sábado, 30 de junho de 2007

Rádio Hype e Club Sunrise Disc apresentam:
FERVEÇÃO
A balada mais quente do Second Life!
A única com transmissão ao vivo por uma webradio.
Os Djs: Soulflyer e Everton Fo comandam as Pickups, e tocam o melhor do Electro, house, psy, black e funk.
Sábado, às 21h30 (horário de Brásilia), às 17h30 (Horário do Second Life).
Não tem Second Life!!?? A Hype transmite tudo AO VIVO: http://www.radiohype.com.br/
Rádio Hype - Respeito à Diversidade

A Hora do Ronco deixa Band FM

Uma notícia surpreendente: na recente reformulação que a programação da Band FM vem enfrentando, um de seus programas mais antigos deixa de ir ao ar: A Hora do Ronco (06h e 09h de segunda a sexta; 07h e 09h aos sábados). Apresentado pelo jornalista Pedro Luiz Ronco, a atração estava na grade desde 1987 e tinha o humor como marca registrada. Ronco não foi o único profissional a deixar a emissora. Outras pessoas da equipe também perderam seus empregos na última semana. O motivo alegado é uma crise financeira enfrentada pela principal freqüência em FM do Grupo Bandeirantes. A emissora já foi líder do ranking de audiência há alguns anos, mas hoje ocupa a sexta colocação, longe da disputa acirrada das líderes Tupi e Nativa.

Leia mais:

Reviravolta: A Hora do Ronco continua no ar

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Quando falam bobagens ao microfone

Há certas horas que nem uma emissora zelosa do seu dever de informar escapa do vexame de algum de seus comentaristas soltar bobagens que ouviu de suas fontes. Ainda hoje de manhã, um colunista da Band News FM disse que as grandes empresas não estão encontrando mão-de-obra especializada para preencher suas vagas. Faltam profissionais especializados no mercado, o que é uma mentira sem tamanho, ainda mais com faculdades despejando recém-formados aos montes a cada 6 meses. Sem contar aqueles que estão desempregados há séculos, pois o mercado de trabalho diz que eles não servem mais porque, além de experientes, são velhos demais para "o mercado". Diante disso, não me contive e escrevi a seguinte missiva ao âncora Ricardo Boechat.
----------------------------------

Caro Boechat,

Me desculpe, mas o colunista que falou agora há pouco sobre falta de mão de obra especializada nas grandes empresas não contou toda a verdade. Acontece que, como está sobrando muita gente no mercado, elas ( as empresas) escolhem demais e acabam não pegando ninguém. "Não tem gente especializada para preencher as vagas". Isso é conversa mole pra boi dormir!!!!!!

Eles querem jovens com no máximo 25 anos de idade, com 10 anos de experiência na área, de preferência no exterior!!! Sabe onde eles vão achar profissionais com este perfil? Nem no quinto dos infernos. Se você é recém-formado, não serve porque não tem experiência. Se já tem muita experiência, não serve porque tem mais de 40 anos.

E no Brasil quem 40 ou mais anos de vidas, não serve para trabalhar, segundo essas mesmas empresas, que choram de barriga cheia. Eu mesmo estou me aproximando da fatídica idade e não consigo emprego em lugar algum. Bem feito. Quem mandou ser jornalista e estar desempregado há cinco anos? Foda-se. "Você não serve para o mercado", dizem eles, muito embora eu tenha plena convicção de que estou no auge da minha perfomance profissional e posso muito contribuir com qualquer equipe da qual venha fazer parte, se algum dia isto acontecer. Creio que o meu vizinho, que é engenheiro químico, pense da mesma forma. Mas os nossos possíveis empregadores, não. Preferem verter lágrimas de crocodilo, dizendo que não são profissionais suficientemente bons para suas importantes vagas.

Desculpe ser repetitivo, mas nunca aguentei ouvir uma pessoa falar tanta besteira ao microfone. Sei que não é culpa do comentarista, afinal ele só reproduziu o que ouviu. A culpa é dos altos e competentíssimos executivos de empresas brasileiras, que preferem contratar empresas "especializadas" em não contratar ninguém, exceto quem é mais bonitinho ou tem o currículo mais perfumado. Será que estes, que reclamam da escassez de mão de obra, já tentaram eles mesmos entrevistar os futuros pretendentes na base do "olho-no-olho", e sentir se o candidato "é do ramo", tal qual se fazia antigamente? Deixo aqui esta pergunta que peço que a repasse a esses empregadores.

Obrigado pela atenção e me desculpe pelo desabafo mais uma vez.
Marco Antonio Ribeiro
Jornalista e desempregado

terça-feira, 26 de junho de 2007

Rage against the machine

Olá!
Faz um belo tempo que não escrevo aqui, hein! Puxa vida...
Podia dar algumas desculpas, como por exemplo o fato de estar sem tempo, só colecionando trampos e frilas, entre outros. Mas não. Prefiro escrever a real.
TÁ TUDO MUITO PARADO!
Pouco acontece no meio radiofônico. E o que acontece, não merece sequer ser citado. Tá tudo parado!
As rádios sem identidade continuam sem identidade, as boas continuam boas e as ótimas são raras (conta-se nos dedos de uma mão do Lula).
Vou escrever sobre o quê? Sobre o que já escrevemos? Sobre o que já aconteceu? Estou vendo que o negócio é começar a remexer nos nossos arquivos sonoros e escrever sobre a história do rádio. Porque o presente não está ajudando.

Obs.: Calma, é só um momento de rebeldia. Daqui a pouco passa

domingo, 24 de junho de 2007

Artigo - O RÁDIO QUE QUEREMOS

Por Francisco Djacyr Silva de Souza*

O rádio é um meio de comunicação que resiste a todas as mudanças do tempo, da tecnologia e dos modos de vida da história humana. Seu papel informativo, cultural, de congraçamento e serviço deve sempre ser ressaltado, divulgado e analisado por todos aqueles que estão direta ou indiretamente envolvidos na construção de sua programação e na grade de ação de seu espectro radiofônico.

O rádio é plural, tem papel primordial na relação das pessoas e pode ser um instrumento extremamente forte na difusão de valores e na concretização de uma formação ética e cidadã dos que o ouvem ou dos que nele trabalham. Desse modo, é importante que o rádio seja cada vez mais aperfeiçoado, incentivado e divulgado no que se refere à sua importância e valor.

