sábado, 30 de dezembro de 2006

Do you like Samba??

Internet, banda larga, podcast... palavras modernas, não? Quando a gente fala ou ouve falar em podcast, espera ouvir lançamentos, músicas exclusivas que não tocam no rádio, remixes, etc. Mas hoje achei um podcast voltado para o samba! Sim, a autêntica música popular brasileira também tem espaço em meio às modernidades. Produzido e apresentado por Beta Cris e Conrad Rose, logo no primeiro bloco traz uma sequência com Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Nelson Sargento, Monarca, Fundo de Quintal e
Cartola. O endereço é http://muquecadesiri.podomatic.com/.

O Marcos Ribeiro pediu também para indicar outro podcast: http://sonzeira.podomatic.com/. Bastante eclético, vai de Noriel Vilela a Nick Cave em poucos programas de distância.

Governo inaugura nova rádio AM na Amazônia

Brasília - Moradores da região do Alto Solimões, na Amazônia, ganharam este mês a primeira rádio AM Mesorregional. A emissora atinge nove municípios, com cerca de 200 mil habitantes, que por estarem distantes dos grandes centros, recebiam apenas sinais de rádio da Colômbia e do Peru. O objetivo da nova emissora é permitir o acesso à informação e valorizar o que a região tem a dizer.

“Existe na população dessa região um forte espírito brasileiro. Mas o fato de não existir um meio de comunicação que traga informação do Brasil para a região ou da região para o Brasil faz com que essas pessoas se sintam esquecidas. Esse projeto, além de dar voz, ele valoriza o que a região tem a dizer”, explicou a diretora do Departamento de Comunicação na Região Alto Solimões, Sofia Hammoe.

O projeto é uma parceria do Ministério da Integração com a Radiobrás. A sede será no município de Tabatinga, onde existia um estúdio da extinta rádio regional, fechada há mais de 15 anos. As antenas terão alcance de até 500 quilômetros, levando a programação aos municípios de São Boa, Jutaí, Tom Martins, Santo Antão do Iça, Amaturá, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia.

“O ponto de referência da rádio AM Mesorregional, ele tem a sua sede, a sua localização em Tabatinga, mas é uma rádio que pertence a todos os nove municípios. Por isso o seu nome é rádio AM Mesorregional, abrangendo os nove municípios”, explicou a gerente da mesorregião do Ministério da Integração Nacional, Dorothea Blos.

A programação da nova emissora, carinhosamente chamada de Rádio Meso, foi composta de acordo com a vontade da população local. Serão transmitidos programas da Nacional da Amazônia, outros produzidos pelo governo do estado, um feito pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA), além de programas musicais e infantis.

Para o reitor da UEA, Ozíris Alves Guimarães, a nova rádio traduz o pensamento da população e possibilita a relização de um trabalho profissional e organizado. “Existia uma rádio, mas era assim uma rádio fragmentada, não dá nem prá chamar de rádio, quem dominava era o prefeito, então colocava aquilo que ele queria. Hoje não, a Radiobrás entra com essa parceria técnica e ela vai começar a articular uma nova programação”, disse.

Os ouvintes poderão participar sugerindo pautas, mandando recados e até procurando pessoas. “Sempre com muito senso crítico, que o ouvinte da Nacional da Amazônia tem”, afirmou Sofia Hammoe.

Fonte: Agência Brasil

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E vivo o rádio AM!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sábado, 23 de dezembro de 2006

2007! Que venha a revolução!

Que o FM vive uma crise atualmente, não é novidade. Qualquer um que leu esse blog ou ouvíu uma rádio pelo menos uma vez nos últimos meses já sabe disso.

