têm como demonstrar seus ciúmes, têm como descarregar a frustração. Mas eu sou um rádio, um bom rádio, mas rádio, de qualquer maneira. A mim não estava facultado fazer cenas. Recorri, então, àquilo que estava a meu alcance: o som.
Quando você estava com alguém de quem eu não gostava, eu aumentava meu volume -e volume, você sabe, é coisa que não me falta- até chegar a níveis insuportáveis, uma avalanche de decibéis. E aí, subitamente me calava. Para lembrar a você que o silêncio também fala, especialmente o silêncio dos traídos. Ah, sim, e queimei o seu MP4. Tinha de queimar: era ele ou eu.
Você foi se queixar com um técnico, achando que eu estava desconfigurado. Num certo sentido você está certa: estou desconfigurado, estou desfigurado, estou perturbado -mas tudo isso por causa do sofrimento que você me causou.
Querida dona, estas são minhas derradeiras palavras, antes de sair definitivamente do ar, antes do silêncio final. Minha última mensagem é esta: nunca brinque com os sentimentos de um rádio apaixonado. Você vai ter, no mínimo, surpresas desagradáveis.

Moacir Scliar

Rádio esportivo de São Paulo não dá opção ao torcedor

Se eu não contei errado, aqui na grande São Paulo temos oito emissoras dedicadas a transmitir futebol. A saber: Jovem Pan, Eldorado/ESPN, CBN, Bandeirantes, Record, Capital, Globo e Terra. E nesse domingo, salvo engano meu, todas trataram como prioridade o jogo entre Corinthians e Guaratinguetá, no Morumbi. Ao mesmo tempo, o Palmeiras estava em Bragança Paulista, enfrentando o Bragantino. Esse confronto teve transmissão direta pela televisão. Quem acompanhou o jogo do alviverde e quis entrar naquele esquema "abaixe o som da tv e aumente o volume do rádio", não pode fazer isso. Pior: os palmeirenses que estavam fora do país e tinham condições de acompanhar alguma emissora de rádio on-line não puderam escutar a partida do seu time. Tudo isso é medo de concorrer com a tv aberta?

Saudades dos anos 70 e 80, em que havia opção. Quem não se lembra das dobradinhas Tupi-Difusora, Bandeirantes-São Paulo, Globo-Excelsior ou Record-Gazeta. Elas facilitavam muito a vida dos torcedores, especialmente quando da coincidência de duas partidas importantes no mesmo horário. Cada emissora escolhia uma delas para transmitir na íntegra e todos eram atendidos.

UPDATE (11.03 - 01h10): Falei só das AMs, mas esqueci das FMs: Transamérica e 105 FM. Com isso temos 10 rádios transmitindo futebol na grande São Paulo. E ambas também escolheram o jogo do Corinthians para transmitir.

domingo, 9 de março de 2008

Nathasha King - AM FM

Demorei, mas achei essa bagaça de música. Havia uns 20 anos que eu não a ouvia. Música típica do tempo do break, lembra? Ouve aí.

Programa Outra Versão #25

Mais jóias raras no ar:

Rolling Stones vs. Fatboy Slim - Satisfaction
Steve Earle – Breed
Autoramas - Voce Não Soube Me Amar


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Os programas anteriores, no player à direita, como sempre: http://www.futurodojornalismo.zip.net/.

sábado, 8 de março de 2008

Equipe Líder sempre priorizando os jogos da Portuguesa

Sem dúvida, São Paulo é uma das capitais mundiais do futebol. A cidade sedia três campeões de nível internacional: Corinthians, Palmeiras e São Paulo. E toda a atenção da mídia esportiva daqui está dedicada a eles. Não sobra muito espaço para os outros dois clubes da capital, o Juventus e a Portuguesa. No entanto, os torcedores da Lusa tem um privilégio que os times grandes não têm: uma equipe de rádio que só acompanha e transmite os jogos de seu time, onde quer que eles aconteçam.