Nos dias de hoje temos uma programação de rádio variada, mas que infelizmente ainda se perde em interesses que não são os dos ouvintes que muitas vezes não têm oportunidade de expressar o rádio que querem e são acometidos por posições ideológicas distantes das reais necessidades populares e por agressões pornofônicas escondidas sob as vestes de um suposto humor. O povo quer que o rádio seja mensageiro de idéias adequadas aos ideais da ética e da moral, da construção da cidadania e da valorização dos seres humanos.

Precisamos que o rádio se modernize, mas esta modernização deve vir acompanhada de uma dose de humanismo e de momentos de concretização de uma sociedade sem preconceitos, sem discriminações nem agressões ao povo nas suas ondas, que vão a todos os lugares e a todos os lares que, com certeza, merecem respeito.

*Presidente da Associação de Ouvintes de Rádio do Ceará, Fortaleza (CE)
Fonte: www.romais.jor.br

Concessões de TV ou capitanias hereditárias?

Pedro Estevam Serrano - Observatório da Imprensa/
19.06.2007


A decisão do presidente venezuelano Hugo Chávez de não autorizar a renovação da concessão da RCTV teve repercussões negativas em várias partes do mundo, inclusive no âmbito do legislativo brasileiro. Como se sabe, o Senado aprovou uma moção contrária à atitude de Chávez e recebeu em resposta a alcunha de "papagaio dos Estados Unidos", ocasionando grande mal-estar nas relações entre os dois países.

Sem entrar no mérito do acerto ou do erro da atitude do presidente venezuelano, a questão traz a oportunidade de discutir a situação das concessões de rádio e TV no Brasil. A nosso ver, é urgente a necessidade de aprovação de emendas constitucionais com vistas à modificação do regime jurídico de nossas concessões de radiodifusão por som e por som e imagem (TV), por tratar-se de um modelo de apropriação privada indevida e antiética de serviços públicos. Explico-me.

As concessões de serviço público se caracterizam como contratos administrativos pelos quais o Estado transfere à iniciativa privada a execução dos referidos serviços, mantendo, contudo, sua titularidade. O concessionário é, assim, mero executor de um serviço cujo "dono" permanece sendo o Estado. Em tais contratos vige regime jurídico absolutamente diverso das condições usuais nos contratos privados, razão pela qual cláusulas destes contratos são denominadas "exorbitantes", por permitirem que o Estado, a qualquer tempo, possa romper o contrato por decisão unilateral da administração, respeitando-se, porém, o direito de o concessionário ser indenizado pelos danos e perdas que sofrer.

Renovação automática

Isto ocorre porque o Estado-Administração representa o interesse coletivo, enquanto o particular (concessionário) cuida apenas de seu interesse individual. Por razões óbvias, nossa Constituição privilegia o interesse coletivo, outorgando-lhe prerrogativas de autoridade no âmbito contratual, mas, em momento algum a ordem jurídica confere ao Estado poder de confisco, de se apropriar compulsoriamente de direitos privados sem justa indenização.

Apenas um ambiente das atividades públicas põe-se como exceção a este regime jurídico, em razão de dispositivos discretamente aprovados pela Constituinte de 1988: as concessões de rádio e TV.

Provavelmente por uma conjunção de lobby de empresas de telecomunicações agregado ao fato de que muitos constituintes eram proprietários diretos ou indiretos de empresas de rádio e/ou TV, o artigo 223 da Carta Magna estabelece regime de concessão de serviço público absolutamente diverso dos demais serviços públicos concedidos no que tange aos aludidos serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens (rádio e TV).

Por esse artigo constitucional, as concessões de rádio e TV só podem ser extintas, antes de vencido seu prazo, por decisão judicial, enquanto todas as demais concessões públicas podem sê-lo por decisão administrativa. E mais: tais concessões são quase de renovação automática, contratos eternos e intangíveis, pois só com aprovação de dois quintos do Congresso Nacional deixariam de ser renovadas.

"Macaco, olha o teu rabo..."

Se os então constituintes – muitos ainda congressistas – tivessem observado valores democráticos em sua decisão, haveriam de estipular para a renovação da concessão de rádio ou TV o mesmo que para qualquer outro contrato público com particular: a necessidade de fazê-lo por licitação aberta a todos os interessados.

Estabeleceu-se aí inegável imoralidade no âmbito de nossa Carta Magna, uma nódoa em nossa Constituição cidadã. Concessões de serviço público se transformaram em capitanias hereditárias de famílias notórias ou de políticos. Tal situação nada tem de republicana, remetendo à forma como a aristocracia do Estado imperial se apropriava dos bens e serviços públicos.

Assim, é de se estranhar que o Congresso Nacional aprove moção contra a não renovação de concessão de TV venezuelana e, ao mesmo tempo, deixe de adotar medidas que são de sua competência com vistas à alteração de nossa Constituição e ao restabelecimento em seus dispositivos relativos às telecomunicações dos valores republicanos e isonômicos que deveriam norteá-los.

É possível que nossos congressistas não tenham disposição para tanto, pois muitos deles são donos diretos ou indiretos de empresas concessionárias dos referidos serviços. Legislar contra os próprios interesses econômicos e empresariais é algo inimaginável nesse reduto, mesmo que isso se faça necessário para o restabelecimento de um mínimo de ética. Antes de apontar o dedo para a Venezuela, nossos congressistas deveriam agir como recomenda a sabedoria popular: "Macaco, olha o teu rabo..."

* Pedro Estevam Serrano é professor de Direito Constitucional da PUC-SP

181 concessões de rádio e TV vencem no Brasil em 2007

Do site Vermelho Online
em 5 de junho de 2007

A concessão pública de ao menos 181 emissoras de rádio e televisão - entre elas a rede Globo - vence neste ano de 2007. Para renovar a licenças de funcionamento, cada concessão é avaliada pela Comissão de Constituição do Congresso, que pode interromper a licença em caso de má qualidade técnica, desrespeito às leis trabalhistas e aos direitos previdenciários, entre outros.

De acordo com levantamento do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), 28 emissoras de TV e 153 de rádio têm concessões que vencem neste ano. No Rio Grande do Sul, são quatro emissoras de televisão, entre elas a RBS. Nove emissoras de rádio FM e 14 na freqüência AM. As televisões têm suas concessões avaliadas a cada 15 anos - e, as rádios, de dez em dez.

Os critérios de avaliação são considerados insuficientes por especialistas e profissionais da área da comunicação, como Edgard Rebouças, professor da Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe). Rebouças afirma que o governo também deveria julgar se o produto oferecido pelas emissoras - ou seja, a programação - é também de qualidade.