Fazer rádio no brasil sempre foi uma atividade meio mambembe. Excluindo a fase dos broadcasters, quando os brasileiros assistiram (ou melhor, ouviram) a tão famosa "era do rádio", sempre faltou estrutura, boa vontade dos donos de emissoras em investir em material humano e, principalmente nesses últimos tempos, criatividade (ou liberdade) para os produtores e programadores realizarem o seu trabalho. Nunca o "mais do mesmo" foi tão valorizado. Emissoras mudam totalmente a sua programação para ficarem iguais a dezenas de outras que já existem no dial. Mas me comprometí com o Marcos Ribeiro, editor-chefe deste blog, que faria um texto no estilo "advogado do diabo", ou seja, defendendo o rádio e mostrando as suas qualidades. Juro que eu estou tentando.

Há alguns exemplos pontuais e bem sucedidos de inovação e estilo que merecem ser destacados. Vale lembrar que para nós da Rádio Base, "bem sucedido" não é sinônimo de "primeiro no IBOPE" ou "melhor faturamento de 2006". Nós, com a nossa visão romântica da coisa, temos que bem sucedido é aquele programa que entra bem nos nossos ouvidos, aquela programação que nos surpreende a cada minuto de audição, etc. Esses detalhes bobos, que a maioria dos engravatados donos de rádios nem sabem o que é...

A rádio Energia 97, por exemplo. Essa se firmou em seu segmento, afundou o pé na música eletrônica como nenhuma rádio havia feito antes. Houve tentativas anteriores, inclusive na própria Energia, mas sempre ficava aquela falha na identidade. Era ouvir a rádio para se perguntar: "Eles querem tocar pop/rock ou eletrônico?". Hoje, a emissora conquistou o público (colocou mais de 30 mil pessoas na festa Spirt of London, no Anhembi) e armou uma equipe deDJs competentíssima, que fala a mesma linguagem dos ouvintes, nas suas mais diversas vertentes: De Drum 'n'Bass à House, o "pop/rock" da música eletrônica em termos de popularidade. Quem acha cansativo ouvir o dia todo uma emissora que toca música eletrônica, ainda não ouviu a Energia 97.

Nos quesitos programação musical, originalidade e iniciativas, a emissora que leva nota 10 é a Eldorado FM. Em sua programação não existem os irritantes hits, aquelas músicas que você ouve 10, 15 vezes por dia. É uma programação ampla, que vai do Jazz ao Indie Rock em questão de minutos. Programetes, como o Rádio Parachoque (ganhador do prêmio APCA 2006), mostram que ainda há vida inteligente no rádio brasileiro. Tudo bem que a Eldorado tem a ajudinha do grupo teatral "Doutores da Alegria", mas já é alguma coisa. Ainda fica a pergunta: "Será que não existem locutores competentes o suficiente para 'encenarem' essas esquetes?".

E há algumas coisas, agora incluindo também o AM, que crise de criatividade nenhuma é capaz de anular. Episódios que não têm preço, como ouvir as histórias do Daniel Daibem na Eldorado, os comentários do Zé Paulo de Andrade no Pulo do Gato, na Rádio Bandeirantes e até as simulações de brigas no ar do pessoal do Pânico, na Jovem Pan.

Nós, da Rádio Base, esperamos sinceramente que 2007 seja um ano marcante para o rádio. O veículo precisa de uma revolução, precisa de mudanças. Os coreanos da Avenida Paulista já vendem mp3 players de 1 GB à R$ 110,00. Eles até vêm com rádio FM, mas se nada de novo e de bom acontecer, essa vai se tornar a função mais inútil dos tais aparelhinhos.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Rádios teens - a crise se agrava

Apesar do desdém de profissionais despeitados com relação ao nosso texto sobre rádio jovens publicado aqui recentemente, o segmento que atinge a faixa dos 14 a 29 anos parece estar entrando em crise mesmo. É o que relatam nossos amigos do site Tributo ao Rádio Carioca, a mais importante página sobre o rádio do Rio de Janeiro na Internet. Acompanhe:

"Se o 1º semestre deste ano foi marcado no dial FM pela transformação da Cidade em Oi FM, o 2º semestre está sendo marcado pelo segundo fim da Jovem Pan FM carioca, que está deixando os FM 102,1 da Imprensa FM. A previsão é que a rede Mix FM passe a ocupar o canal a partir de 31 de dezembro ou em janeiro de 2007.