A idéia foi do radialista Armando de Barros, e pelos meus cálculos esse projeto já tem mais de 30 anos. A Equipe Líder, como foi batizada, já passou por diversos prefixos de pequeno e médio porte da Grande São Paulo, entre eles as rádios Boa Vontade e Trianon. Atualmente, os jogos da Portuguesa podem ser ouvidos na Rádio Terra AM (SP), 1.330 kHz.

Armando de Barros já é falecido e o comando da equipe hoje é de seu filho, Alexandre Barros. Atualmente, o perfil da Equipe Líder mudou um pouco (talvez por uma questão de sobrevivência) e ela transmite outras partidas que envolvam outros clubes. Mas a prioridade sempre é da Portuguesa.

O blog Rádio Base acompanhou a cobertura de Portuguesa x São Paulo, clássico válido pelo Paulistão-08. Clicando no player abaixo, você pode ouvir a narração de Alexandre Barros para o gol marcado por Rogério, o primeiro da vitória rubro-verde.

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E não ficou só nisso. Bruno Recife fez o segundo gol, que deus números finais à peleja.

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Durante a transmissão, Alexandre Barros aproveitou para alfinetar a concorrência e criticar a já manjada prática da transmissão feita do estúdio, conhecida em alguns lugares como "tubão" e em outros como "geladão".

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A transmissão de Portuguesa x São Paulo teve de ser interrompida por três minutos para a formação de uma rede nacional. Devia ser algo do governo ligado ao Dia Internacional da Mulher. Sorte que durante esse tempo, não aconteceu nada de relevante, como informou depois Alexandre Barros.

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A Equipe Líder não ocupa espaço sozinha na Rádio Terra. Ela divide espaço com uma outra equipe de esportes, comandada por Toni Marchetti e Antonio Julio Baltazar, que se dedica à transmissão de jogos do Grêmio Barueri, que disputa a primeira divisão do campeonato paulista. Mas pelo o que foi publicado pelo site Bastidores do Rádio, a Equipe Líder tem a prioridade na Terra AM. Quando houver coincidência de datas e horários, os jogos do Barueri serão transmitidos pela Terra FM.

UPDATE (20.02.2010). A Equipe Líder mudou de prefixo e suas jornadas esportivas agora são veículadas pela Rádio Tupi (AM), de São Paulo.

Efeméride

BBC Brasil festeja 70 anos da estréia em ondas curtas

por Laura Mattos
da Folha de S. Paulo


"O Senhor Hitler entrou hoje à noite em Viena, no meio de um entusiasmo formidável. De pé, em seu carro aberto, respondeu repetidamente com saudações nazi às aclamações da multidão..." Foi essa a notícia que inaugurou, em 14 de março de 1938, as transmissões da BBC para o Brasil, por meio das ondas curtas do rádio.
Setenta anos depois, as OCs são coisa do passado. Desde 2004, não há mais transmissão da BBC Brasil pelas ondas curtas. No rádio, só permaneceram os boletins produzidos para CBN, Globo e Radiobrás.
O foco do serviço em português da rede britânica passou a ser produção de conteúdo jornalístico para novas mídias, concentrada no portal www.bbcbrasil.com, que em janeiro teve 4,2 milhões de visitantes, seu recorde de acessos.
"Neste ano, vamos ampliar o número de vídeos para a internet e devemos vender conteúdo para celulares. Já fazemos reportagens para o "Jornal da Band", mas buscamos mais parcerias na TV", afirmou Rogério Simões, diretor da BBC Brasil.
Nesta semana, a comemoração do 70º aniversário terá eventos em Brasília e São Paulo, além da série de reportagens "O Gigante Vizinho - O Brasil e a América do Sul", produzida nos outros 11 países da América do Sul, a ser apresentada de segunda a sexta no portal e no "Jornal da Band". No Centro Britânico, em SP, serão realizados debates (ingressos já esgotados) com convidados como o correspondente da BBC na Venezuela, Carlos Chirinos, a correspondente da Al Jazeera em Buenos Aires, Lucia Newman, o ombudsman da Folha, Mario Magalhães, e o colunista do "La Nación" Ferman Saguier.