"Infelizmente, esses critérios são apenas técnicos. Defendo que os critérios precisam ser em termos de conteúdo também", diz o acadêmico. "Mas o que acontece é que, em prol de ter um maior faturamento, as empresas estão deixando de lado os critérios de maior qualidade e investindo em produtos de baixa qualidade."

O caso João Kléber - Rebouças também integra a campanha "Quem Financia a Baixaria É contra a Cidadania" - comissão de professores, jornalistas e entidades civis que exigem conteúdos de mais qualidade das emissoras de rádio e, principalmente, da televisão. No país, mais de 90% da população assiste à TV ou se forma por essa mídia.

Na opinião do professor, esse dado aumenta a responsabilidade das empresas, no sentido de oferecer uma programação mais diversificada e de qualidade. O governo, por sua vez, deve, exigir que as emissoras respeitem a população e as leis do país. "Não pode se valer da liberdade de expressão para se sobrepor a outros direitos. Só que a liberdade de expressão não pertence à empresa - e sim ao povo."

Segundo Rebouças, "nenhum lugar fala sobre a liberdade da empresa. Pelo contrário, as empresas têm uma regulamentação para funcionar". O exemplo mais recente do abuso do poder das emissoras de TV, para Rebouças, foi o caso do Programa Tardes Quentes, da Rede TV. O apresentador, João Kleber, foi punido pela Justiça por veicular "pegadinhas" em que as pessoas eram humilhadas, com piadas que ridicularizavam os homossexuais.

A emissora desobedeceu ao juiz e não concedeu espaço para o direito de resposta das entidades civis, o que fez com que o Ministério Público tirasse o sinal da emissora do ar por cinco horas. A emissora teve de pagar, ainda, toda a produção dos programas de direito de resposta.

Cinco redes - Para o professor Laurindo Leal Filho, da Universidade de São Paulo (USP), somente uma fiscalização mais rígida e realizada pela sociedade civil pode tornar a comunicação do país mais democrática. Ele também defende que seja ampliada a concessão de canais para rádios e TVs públicas, reduzindo a concentração das informações em apenas cinco grandes redes, como hoje está estrutura a comunicação brasileira.

"Em alguns países da Europa, você tem uma concessão de dez anos para uma empresa - e depois outra ocupa o espaço", lembra Laurindo. "Aqui, não. A concessão parece perene. Uma mesma empresa tem a concessão há 50 anos - e são sempre as mesmas."

Comissão da Câmara aprova 57 concessões de rádio e TV

Do Último Segundo - Ig

A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara aprovou ontem 57 pedidos de outorgas e de renovação de concessão de emissoras de rádio e TV. Entre os 57 processos, cinco deles referem-se a emissoras de TV nos Estados do Maranhão, Paraná, Ceará, São Paulo e Amapá. As renovações de rádio FM, AM e comunitárias valem por 10 anos e as de TV por 15 anos. Os processos foram aprovados em bloco e por unanimidade da comissão. Esta é a primeira vez, nesta nova legislatura, que o colegiado se reúne para votar esses processos, parados desde o ano passado.

Os processos que chegarem à Câmara a partir de julho serão apreciados seguindo novos critérios definidos pela comissão. O objetivo é dar mais transparência na análise das renovações e concessões de outorgas. Os membros da comissão estão preparando a proposta de uma nova legislação que envolva todo o processo de concessão e renovação de outorgas, desde o encaminhamento do pedido ao Ministério das Comunicações até a aprovação pelo Congresso. Esses pedidos passam hoje pela apreciação das comissões de Ciência e Tecnologia e de Constituição e Justiça da Câmara e pelas comissões de Educação e de Ciência e Tecnologia do Senado e, por fim, pelo plenário.

Em seminário com o setor de rádio e televisão, há cerca de 15 dias, o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Júlio Semeghini (PSDB-SP), assumiu o compromisso de retomar a análise das concessões e também de 82 processos que foram rejeitados pela comissão, em novembro do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para não dizer que não falamos do Chavez

Chávez, o Senado e a mídia
Escrito por Altamiro Borges*, no Correio da Cidadania
em 4 de junho de 2007

A mídia hegemônica nativa está fazendo um enorme escarcéu com o desabafo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que acusou o Senado Federal de ser “papagaio” dos interesses dos EUA por este ter aprovado resolução contra o fim da concessão pública à RCTV – os dois únicos votos contrários à moção foram dos senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e José Nery (PSOL-PA). De todas as formas, tenta jogar o governo e a sociedade brasileira contra o processo revolucionário bolivariano. Defensora descarada do tratado neocolonial da Alca, derrotada nas ruas e nas urnas, ela usa todos os ardis para implodir o rico processo em curso de integração latino-americana. A mídia privada, partidária de golpes fascistas no passado, como em 64, e no presente, como na abjeta manipulação nas eleições presidenciais de 2006, agora tenta pousar de “democrata” e “nacionalista”.

O presidente Lula, que inicialmente até resistiu à pressão midiática para que se opusesse ao fim da concessão da RCTV, acabou caindo na armadilha. Antes, insistiu acertadamente em declarar que “o Brasil não tem nada a ver com a concessão, que é um problema da legislação venezuelana”. Já quando o Senado emitiu sua nota, o governo preferiu não criticar a interferência desta casa legislativa na decisão soberana do país-irmão. Mas, diante da reação do presidente venezuelano e da feroz campanha da mídia, o presidente Lula acabou cedendo e “expressou o seu repúdio a manifestações que coloquem em questão a independência, a dignidade e os princípios democráticos que norteiam nossas instituições”. Era o que a mídia desejava para fazer alarde sobre o “racha” entre Chávez e Lula.

Interferência indevida e inoportuna - A ofensiva da mídia é ardilosa! Em dezenas de manchetes, editoriais e notícias, acusa o governo venezuelano de ter se metido nos assuntos internos do Brasil ao criticar uma resolução do Senado. Mas ela nada fala sobre a própria resolução desta casa legislativa, que parece ter adotado uma tática diversionista para abafar recentes escândalos. O Senado brasileiro pode se imiscuir nos assuntos internos de um país irmão; já o presidente Chávez, que vive nova fase de tensão e golpismo, não pode se irritar contra uma resolução indevida e inoportuna. Na prática, o que o presidente venezuelano afirmou não está tão distante da pura verdade. “O congresso brasileiro deveria se preocupar com os problemas do Brasil. Mas ele é dominando por partidos da direita, que não querem a entrada da Venezuela no Mercosul. O Congresso está agora subordinado aos interesses de Washington”, cutucou.