Esta é a segunda vez que a rede Jovem Pan FM deixa a cidade. Na primeira vez, ela esteve no ar por meio da mitológica FM do Grupo Fluminense: a Fluminense FM 94,9 foi a Jovem Pan entre outubro de 1994 e meados do ano 2000.

A segunda vez em que a Jovem Pan esteve por aqui foi por meio de um contrato assinado com o Grupo Dial. Os dois arrendaram juntos a Imprensa FM 102,1 a partir de 31 de dezembro de 2000. Ambos entraram com o dinheiro, e Tutinha (o concessionário da Jovem Pan paulistana) entrou com a franquia.

O portal Tudo Rádio, de Curitiba, publicou no último dia 30 este parágrafo: ' Segundo informações do Jornal do Brasil, desentendimentos entre a matriz paulistana e a diretoria da Jovem Pan 2 Rio motivaram a quebra do contrato e a chegada da Mix em território carioca. A diretoria paulista tinha planos para transformar a 102,1 em uma nova experiência da Classic Pan (emissora que esteve no ar em Santos durante 2 anos pelos 98,1 FM). A emissora carioca que é líder no segmento jovem não teria gostado dos novos planos e desistiu de continuar em rede com a Jovem Pan 2'.

Mas, segundo fontes do TRIBUTO, o motivo da saída da Jovem Pan FM do Rio é outro. Nas negociações para a renovação do contrato de arrendamento, a Imprensa FM (empresa detentora da outorga dos 102,1 MHz) cobrou R$ 140 mil mensais. Tanto Tutinha como os sócios do Grupo Dial acharam o valor caro demais.

E ainda há um agravante: o Grupo Dial está concentrado atualmente no projeto de criação da rede da Paradiso FM, que hoje ocupa um espaço arrendado: a antiga Alvorada FM 95,7. Não seria interessante para o Grupo Dial participar da criação da Classic Pan carioca, sendo ao mesmo tempo dono da franquia da Paradiso, igualmente do segmento adulto.

O rompimento do contrato entre as partes (Imprensa, Jovem Pan e Dial) foi inevitável. Nos bastidores, começou a guerra pelo novo contrato de arrendamento da Imprensa FM. A Venenosa FM (do grupo Salgado de Oliveira) chegou a se candidatar. Mas quem venceu a disputa foi uma concorrente da Jovem Pan: a também "jovem" e paulistana Rede Mix FM, que arrendou pessoalmente a FM 102,1.

Para o ouvinte carioca, haverá apenas a mudança da franquia a ocupar os 102,1. Porque, a rigor, a Mix atua no mesmo segmento rasteiro da Jovem Pan: o das rádios pop, com uma programação o mais medíocre possível.

Com um agravante: a Mix FM tem pretensões de ser uma rádio para a "galera descolada". Chegou a incluir muitos rocks mais acessíveis na sua programação paulistana, concorrendo diretamente com a ex-"Rádio Rock" 89 FM e com a (quase extinta) Brasil 2000.

Para habitantes da Baixada Fluminense e de algumas cidades e bairros do entorno, vai ser um insólito acontecimento acompanhar a Mix FM em duas freqüências: a FM 106,3 (da UCP FM de Petrópolis, arrendada no início do ano) e a carioca FM 102,1."

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quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Quem serão os produtores da MTV FM?

No Blog da colega Magaly Prado foi colocado uma enquete em que pedia-se sugestões para os locutores que deveriam fazer parte da suposta emissora da MTV que vem aí. Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem. Mas quem vai tomar conta do principal: o conteúdo.

Antigamente, nos primórdios do FM, existia uma pessoa que pensava na programação da rádio 24 horas por dia. Era o PRODUTOR. Ele é que era a figura mais importante da rádio ao lado do operador e do técnico de áudio, que mantinham a rádio no ar. O Locutor é fundamental, mas sem PRODUÇÃO, o cara não passa de um desanunciador de música.