Império britânico
Além da BBC Brasil, a rede opera em 31 línguas estrangeiras, a maioria por meio da internet. O serviço em árabe, que concentra o maior investimento, lançará em abril um canal de TV para concorrer com a CNN em árabe e a Al Jazeera.
Inaugurado em 2006, o escritório da BBC Brasil em São Paulo conta com oito jornalistas. Em Londres, são 14, além de correspondentes em Brasília, Washington e no Cairo.

Recado da Selma Boiron

Nesta segunda-feira, reestréio na locução da Paradiso FM Rio deJaneiro (95,7mhz ou paradisofm.com.br), das 12 às 17h.

Aviso aos navegantes

Playground FM no ar só em abril, talvez.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Rádio Capital abre a festa dos 50 anos do Brasil campeão

Em 29 de junho de 1958, o futebol brasileiro conquistou pela primeira vez o título de campeão mundial. Pelé, Djalma Santos, Zito, Zagallo e outros heróis vão desfilar pela programação esportiva da Rádio Capital AM, de São Paulo, durante todo este ano, o ano dos 50 anos do Mundial da Suécia, o Jubileu de Ouro do Esquadrão de Ouro. A abertura da festa do Jubileu será neste sábado, 8 de março, às 14 horas, com Zito sendo o personagem central da Homenagem ao Artista da Bola. Titular da seleção nas Copas de 1958 e 1962 e companheiro de Pelé no Santos, José Ely de Miranda (Zito) vai dar entrevista à Rádio Capital e ser homenageado por esportistas e artistas. Produção de Bruno Filho, com a participação da equipe de Esportes 1040: os narradores Ivo Morganti e Fausto César, os comentaristas Dalmo Pessoa e Alfredo Loebling e os repórteres Valmir Jorge, Rafael Esgrilis e Bruno Bernardi. Participação especial de Roberto Avallone, que também apresenta diariamente, na Capital, o programa “No Pique”, das 18 às 19 horas. No ano do Jubileu, também serão relembrados Garrincha, Didi, Mauro, Vavá, o técnico Vicente Feola, o “Marechal da Vitória” Paulo Machado de Carvalho. Depois de ter sido campeão mundial de 1958, o Brasil ganhou mais quatro títulos. Mas, do primeiro, a gente nunca se esquece.

A Rádio Capital é sintonizada em 1040 kHz AM ou, pela internet, no site www.radiocapital.am.br

Os planos da USP FM para conquistar o público jovem

Entre neste site e veja quais são os planos da Rede USP de rádio para conquistar e entrar no "mercado" do público jovem. Jornal da USP Online

Áudio Papo estréia hoje na USP FM

Estréia hoje, às 20h30, na Rede USP de Rádio (www.radio.usp.br ) logo após "Nonstop Music", o Áudio Papo. Será que Fábio Rubira e o pessoal do programa vão se sair bem? Ouça e depois comente!!!

Band News FM Online ( e ninguém avisa o ouvinte?)

Existem coisas que ninguém entende no rádio. A Band News FM, a rede de notícias radiofônicas do Grupo Bandeirantes de Comunicação, colocou em seu site um link para se ouvir todas as emissoras da rede pela internet. É um plugin até muito prático já que o ouvinte pode mudar de uma emissora a outra num simples clique no mouse.

O problema é que a emissora se esqueceu de avisar ao ouvinte que ele poderia escutar qualquer emissora Band News FM pela web. Não avisa pelo menos aqui em São Paulo. A Band News Fluminense 94,9 MHz anuncia a novidade constantemente.

Não custava nada a emissora paulistana criar um spot avisando da nova opção, uma vez que muitas pessoas, por diversos motivos, não conseguem ou não podem ouvi-la em seu trabalho por aparelhos de rádio convencional. Mas pela internet, podem.

Este editor que vos escreve, neste exato momento, ouve a Band News FM de Brasília pela web, de um computador de um escritório do alto de um prédio no centro da capital paulista. Este local é notoriamente um dos piores pontos de recepção de rádio FM e AM da Grande São Paulo. Muitas pessoas que por dever de ofício precisam das informações do rádio também sintonizam pelos seus PCs . Porém, as suas opções estão nas concorrentes da Band News - Jovem Pan, Eldorado e, principalemente, CBN.