A áspera resposta decorreu do requerimento aprovado no Senado que solicita a devolução da concessão à RCTV. A proposta foi apresentada pelo senador Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB. Na seqüência, ela foi defendida pelo senador José Sarney que, apesar do seu papel no processo de redemocratização do país, não é o político mais indicado para chiar contra “atentados à liberdade de imprensa” – já que mantém um “latifúndio da mídia” no Maranhão.

Acuados pela mídia e preocupados com sua “imagem” nas telinhas, até parlamentares do PT, como o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, e o senador outsider Eduardo Suplicy defenderam a resolução do Senado. Neste caso, o ex-presidente do PT, José Dirceu, que já sentiu na pele que não adianta ceder às seduções dos “donos da mídia”, adotou uma posição bem mais equilibrada. Em seu blog, ele criticou “excessos retóricos” de Chávez, mas argumentou que também “estiveram errados nossos senadores ao aprovar moção que representa interferência nos negócios internos da Venezuela. Cada senador, individualmente, pode expressar sua opinião a respeito do tema, mas a instituição Senado não deveria se manifestar a respeito da atitude legal tomada pelo governo venezuelano”.

Mercosul e autopreservação corporativa - A direita nativa e sua mídia tentam amplificar o incidente, que deveria ser tratado pelas vias diplomáticas, com dois objetivos nítidos. O primeiro, como autênticos “papagaios” das ambições imperialistas dos EUA, é o de implodir o rico processo de integração latino-americana. “Foi uma agressão o que Chávez disse. Agora fica mais difícil a inclusão da Venezuela no Mercosul”, esbravejou o tucano Eduardo Azeredo. Já o direitista Heráclito Fortes, senador do DEM (ex-PFL, também batizado de Demo), sugeriu “que as empresas brasileiras deixem a Venezuela em apoio à RCTV”. Os colunistas bem pagos da mídia hegemônica já concentram as suas atenções na próxima reunião do Parlamento do Mercosul, marcada para 25 de junho, e farão forte alarde para isolar e excluir o país-irmão do bloco regional e para dar “irrestrito apoio” à emissora golpista.

O segundo objetivo é o da autopreservação corporativa. A direita está preocupada com a irradiação da experiência venezuelana e com o futuro da mídia. Teme que os novos governos da região, oriundos das lutas sociais, apliquem sua Constituição nos capítulos que afirmam que a concessão de emissoras de rádio e televisão é pública, uma prerrogativa do Estado, e que deve ser reavaliada periodicamente – o prazo da concessão da TV Globo, por exemplo, encerra-se em outubro próximo. O deputado Rodrigo Maia, presidente do DEM, não esconde o temor. “Este é o último e triste capítulo da novela do autoritarismo na Venezuela. Só nos resta torcer para que o enredo não se repita no Brasil, por meio da TV pública que o Lula se empenha em criar”. Mais explícito impossível!

Manipulação grosseira da Folha - Para fazer vingar estes dois objetivos, a manipulação da mídia brasileira é descarada. Basta ver as duas edições do jornal Folha de SãoPaulo deste final de semana. No sábado, uma manchete espalhafatosa e mentirosa: “Venezuela impede protesto da oposição”. Abaixo, a foto de três jovens loiras, tipicamente de classe média (o que representa menos de 10% da população venezuelana), com mordaças na boca e caras de choro. Um verdadeiro contra-senso: se o governo proíbe protestos, de onde saiu a foto das jovens à frente de uma reduzida passeata? Já no domingo, a marcha favorável ao fim da concessão da RCTV, com centenas de milhares de participantes e bem mais popular e mestiça, não mereceu a manchete da Folha, mas somente uma foto jocosa de duas meninas seminuas na passeata pró-Chávez, com o visível intento de desqualificar a manifestação. Uma aberração jornalística!

No seu editorial de sábado, o jornal da famiglia Frias ainda exige do governo Lula uma posição mais dura. “Lula fez o que lhe cabia ao defender a ‘independência’ e os ‘princípios democráticos’ das instituições brasileiras, além de cobrar explicações do embaixador venezuelano. Mas perdeu a chance de posicionar-se contra o fechamento da RCTV”. O cinismo da Folha e de outros meios privados é chocante. Como ironiza o sociólogo Emir Sader, “que moral eles têm para falar de democracia e de pluralismo nos meios de comunicação?”.

*Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “Venezuela: originalidade e ousadia” (Editora Anita Garibaldi, 3ª edição).

sexta-feira, 22 de junho de 2007

E por que pouco se fala da MPB FM?

Curioso alguns ouvintes do Rio de Janeiro. Em especial a turma do Tributo ao Rádio do Rio de Janeiro. Eles incensam tanto a retransmissora dessa rádio meia boca de São Paulo chamada Rede Nova Brasil FM, que se esquecem da ótima programação da MPB FM. A começar pelo fato de que a Nova Brasil FM só toca medalhões e hits batidos dos anos 70 e 80. É legal, mas enjoa. Nem minha tia Genira aguenta, o que dirá eu. A MPB FM, não. Ela tem programas gravados ao vivo, versões diferentes para grandes sucessos do nosso cancioneiro. Além do mais, o som dela é muito bom pela internet, os locutores "locutam" na medida certa, sem exageros. E ainda por cima eles tem programas de MIB - Música Instrumental Brasileira, a melhor do mundo. "E a Nova Brasil FM....bem...é.... mas Egberto Gismonti não é um músico que toca jazz?"

Mas se ainda assim você acha a MPB FM um saco, meu amigo leitor da Cidade Maravilhosa? Não tem problema. Se o barato é ouvir boas rádios de MPB, ainda temos a USP FM, a Rádio Educativa de Curitiba - AM e FM -, a Rádio Cultura AM de São Paulo, a Rádio UFMG de Belo Horizonte, a Rádio Inconfidência de Minas, e a Rádio Senado, Rádio Câmara, Rádio Justiça.....tudo pela web, claro.

Por falar nisso, que tal se a Cultura FM paulistana começasse a veicular mais programas de Música Brasileira, hein? Se alguém concorda, escreva o que acha em nossos comentários. E se discorda também.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Rádio Hype realiza balada em mundo paralelo

Atenta às novidades do mundo virtual, a Rádio Hype vai realizar nesse sábado, 23 de junho de 2007, uma grande festa no Second Life, a última febre entre os programas de realidade virtual. Além disso, a festa será transmitida simultaneamente na programação da rádio. Será a primeira vez que um acontecimento no mundo virtual do Second Life poderá ser acompanhado por ouvintes de uma web rádio.
A festa terá início às 21h30 (horário de Brasília – ou 17h30, no horário local do Second Life) e acontecerá no Club Sunrise Disc. Para chegar até lá, basta o usuário copiar a SURL http://slurl.com/secondlife/Sunrise%20Shores/103/14/24 no navegador. Caso já tenha o Second Life instalado no computador, será feito o teleporte (transporte do avatar até o lugar indicado). Se houver algum problema com essa SURL, basta colocar "In Comunicacao" no campo procurar-lugares.