As melhores rádios do Brasil possuem produtores. A Cultura FM possui mais de 15, um para cada programa. A Rádio Haroldo de Andrade tem pelo menos um para cada atração. Na Rádio Tupi, do Rio, suponho que seja da mesma forma. Na Rádio Globo SP, também. As finadas Excelsior, Fluminense e Nova Excelsior, idem. Enfim, todas as emissoras que ainda se preocupam com o que vai ao ar possuem produtores.

Então sugiro aqui que os nobres leitores indiquem que poderia trabalhar na produção da MTV FM. Quem vão ser o s caras que além de bolarem e esquematizarem a promoção e entrega de brindes, também vão pensar no texto a ser lido pelos locutores, nos programas especiais, na tal "plástica" da rádio e no formato do noticiário, que vai pesquisar o mundo da música, entre outras coisas. Como diria meu amigo Beto Silva, de Arapiraca, um dos melhores produtores de rádio que eu conheço, "rádio sem produtor é como café com leite sem leite. E sem café". E o que sobra então? Mandem suas sugestões.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Ufa, falaram do rádio virtual na Veja

Sob o título de "Estações fora do ar - Na internet, o rádio assume o novo perfil: é coisa para fã de música alternativa", a revista Veja traça um perfil das webradios nacionais e estrangeiras na internet. É a primeira reportagem que vemos sobre o assunto neste semanário.

Pena que tenha sido mal apurada, pois não distingue as emissoras que transmitem apenas pela internet, daquelas que são uma extensão de uam rádio convencional na web. O maior exemplo disso é que ele citam a BBC, a maior rede de rádio estatal do mundo, que possui links de áudio de todas as suas emissoras na net, com a Last FM, que nada mais é uma "jukebox" pré-programada com 65 milhões de música e a desconhecida Radiola Urbana, que apenas armazena em seu site podcasts de alguns programas musicais. "O universo do rádio é vasto. Ele abarca desde a programação de massa até as transmissões mais mambembes", justifica Sergio Martins, autor da reportagem. Nada mal para uma publicação que, 5 anos atrás, queria ensinuar que o blog era uma ferramenta para "adolescentes com problemas de relacionamento e auto-afirmação".

De qualquer maneira, trata-se de um texto para quem realmente gosta de rádio.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

"Franquias" de tv pagas podem revitalizar o rádio

Por Rodney Brocanelli
Do site Laboratório Pop

O rádio brasileiro parece viver mais uma virada de página em sua história. O meio andou em baixa até bem pouco tempo, mas a movimentação dos últimos meses poderá trazer mais fôlego. E por mais incrível que pareça, ela vem da televisão. Pelo menos duas grandes emissoras pagas trabalham a todo vapor para colocar no ar o que podemos chamar de "franquias". Numa explicação simplista, não se trata de uma simples reprodução da prgramação da tv no rádio. Seria como que se fosse um empréstimo de marcas já consagradas a fim de se criar uma programação própria para o veículo.

Essa movimentação começou com a Band News, canal de notícias do Grupo Bandeirantes, que deu origem a uma rede de rádio-notícia no FM em 2005. E agora, a MTV e o Multishow, coincidentemente dois canais de música, divulgaram recentemente seus planos para o rádio.

Vale destacar outros dois projetos nessa linha: no final de 1995, a ESPN Brasil quase acertou com a Rádio Capital para uma parceria em transmissões esportivas. E no ano seguinte, a 89 FM, agora em nova fase, chegou a negociar uma associação com a Play TV (antiga Rede 21). E quase que a Brasil 2000 FM, de São Paulo, virou Rádio Band Sports. Mesmo que essas negociações não tenham avançado, a tendência de estabelecer braços radiofônicos de canais televisivos a cabo é muito forte e parece ser algo que vai movimentar o meio nos próximos anos.