Acordai, meu povo da Band News FM, porque a concorrência é cruel e ouvinte, implacável.

terça-feira, 4 de março de 2008

Futuro da Rádio Haroldo de Andrade é incerto

Com a perda de seu fundador, um futuro nada animador ronda a freqüência dos 1060Khz, a Rádio Haroldo de Andrade. Segundo Ancelmo Goés, colunista de O Globo, a emissora seria arrendada por Anthony Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro, e se transformaria na Rádio Palavra de Paz.

Integrantes de uma das comunidades dedicadas ao radialista no Orkut, é claro, protestam. Um deles afirma ter lido em jornais que Haroldo Jr, um dos herdeiros de Haroldo, continuaria tocando a rádio. Vamos acompanhar.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Abaixe o som da tv e aumente o volume do rádio...

...só o Rádio Base faz isso para você. Corinthians e Palmeiras fizeram mais um importante clássico do futebol paulista.

Abaixo você pode assistir ao gol do chileno Valdivia com a narração de Cledi Oliveira, da dobradinha Eldorado/ESPN.



E na sequencia, é possível acompanhar o mesmo lance, mas com a narração de Nilson Cesar, da Jovem Pan.



Dirceu Maravilha, aquele que faz a festa no seu rádio, está na Rádio Record. E ele narrou o gol dessa maneira:



E não poderiamos nos esquecer da narração de José Silvério, o genial pai do gol, da Rádio Bandeirantes.



Agradecimentos especiais a Ruan Peloggia, da comunidade Palmeiras Multimídia, que ripou o vídeo.

domingo, 2 de março de 2008

Aúdio Papo no ar!!!!!!

Áudio Papo é o novo programa produzido pela Rádio USP (www.radio.usp.br) para os públicos jovem e jovem adulto. Com pautas livres e formato descontraído, recebe a cada semana um convidado que discute assuntos da atualidade e conta um pouco sobre sua área de atuação, seja cinema, moda, música, literatura, jornalismo, artes, esportes, TV, mundo digital...

Transmitido às sextas-feiras a partir das 20h30 pela USP FM 93,7 de São Paulo e USP FM 107,9 de Ribeirão Preto, o programa também abre espaço para reportagens especiais, costurando conteúdos inteligentes com clássicos internacionais e músicas escolhidas pelos entrevistados. As participações de Laert Sarrumor e Alcione Sanna da Rádio Matraca (www.linguadetrapo.com.br) garantem boas risadas. No quadro "Papo de Coleguinhas", jornalistas falam sobre suas experiências e o que anda em destaque na mídia.

Áudio Papo será veiculado também pela Rádio Unesp 105,7 FM de Bauru (www.radio.unesp.br), abrangendo uma ampla audiência na capital e interior paulista, em uma parceria inédita com a Rede USP de Rádio (iniciativa já premiada em 2002 pela Associação Paulista de Críticos de Arte).

Convidados
No programa de estréia na USP FM, nesta sexta (7 de março), o apresentador Fabio Rubira conversa com o humorista Márvio Lúcio, o Carioca. "No Pânico a gente faz um negócio muito legal que é reality humor, uma coisa que descobrimos sozinhos", conta. Imitador de personagens famosos, o integrante do "Pânico na TV" deixa escapar: "É maravilhoso zoar a Globo. A gente passa atrás dos links, fazendo as dancinhas. Até virou moda".

O cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão, a modelo Fernanda Motta, a apresentadora Didi Wagner, o ator Rafinha Bastos e a roqueira Pitty estão entre os convidados das próximas edições. Áudio Papo. Estréia sexta, às 20h30, na Rede USP de Rádio (www.radio.usp.br) logo após Nonstop Music. Não perca!