No local, o usuário do Second Life ouvirá mixagens do DJ Soulflyer e do DJ Everton Fo e poderá interagir com outros avatares que estiverem na festa.



O QUE É O SECOND LIFE?

Second Life é um programa que, como o nome diz, simula um mundo virtual, com algumas características do real. Sua diferença para outros programas, como o The Sims, é a sua interface 100% online e as alterações são realizadas em tempo real. Há intensa interação entre os usuários, que podem conversar através de IM (Instant Messages).O nome que se dá ao “eu virtual” no Second Life é “avatar”.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Mais de 2 milhões de acessos desde janeiro de 2004

Obrigaaaaaaaaaado, meu povo!!!!!! Mas o blog está do jeito que eu gosto. Replicando um dos comentários da postagem anterior, eu acho que a Eldorado virou um pouco a "TV Cultura das FMs". Ou seja, todo mundo sabe que é boa, mas pouca gente ouve. É a que tem a melhor programação musical, mas o formato é horroroso. As vinhetas estão aquém da qualidade da Eldorado. São de uma falta de imaginação atroz. A Eldorado têm condições de fazer umas vinhetas musicadas. E por que não faz? Os locutores não tem voz para tal. Pior: não tem carisma para despertar o entusiasmo do ouvinte em escutar a rádio. Tirando a Rose de Oliveira e o Ronaldo Racy, o restante das vozes não FAZ A MENOR FALTA.

Para uma rádio que já teve Gilberto Rocha, Guilherme Maciel, Dedé Gomes, Toni Astassiê, Edinho Moreno entre outras grandes vozes, são até uma ofensa aos meus ouvidos os locutores atuais. Que não me levem a mal os demais ouvintes - nem o pessoal que trabalha lá. Mas nunca pensei que o rádio em que os locutores tinham voz de locutores iriam praticamente ser varridas do dial. Felizmente na Kiss, na USP, na ANtena 1 e na Scalla ainda é assim, ou seja, locução à moda antiga.

Coincidentemente, nas rádios ditas "jovens" e "populares" você só ouve uma molecada histérica levando seu recado "esperrto" pra rapeize, ou um bando de sublocutores "sorriso", tentando angariar a empatia do público feminino que adora um pagode-axé-bunda-funk-sertanojo de quinta categoria.

Metropolitana, Mix, 89/Band e afins querem "fidelizar" seu público dando a eles brindes, como se os ouvintes fossem cachorros amestrados que, quando dão a pata, você dá um pedaço de "Bonzo", quando rolam no chão, você dá um biscoito canino e assim por diante. Pior faz a Mix que agora resolveu dar camiseta de brinde pra qualquer um que ouça a rádio - basta dizer que ouve. Não precisa nem participar sorteio.

Não sou contra promoções. Elas são válidas sim, para aproximar o ouvinte da sua rádio preferida. Ela deve funcionar como um pequeno agradecimento ao "feedback" que a pessoa dá à emissora. Qualquer coisa além disso, é agir de má fé.

Lembro-me que quando era estudante, fazia um programa de domingo numa rádio da periferia. A audiência não era gigantesca, mas era bem fiel. Como a gente não tinha grana nem um anunciante de peso, resolvemos começar a dar o prêmio do próprio bolso. Optamos por uma cafeteira térmica. Era baratinha, mas era de uma marca de boa qualidade. Minha mãe sempre pedia: "olha, se a ganhador não for buscar quero uma pra mim". Nunca pude realizar este desejo dela, pois todos os ganhadores iam buscar seus prêmios, fosse o que fosse.

Ai, a gente começou a perceber que os ouvintes do nosso programa participavam não para ganhar os brindes por si só - em geral, eles tinham mais condições de comprá-los na loja do que nós mesmos, um bando de durangos - mas, no fundo, eles queriam era receber um presente, uma lembrança do seu programa dominical favorito, além de conhecer as caras daqueles meninos que bravamente sacrificavam seus dias de descanso para alegrar o domingo dos outros. Para nós, isto era emocionante. E esta emoção que o profissional sente, não há salário - nem jabá - que consiga pagar.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

E há ainda quem faça apologia ao fubá grosso....

Caro Marcos,

Antes de mandar a notícia, acho que devo me apresentar (mesmo porque acho que nunca escrevi para você e nem para ninguém do Radio Base). Mas já faz tempo que pelo menos isso me sentia na obrigação de dizer: sempre gostei de rádio e sempre quis trabalhar com rádio. Mas confesso que estou cada vez mais desanimado e decepcionado com a idéia por tudo que se tem assumido como padrão atualmente, sobretudo das rádios ditas "jovens". E tenho que dizer que vocês são exceção... e que a existência do blog dá até uma motivação pra continuar gostando de rádio, querendo discutir sobre rádio... e achar que o rádio "tem jeito" (por mais que rádios como a Brasil 2000 estejam capengando, Kiss FM cheia de jabá - mas essa aí é do Paulo Abreu... nem surpreende).

Mas vamos à notícia: é do blog da Magaly Prado.

89 FM VEM CRESCENDO NA GRANDE SÃO PAULO
Fui a Santos ontem e a 98 FM continua firme e forte no propósito de tocar o velho e bom rock. E seus ouvintes fiéis agradecem a chance. Aqui em São Paulo, a 89 FM, que por 20 anos dedicou sua programação ao rock, mudou de segmento musical em setembro do ano passado e resolveu centrar fogo no jovem, principalmente aquele entre 15 e 24 anos, que ouve de tudo um pouco.

É fácil imaginar. O ouvinte nascido entre 1983 e 1992, está acostumado a “baixar” músicas pela internet. Guarda em seus tocadores de mp3 apenas as músicas que mais gosta. Sua cultura musical está cada vez mais híbrida, e mistura duas faxias de um, três do outro, uma de um gênero, outra de outro, e vai mesclando os estilos. Não gosta só de rock. E, principalmente, por ser jovem, curte os sons mais badalados, os da moda.