Uma situação completamente diferente da vivida no começo da década de 90, quando o processo de "satelização" das emissoras de rádio parecia ser a última grande novidade do setor, com o surgimento de grandes redes, como Jovem Pan, Transamérica, Bandeirantes, entre outras.

Ao mesmo passo em que ocorria esse processo de fagocitose, as freqüências de rádio também despertaram o interesse de igrejas protestantes, que passaram a comprar ou arrendar concessões de emissoras com dificuldades financeiras. Vale recordar o caso emblemático da antiga Rádio Musical FM, também de São Paulo. Sucesso de público e conhecida como a rádio MPB, hoje ela dedica 100% de sua programação às pregações religiosas.

Ainda não é possível medir o panorama com a entrada das "franquias" de TVs por cabo. Tomara que elas tragam uma grande renovação estética e não perpetuem o mais do mesmo. A perspectiva parece ser boa, isso se levarmos em consideração o background das empresas que estão por trás tanto da MTV, como do Multishow.

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É bom lembrar que esta movimentação começou desde que a CBN virou sucesso comercial no rádio e a Bandeirantes, que há anos tenta emplacar uma marca forte fora da praça de São Paulo, resolveu criar a Band News FM, calcada na marca da Band News TV. Com pouco mais de um ano, a Band News foi pra cima do público da CBN, com um formato de programação diferente e o conteúdo da Rádio Bandeirantes. À medida em que ela foi se desvencilhando - pelo menos em termos práticos - desse formato de jornalismo All News que a cada 20 minutos gera um jornal e criando uma identidade própria, a audiência e o interesse pela emissora por parte de ovuintes, analistas de mídia e anunciantes foi aumentando.

A CBN contra atacou extinguindo a Globo FM carioca e a transformando em CBN FM. Presente em quase todas as capitais brasileiras, e nas principais cidades do interior, a CBN continua sendo um veículo que fatura muito bem obrigado. Com um auxílio luxuoso de um site bem estruturado em termos de conteúdo dentro de um portal em evolução, a CBN alcançou praças que suas afiliadas não atingem. A CBN virou sinônimo de radiojornalismo, quando virou rede via satélite em 1994.

Multishow promete emissora FM em 2007

Depois da MTV anunciar seu interesse em entrar no dial paulistano a partir do ano que vem, provavelmente no lugar da Brasil 2000 FM em 107.3, chega a vez das organizações Globo manifestarem o mesmo objetivo. Nesta terça-feira, dia 12, o canal pago Multishow estréia sua rádio, por enquanto, com transmissão apenas pela internet. Com o slogan “Multissintonizada”, a programação da nova emissora, será desenvolvida para o público jovem.

O projeto não para por aí. A intenção do grupo é de, no primeiro trimestre de 2007, inaugurar a emissora no dial das duas principais praças de rádios do país: Rio de Janeiro e São Paulo. A informação é de Wilson Cunha, diretor-geral do canal, que pertence à programadora de TV Globosat. Sua idéia é ocupar o horário integral de emissoras FM nas duas capitais. As negociações já estão em andamento. Porém, até agora, nada foi revelado pela direção, sobre quais freqüências a Multishow FM ocupará no dial de São Paulo e Rio. Em seu site, a rádio Multishow já está sendo caracterizada como uma FM convencional.(Blog Só rádio)

Nota da redação: Desde o final do mês passado, a Globo.com reformolou seu site de rádios. Além de retransmitir os sinais das estações do Sistema Globo de Rádio - Rádios Globo (Rio, SP), CBN (Rio, SP, BH, DF), 98 FM (Rio), BH FM (MG), da Globo FM Web - e das várias webrádios customizadas, a nova página traz outras duas novidades: a Rádio GNT e Rádio Sportv, ambas homônimas dos canais da Globo Sat. Por enquanto elas operam apenas por listagem de arquivos de áudio, mas é possível que logo operem em sistema semelhante ao da Globo FM. (Marcos Ribeiro)