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Pra quem não se lembra, "Non Stop Music" é o pior programa de disco music produzido por uma rádio FM em São Paulo. E o pior de tudo: numa rádio universitária. Mas isso não vem ao caso. Ouça o "Áudio Papo". Depois diga o que você achou, ok? Boa audição!!!!

Takaro não é só nome de japonês

Qualquer pessoa minimamente interessada em música sabe quem é Bob Dylan e sabe também que ele vai realizar um dos shows mais caros da história de São Paulo. Com ingressos variando entre R$ 300 e R$ 900, Dylan se apresentará no Via Funchal nos dias 5 e 6 de março, num clima intimista (segundo a organização, para tentar arranjar uma desculpa pelo preço).

A Cidade Web Rock está com uma promoção que vai sortear ingressos para o show do Rio de Janeiro. Acesse http://www.cidadewebrock.com.br/ e entre em "Promoção".

Por enquanto, é a solução que os paulistas sem grana tem para tentar ver o show. Nada que uma Dutra não resolva.

12 anos sem Mamonas

O acidente que vitimou os Mamonas Assassinas completa 12 anos nessa semana. Publico aqui no Rádio Base texto de minha autoria, que saiu originalmente na revista eletrônica Bacana, tocada pelo meu chapa Abonico R. Smith. O rádio teve muito a ver com a escalada vertiginosa da banda para o mega-estrelato.

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O Brasil tem a péssima mania de deixar passar em branco certas efemérides da história de sua cultura pop. Uma delas completa seu décimo aniversário em 2005. É a ascensão de uma banda na qual poucos apostavam e o seu conseqüente sucesso popular, causando todo o tipo de reação, do estranhamento inicial chegando até o ódio absoluto. A trajetória do Mamonas Assassinas merece um rápido estudo de caso.

Se alguém quiser definir 1995 para a cultura pop no país pode usar a palavra esquisito. Vale a pena pincelar o panorama geral daquele ano. Em primeiro lugar, vivíamos a ressaca do grunge, processo desencadeado a partir do suicídio de Kurt Cobain, ocorrido no ano anterior. O britpop vivia seu auge na Inglaterra, mas o gênero nunca teve apelo popular por aqui, mesmo com o Oasis tocando em tudo quanto era rádio. O rock brasileiro praticamente inexistia. O triunvirato formado por Titãs-Paralamas-Legião vivia cada qual seus problemas. O samba e a música da Bahia.... Quer dizer, as suas respectivas diluições, intituladas pagode e axé, tomaram de assalto a grande mídia.

Alheios a tudo isso, o Mamonas procurava encontrar seu espaço. Na verdade, a banda se chamava Utopia e tentava a todo custo ganhar as paradas de sucesso. A formação era Bento Hinoto [guitarra], Julio Rasec [teclados] e os irmãos Samuel [baixo] e Sérgio Reoli [bateria]. O vocalista Dinho entrou com o bonde andando. Os cinco participaram de um festival de novos talentos promovido pelo SBT, gravaram um disco com músicas sérias, mas a carreira não deslanchava. Talvez porque o mercado não precisasse de mais uma cópia da Legião Urbana. O grande salto aconteceu quando se percebeu que um repertório usado para consumo interno, com muita tiração de sarro, tinha um resultado muito melhor.

Quem é mais esclarecido conhece o resto da história. Após a mudança de perfil, trocaram de nome, adotando o Mamonas Assassinas. Com uma demo gravada, passaram a bater de porta em porta, até que foram apadrinhados por Rafael Soares. Na época, ele era ainda apenas o filho de João Soares, então diretor da major EMI-Odeon, mas sua participação foi decisiva para que a gravadora os contratasse. Na metade daquele 1995, sairia o primeiro álbum. O fenômeno "mamônico" começou curiosamente numa "rádio rock", a 89 FM, de São Paulo, e foi se espalhando. As letras escrachadas passaram a atingir um outro tipo de público: o infantil. E, se a criançada gostou, seus pais vieram a reboque.