Em 2006, a 89 deixou seus ouvintes cativos furiosos, inclusive deflagaram um movimento, o dos sem-rádio. Mas vem ganhando, cada vez mais, os ouvintes dessa nova geração. Essa que não compra música e que prefere ouvir tudo, sem preconceitos.

Texto distribuído essa semana pela assessoria da emissora aponta que:
“A 89 firma cada vez mais a sua posição como a rádio jovem qualificada que mais cresce no principal mercado brasileiro, a Grande São Paulo. Em pouco mais de um semestre, a audiência cresceu 108%.” Pedi os dados: Como não posso divulgar os números exatos, seguem aproximados: em setembro estavam com um pouquinho mais que 50 mil. Em maio, passaram um pouco mais de 100 mil. A audiência mais que dobrou.

“E se analisarmos todos os principais targets jovens, o crescimento também é muito expressivo, chegando a 110% no perfil mulheres da classe AB, entre 15 e 24 anos. Em 15 dias, são mais de 1 milhão e 700 mil ouvintes ligados na 89”, considerando todos os dias nas 24h.

Só para frisar, a emissora possui audiência equilibrada de homens e mulheres, respectivamente 51% e 49%. O público que eles mais apostam, entre 15 a 24 anos, é formado por 46% da audiência, que ainda possui 30% entre 25 e 39, o que não deve ser deixado de lado, já que é um número expressivo e que anda debandando para a 107,3 (ex-Brasil 2000), que também cresce com essa mudança, recebendo com carinho essa faixa de público que continua gostando mais de rock do que de todos os outros gêneros juntos.

Em tempo: Venenosa FM estréia na cidade do Rio, dia 13 de julho, dia internacional do rock, e claro, dia do aniversário da minha filhota, Jackie, hehehehehe. Hummmmm.... muito bom!!!!


E é isso! Realmente uma beleza essas rádios como a 89... para o público jovem antenado e sem preconceitos!!!!

Já faz tempo que não sou entusiasta da 89 porque de "velho e bom rock" a rádio já não tinha nada há algum tempo. Assim como a 98 de Santos também não tem! Mas associar o modelo jovem-clone-pop atual como rádio para público sem preconceitos (desconsiderando a existência de todasas outras rádios destinadas ao mesmo público que não tem o menor diferencial) é forçar demais!!!

Abraços,
Anderson Bernardo
Santos - SP

-------------------------------------------------------

Pois é, Anderson, nunca vi tanta explicação pra justificar o injustificável. A 89 FM, que já era ruim na época da "radirroque", ficou pior ainda. Nem o pessoal que curte dance music, ou música black de verdade, gosta muito dela, o que dirá os novos ou velhor roqueiros? A impressão que dá é que nem a Magaly acredita no que ela mesmo escreveu. E depois avisa que Venenosa estréia no dia 13 de julho no Rio. O que é que a cueca tem a ver com as calças, hein, gente? Será que ela quis dizer que a 89 é quase uma versão paulista da Venenosa? Não que a emissora lá do Rio seja estas coisas, mas aí querer comparar a 89/Band com ela já é forçar demais, né, teacher?

E esse papo de "parcela jovem que ouve vários estilos além do rock" é que está ouvindo a 89, só pode ser chute. E bem longe do gol. Onde está a diversidade em misturar Britney Spears, Beyonce, linking Park e NX Zero? Chamar tudo isso de lixo é ofender quem trbalha com reciclagem do dito cujo, hehehehehe. Ainda se misturasse Def Leppard, Earth, Wind and Fire, Fellini, Crow, Heights & Affair, Kaiser Chiefs, Foo Fighters, Tom Zé, Frank Zappa, Maddona, Racionais MC's, Legião Urbana, Funkacid, Charlie Brown Jr, Gretchen, Câmbio Negro, Garotos Podres, Mob, Fatboy Slim, Lenine, Nação Zumbi, Mestre Ambrósio, Rádio de Outono, Franz Ferdinand e outros malditos e malucos que têm por aí, a gente até poderia falar: "pô, os caras estão tocando o que a molecada já ouve nos Ipod, meu!! a 89 está ligada". Mas nem de longe isso acontece lá ou em qualquer outra "radiajovem".

Se os editores da Rádio Base se juntarem pra fazer uma rádio pop de verdade, vai ser muito melhor que esse monte de baranga radiofônica que pulula no dial paulistano. Imagina então se for uma meia dúzia de leitores deste blog a fazê-lo. Não sei se vai ter audiência, mas que vai ficar legal, isso vai.

Mas até esse dia chegar, vai rolar muito ruído por debaixo do dial do FM. Na década de 80, o pessoal dizia: "não gosta de FM, desliga o rádio". Eu não chegaria a tal ponto, mas hoje a gente pode até dizer: "não gosta de rádio? Compra um ipod e baixa seu podcast do computador. Não tem computador? Vai numa lan house e baixa de lá". Mas como a gente acredita que ainda pode haver vida inteligente nas rádios pops, não vamos aconselhar isso.

Acho que nem é culpa do diretor da rádio que, apesar tudo, é um cara esforçado e batalhador, segundo nosso Marcos Lauro. Mas não creio que ele não tenha coragem - ou bagagem cultural musical suficiente - de chegar pro patrão dele e dizer: " olha, a gente só aumentou quantidade de audiência, não a qualidade dela. Esse pessoal ouve a gente hoje, amanhã volta pra Jovem Pan, Metropolitana. È uma turma infiel. É preferível pegar um público um pouco mais politizado, mas bem informado, consciente, exigente, logo menor, mas que é um público cativo, que não sai da sua cola. Consequentemente, muito mais interessante para o nosso anunciante, pois pára para ouvir o que ele tem a dizer".

Em suma: enquanto o dono da 89 achar que ouvido da molecada é pinico, a bosta vai continuar flutuando no mar das FMs jovens. Afinal, este instituto que faz a tal pesquisa de audiência mede apenas a quantidade, não a qualidade e o gosto musical de quem ouve. E o dono da 89, Grupo Bandeirantes de Comunicação, sabe disso, mas parece que finge não lembrar deste importante detalhe.

Um abraço, Anderson, e fique na sintonia.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Ranking de junho já está no ar

Já está no ar pelo site Radio Man - http://www.radioman.com.br/noticias_popup.asp?not=1895 - o novo ranking das emissoras FM de São Paulo.

