segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Rádios comunitárias temem perda de espaço com sistema digital

Alessandra Bastos - Agência Brasil
Brasília - Associações temem que o modelo norte-americano de rádio digital inviabilize a operação das rádios comunitárias no país. A preocupação é que, pela legislação brasileira, a potência máxima permitida a uma rádio comunitária é 25 wattz. No sistema norte-americano, 25 wattz equivale à potência dos ruídos, segundo o representante da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), Joaquim Carlos Carvalho.

“Estarão fora do mercado todas as rádios comunitárias, educativas e as rádios comerciais pequenas. Só vão ficar as grandes emissoras”, alertou Joaquim Carvalho, ao participar hoje (14) de uma audiência pública sobre os procedimentos de outorga, fiscalização e legislação de radiodifusão comunitária, ocorrido na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.

O modelo norte-americano, chamado de In Band on Chanel (Iboc), está em estudo pelo Ministério das Comunicações. O ministério e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estão analisando o modelo e vão preparar um relatório, a ser encaminhado à Casa Civil e à Presidência da República para aconselhar os padrões que deverão ser implantados no Brasil.

No caso da escolha brasileira pelo padrão Iboc, as rádios comunitárias enfrentariam ainda outros problemas, segundo entidades. “Os equipamentos são extremamente caros e as rádios não têm condições de adquirir”, adianta a representante do Conselho Regional de Radiodifusão Comunitária do Rio Grande do Sul (Conrad-RS), Soraia da Rosa Mendes. “Vão simplesmente deixar de existir. E hoje, já possuem ruído, na rádio digital, não conseguirão atingir a sua faixa”, diz.

O representante da Abraço reclama que “o governo não está seguindo a mesma linha da TV digital em que foi aberto um edital, contratadas universidades que fizeram um estudo e criou-se um sistema brasileiro de TV digital”.

Para ele, no processo de digitalização da TV, “foram incorporadas inovações das nossas universidades, como o MP4 para a compressão do áudio, que todos os outros sistemas vão utilizar. O sistema brasileiro foi usado para melhorar os outros sistemas existentes no mundo”.

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É um "remédio" meio amargo, mas talvez seja a única forma de acabar com as rádios piratas de uma vez por todas. Afinal até as boas empresas de comunicação precisam de investimento publicitário sério, não é mesmo?

2 comentários:

Anônimo disse...

eOlá,
Como não achei um e-mail para contato deixo essa dica aqui, que renderia um bom post...
http://www.carosouvintes.com.br/index.php?option=content&task=view&id=1691&Itemid=

Obrigado ao Edu Cezar pela dica
Marlon

Anônimo disse...

Foi a melhor noticia que li neste blog, pois torço, torço e torço pra que todas essas rádios piratas independentes do segmento sejam tiradas do ar ou organizadas em um prefixo que não atrapalhem as emissoras comerciais, rádios piratas é semelhante a camelô, querem se instalar onde bem entendem.
Toni - São Paulo