Musicalmente, o Mamonas não trazia nada de novo. Eram bons músicos, mas se limitavam apenas a reproduzir clichês. "Crocodile Rock", de Elton John, foi citada [se é que o termo cabe aqui] em "Pelados Em Santos", só para dar um exemplo. Para o conceito da banda, porém, isso não fazia diferença. A força vinha mesmo das letras esdrúxulas e do sex-appeal do vocalista Dinho.

No início, fez-se uma equivocada associação dos Mamonas com o Língua de Trapo, ícone da "vanguarda paulista" dos anos 80, que transitava na área do humor. O texto do Língua, embora engraçado, tinha um viés politico muito forte. O humor dos Mamonas era mais ingênuo, à Mazzaropi talvez, embora sobrassem algumas farpas contra a sociedade de consumo, como em “Chops Centis” [Quanta gente, quanta alegria/ A minha felicidade é um crediário nas Casas Bahia”] e “1406” [Você não sabe como eu fico chateado/ Ver meu cachorro babando/ Por um carro importado]. Outro ponto de convergência é o fato de ambas as bandas terem um integrante que descendia de japoneses: Bento [guitarrista do Mamonas] e Pituco [vocalista do Língua].

Com o crescente sucesso, o Mamonas passou a ser consumido de forma voraz. Suas músicas tocavam várias vezes por dia nas emissoras de rádio. Os shows em diversos pontos do Brasil viraram rotina. A participação em programas de tevê cada vez mais intensa. Essa história já foi vista antes no showbiz nacional, tendo como protagonista o RPM, na segunda metade dos anos 80. Não por coincidência o CD Mamonas Assassinas (EMI-Odeon) bateu o recorde de vendas da banda de Paulo Ricardo e ultrapassou a marca dos dois milhões de cópias vendidas. Essa superexposição dos Mamonas e a conseqüente presença deles em atrações televisivas populares como os de Gugu e Faustão causou uma rejeição vinda de alguns círculos musicais e jornalísticos. Puro preconceito bobo.

O acidente de avião de 1996 pegou-os bem na hora em que iriam sair de cena para descansar um pouco a imagem. Antes, passariam em Portugal para algumas apresentações. Na volta, depois das férias, trabalhariam na gravação de novas músicas. Não houve tempo. A morte de todos os seus integrantes causou comoção nacional. Todo o bode que havia por parte de uma parcela do público caiu por terra, como é natural em situações desse tipo.

A indústria do disco, claro, tentou faturar em cima. Oportunistas se apressaram a lançar o disco "sério" gravado pela banda. O modo como tentaram "vender" este trabalho no mercado foi profundamente infeliz. Colocaram o nome de A Utopia do Mamonas , sem qualquer tipo de contextualização. Fiasco total. A EMI soltou um outro CD, desta vez com sobras de estúdio e faixas ao vivo, mas o mercado não respondeu a contento.

Nesse meio tempo, em algumas emissoras de rádio AM, integrantes da família do vocalista Dinho discutiam de forma áspera com uma de suas ex-namoradas se ela podia lançar no mercado ou não o material gravado que ela tinha da banda. Era uma disputa para ver quem poderia lucrar mais com a "indústria Mamonas". Porém, essa tal indústria acabou não decolando. Hoje nas ruas é comum ver gente com camisetas de artistas já mortos como Renato Russo, Cássia Eller, Kurt Cobain e Raul Seixas, mas não se encontram camisetas com a estampa dos Mamonas Assasinas. As músicas dos artistas citados tocam sem parar, mas hoje é difícil ouvir "Pelados Em Santos", por exemplo. Só não há o esquecimento total, graças a meia dúzia de gatos pingados.

A culpa nem foi dos Mamonas. O trabalho que eles deixaram tinha qualidades, apesar da rejeição gerada pela superexposição. Mas há um grande risco quando se resolve trilhar pela linha do humor na música. É como a história da piada contada mais de uma vez. Na primeira vez, ela é engraçada. A partir da terceira, apenas sorrisos amarelos são arrancados. Quando se chega a décima-nona vez, ela perde totalmente o efeito. Além disso, o Mamonas não deixou vasto material para ser eternamente lembrado.