É curioso notar a análise que o site faz dos números deste mês. Por exemplo, "a Mix FM teve uma leve deslize mas mantém o quarto na geral na pesquisa de Seg a Sex, terceiro em Todos os Dias e primeiro no segmento jovem. O supreendente é a diferença da Mix FM em comparação da suas concorrentes. Metrô FM, Jovem Pan 2, 89 FM, 105 FM e Transamérica FM". Rá, rá, rá. faz me rir. Na verdade, a Mix perdeu alguns pontos para a Transcontinental e agora ocupa o 4º lugar noranking geral. Quando estava em terceiro era motivo de júbilo para o site. Curiosa a formação de critérios do Radioman.

Mais à frente o site diz"...E a Transamérica FM? Com a estrutura que possui deveria estar entre as 10". Concordo, mas o problema não é angariar "fiéis ouvintes", mas fazer uma programação que atraia uma audiência mais exigente e de qualidade, mesmo se tratando de uma rádio pop. A Transamérica carece disso, infelizmente.

"A Tropical FM, agora que mudou a direção artistica, plástica e programação, está buscando o seu lugar ao sol, se a concorrência deixar. Especula-se que Wagner Mendes vai partir para o sertanejo, fórmula que funcionou na Tupi e Nativa FM....". Isso é que é ação entre amigos. Será que algum dia o radioman vai dizer:"...especula-se que os competentíssimos Marcos Ribeiro, Marcos Lauro e Rodney Brocanelli vão comandar a ex-Brasil 2000, na busca da audiência perdida"? Se o fizer, agradecemos de coração. Se bem que, se algum de nós entrarmos lá, a rádio poderá conseguir muitas coisas: prestígio, qualidade de programação, audiência qualificada, ou pelo menos muita vontade de fazer uma rádio bem feita. Mas grandes audiências e faturamento ás custas de programação feita á base de "fubá grosso" como a maioria das rádios jovens ou populares, xiii, não é nossa especialidade.

Sem querer legislar em causa própria, já legislando, vou contar um fato recente. Outro dia, um ouvinte indignado que não quis se identificar (certamente deve ser funcionário ou diretor de alguma rádio) mandou-me um email dizendo o seguinte:"......pra vocês é muito fácil meter o pau. É só ligar o rádio e escrever o que bem entende. Quero ver o que vocês fariam se dirigissem uma estação de rádio qualquer. Será que iriam continuar com esta empáfia toda?". Quase ducadamente respondi: "Taí uma boa pergunta. Gostaria de saber o que o pessoal da Rádio Base faria 'do outro lado do balcão',da mesma forma que eu gostaria de saber também se o senhor viria pra cá, se identificaria e criticaria seus colegas de profissão com isenção e propriedade". Esperei uma réplica do tal missivista, mas até agora ela não veio. Afinal, chumbo trocado não dói, não é mesmo? Mudemos o rumo da conversa, vai que algum dono doido de rádio nos resolve contratar, hehehehe

Eu iria fazer uma "análise abalizada" do ranking deste mês, mas achei melhor contar este bastidor. A tal análise eu deixo pro Rodney, que o faz com muito mais propriedade do que eu, que já ando meio sem paciência para falar dessas FMs pops e jovens de qualidade duvidosa que temos em São Paulo, por mais que o pessoal do Radioman diga que está tudo ótimo.

Lobão a toda hora na Kiss

O mundo da música no rádio é curioso. "Vou te levar" não é uma das melhores músicas de Lobão, tampouco uma das suas melhores interpretações. Aliás, diga-se de passagem que o ex(?)roqueiro não é das melhores vozes da MPB. Lobão talvez seja muito mais conhecido por suas baladas dos anos 80 e pelas dezenas de polêmicas em que se meteu entre a indústria do disco e radiodifusão nacional.

No entanto, a canção acima citada está tocando sem parar na "alternativa" Kiss Fm de São Paulo, rádio especializada em Classic Rock, tal como eles não mais admitem, mas deixa transparecer. Mesmo que "Vou te levar" fosse uma gravação antológica do Cancioneiro Nacional, não justifica ela ser executada várias vezes ao dia numa emissor que, até onde se sabe não trabalha com "ações promocionais de divulgação" (tucanaram o jabá). Nem as finadas Fluminense e FM 97 a executariam tanto, ainda mais que o Acústico de Lobão, de onde foi extraída esta faixa, deve ter canções melhor interpretadas.

E assim caminha a humanidade brasileira. A farta distribuição de carne seca nas ondas hertzianas parece que não ter diminuído, mesmo com a crise da pirataria via MP3 e afins. Seria a canção de Lobão um exemplo de que a prática do Jabá continua, só que agora bem mais sofisticada para "dar a volta" em seus algozes? Ou será que a música é um libelo poético da nossa música tupiniquim e vista com má vontade apenas por este pobre e insiginificante escriba?

Afinal, ninguém quer discutir o jabaculê. Nem aqui neste blog, nem em lugar nenhum. Uma pena.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Ranking da audiência das FMs em São Paulo

O sempre esperto site Radioman publica os novos números da briga pela audiência das FMS de São Paulo. É um outro caso em que não temos grandes novidades, mas sempre há espaço para alguns registros.

-Durou pouco a alegria da Mix FM. Ela perdeu a terceira posição para a Transcontinental FM. E o sonho de termos uma rádio jovem encabeçando a pesquisa da audiência fica para trás, pelo menos por agora.

-A 89 FM continua com sua tendência de ascenção e dentro em breve poderá se tornar um estorvo maior para a Jovem Pan FM. Diz o Radioman, que entre 12h e 14h, o Pânico vem perdendo ouvintes para a programção da 89 FM no horário. Masisso não deve ser algo que preocupa o pessoal da Pan, uma vez que a versão televisiva está indo muito bem nas noites de domingo.

-Justiça seja feita: a BandNews tem crescido. Timidamente, é verdade, mas tem crescido. Atualmente, ela conta com aproximadamente 16 mil ouvintes por minuto. Sua principal concorrente, a CBN FM, também apresentou uma leve oscilação positiva: agora tem cerca de 59 mil ouvintes por minuto.

-Uma menção honrosa para a Gazeta FM. Quase ninguém fala dela, mas sua posição no ranking é uma das mais confortáveis: surge no ranking com cerca de 123 mil ouvintes por minuto.

-No segmento adulto, uma briga boa é entre a Antena 1 e a Nova Brasil FM, com ligeira vantagem para a primeira. A Alpha é a atual líder. Vale lembrar que no começo do ano a Nova Brasil foi quem apareceu na primeira colocação.

-Parece que o projeto da Rádio Sul América Trânsito começa a pegar. Agora ela tem cerca de 7 mil ouvintes por minuto. O marketing em torno dela tem sido bem agressivo, com a a ajuda até de outras emissoras do Grupo Bandeirantes.

-Um segmento pouco analisado é dos das rádios dedicadas ao público evangélico. A Rede Aleluia, da Igreja Universal é a líder, com aproximadamente 57 mil ouvintes por minuto. A Musical FM, que abriga programa de várias igrejas, tem 25 mil ouvintes por minuto, aproximadamente. E a Nossa Rádio FM, do R.R. Soares, figura com quase 24 mil ouvintes.

domingo, 10 de junho de 2007

Ouça a Parada Gay por aqui

O nosso colunista Marcos Lauro está participando da cobertura da Parada Gay, na Avenida Paulista, ao vivo, neste domingo, pela Rádio Hype. Ouça aqui pelo portal Rádio Base.

Acesse:
http://www.radiobase.org
http://www.radiobase.org/banner.htm
http://www.radiohype.com.br

quarta-feira, 6 de junho de 2007

São Paulo x Rio Grande do Sul: briga nas ondas do rádio

Virou tradição. Os confrontos entre clubes paulistas e gaúchos seja por Libertadores, Copa do Brasil ou Brasileirão, estão envolvidos por confusões fora das quatro linhas e, pior, muitas delas a partir de atitudes de profissionais do microfone. Em 2006, não nos esqueçamos que o narrador Pedro Ernesto Denardin, da Rádio Gaúcha, ganhou o título de inimigo público número um da torcida do São Paulo depois de dizer aos microfones de sua emissora que o Internacional estava rasgando a camisa tricolor na final da Libertadores daquele ano. Agora em 2007, outro narrador gaúcho, Daniel Oliveira, da Bandeirantes local, também ganhou o ódio dos são-paulinos, depois de falar que o clube estava sendo trucidado pelo Grêmio, em partida válida pela competição sul-americana. Tivemos um novo round agora. Tudo porque o radialista Jonas Greb, do programa Santos Sempre Santos, veiculado pela Rádio Trianon, chamou os gaúchos de "bichonas", não sem antes manda-los ao inferno. Greb estava comentando sobre possíveis maus tratos que os torcedores santistas sofreram quando foram ao Olímpico na última quarta. Há um vídeo no You Tube que traz as declarações do radialista. Aliás, Greb conseguiu um feito inédito: uniu as torcidas de Grêmio e Internacional. No caso das narrações, não vejo (ou melhor, ouço) nada de mais. São locutores gaúchos falando para o torcedor gaúcho e procurando sempre enaltecer as coisas do estado. Exageros vão acontecer, como no caso de Daniel Oliveira, que poderia ter utilizado outro verbo no lugar de "trucidar". Por sua vez, Jonas Greb, agiu da pior forma possível para um comunicador. Se a torcida do Santos passou maus bocados em Porto Alegre, seu dever é denunciar isso, mas nunca do modo como fez. Vamos aguardar o capítulo de hoje, quando ocorre a partida de volta válida pela semifinal da Libertadores.

domingo, 3 de junho de 2007

Padrão americano não serve para rádio digital no Brasil, diz Frente

Do site do Sindicato dos Radialistas de São Paulo

A Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital apresentou no último dia 14 documento em resposta à Consulta Pública nº 771, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que propõe Critérios e Procedimentos para Avaliação do Sistema de Rádio Digital IBOC. Foi a primeira vez que a Anatel colocou sob consulta o tema da digitalização dos sistemas de rádio.

Entre outras questões, o texto aponta que não há justificativas para a Consulta se referir exclusivamente ao padrão norte-americana IBOC, já que o padrão livre DRM (Digital Radio Mondiale) também recebeu autorização da própria Anatel para ser testado.

Especificamente em relação ao padrão, o documento destaca a preocupação das entidades na interferência que uma emissora IBOC causa em outras emissoras de baixa potência, notadamente em rádios comunitárias. Outra questão que afeta diretamente a sobrevivência de algumas rádios é o fato do padrão ser proprietário e possui uma lógica de licenciamento que é “economicamente inviável para emissoras públicas e mesmo as comerciais de pequeno porte”.

Fato consumado e metodologia

O documento das entidades também alerta sobre o potencial “fato consumado", na medida em que as grandes emissoras já estão comprando equipamentos pertencentes ao padrão norte-americano. As entidades da Frente afirmam que “num futuro próximo, esse parque de transmissores ‘já instalados’ pode se tornar um argumento para inviabilizar a definição por qualquer outro padrão”.

Outra questão apontada pelas entidades se refere à metodologia de avaliação, que “indica a realização de testes pulverizados, em lugar de um teste mais amplo realizado por um consórcio de entidades”, citando como exemplo a ser seguido o método realizado com a TV Digital em São Paulo. Ainda no âmbito da metodologia, o documento critica a falta de clareza em relação à amostragem nas diversas etapas dos testes. “Na falta deste plano, qualquer resultado ‘quantitativo’ terá um aspecto tecnicamente frágil, pois um resultado num caso específico não será indicador seguro de que aquele comportamento se dará em todas ou pelo menos na maioria das situações”.

A Frente também reivindica transparência, equidade e publicidade na realização dos testes, por meio de uma maior participação de outros atores da sociedade. Ela também questiona o fato da Consulta tratar o tema como “uma mera substituição dos receptores analógicos por outros de melhor qualidade, digitais”. De acordo com o documento, “trata-se de uma mudança de paradigmas (...) rumo a um mundo mais convergente e integrado”.

O documento é assinado pelas entidades do Grupo de Trabalho Nacional da Frente: Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social; Fittel - Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações; Sintpq – Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia - SP; Amarc - Associação Mundial de Rádios Comunitárias – Brasil; Abraço - Associação Brasileira de Rádios Comunitárias; FNDC - Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e; Comunicativistas (RJ).

Dúvida impertinente

Por que, tirando este Rádio Base, nenhum dos cinquenta milhões de sites brasieliros sobre rádio (eu disse de rádio)deu destaque a uma importante informação passada por Constantino Júnior, presidente da Gol Linhas Aéreas, em seu depoimento na CPI do Apagão Aéreo?

Ele declarou, segundo o Terra, que "a interferência de rádios ilegais na comunicação dos pilotos com a torre de comando deve ser tratada com precaução, mas não põe em risco os vôos".

Quem diz isso é o presidente de uma das mais importantes empresas de aviação do Brasil. Não é um Ze Mané qualquer.

A cobertura sobre o rádio ainda tem muito o que amadurecer.