Os premiados da APCA em 2006

Atenção, atenção! Sairam os nomes dos premiados da APCA - Associação Paulista dos Críticos de Arte - em 2006, na categoria rádio:

*Grande Prêmio da Crítica - Arnaldo Jabor (Rádio CBN)
Humor - "Buemba, Buemba" - José Simão, Ricardo Boechat e Luis Megale (Rádio Band News FM)
*Programa Musical - "Solano Ribeiro e a nova música do Brasil" (Rádio Cultura AM)
*Programação em WEB Rádio - Rádio Metodista Online - www.metodista.br/radio
*Revelação - "A Voz Popular" - Luis Antonio Giron (Rádio Cultura AM/FM)
*Iniciativa - "Rádio Parachoque" - Doutores da Alegria (Rádio Eldorado AM/FM)

Os jurados deste ano foram Silvio Di Nardo, Marcos Ribeiro e Miriam Ramos. A votação foi realizada na noite desta segunda-feira, em reunião da APCA, na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, no centro da capital paulista.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Podlist Rádio Base número 2

Podlist - número 2
Programas de hoje - 4 de dezembro de 2006
Podcast Revista Bizz - Balanço do Tim Festival
Podcast DJ Soul Flyer - n° 4 - Balanço revival - Só as coroas - Apresentação Marcos Lauro
Podcast Subway - Especial Trip Hop - Apresentação: Marcos Milk
Podcast Revista Bizz - Histórias de Rebato Russo

http://www.radiobase.org/podcasts/

Programação da Rádio Online 1

Rádio Online 1
Programação de Hoje, segundafeira, 4 de dezembro de 2006
*Pogo - nº2 - miniespecial com Beastie Boys - Apresentação Thiago DJ
*Podcast Bizz - 48 - Gal Costa e a turma do desbunde
*Rádio Centro Cultural SP - Alta Fidelidade - Vera Figueiredo
*Mundo Punk HC - Bloco K - Apresentação Karioka
*Terra podcast - Trama Virtual - Especial com a banda Mombojo

Acesse e ouça na sequência que achar melhor. Acessem, acessem, acessem
http://www.radiobase.org/radio.m3u

sábado, 2 de dezembro de 2006

Rádio Guerrilha

"Quem sou eu para convencer as pessoas de que minha idéia de justiça é a correta? Porque as pessoas não podem abrir suas mentes e pensar por sí próprias?"
Veran Matic


Iugoslávia, final da década de oitenta. O aniversário de Josip Broz Tito, comunista que governou o país entre 1953 e 1980, era comemorado todos os anos com pompa, exibições públicas e paradas militares. Em 1989, a Sérvia inovou em sua comemoração: decidiu criar uma rede de rádio e televisão para o público jovem, mas que transmitiria por apenas duas semanas, duração das festividades. O problema é que a emissora de rádio foi entregue a um grupo de jovens que não simpatizavam nem um pouco com o regime comunista, eram críticos e conhecidos como "os filhos descontentes de Tito". Logicamente, eles não se contentariam com apenas duas semanas...
Esse é o tema do livro "Rádio Guerrilha - Rock e Resistência em Belgrado", do jornalista e escritor Matthew Collin, traduzido por Marcelo Orozco.
Veran Matic, um dos fundadores e primeiro diretor da rádio B92, como foi batizada, baseou as regras da emissora na Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas e se fez valer do seu direito de liberdade de expressão. A programação musical era extremamente alternativa, calcada principalmente no Hip Hop e no Rock. O jornalismo era crítico, ácido e opositor ao então nascente regime do ditador Slobodan Milosevic.
A emissora funcionava num pequeno conjunto comercial no centro de Belgrado, que havia servido como comitê central do Partido Comunista, e transmitia em baixa potência. Mas suas idéias ressoavam não só entre os jovens do underground sérvio. Tanto é que a emissora foi fechada diversas vezes e sofreu intervenções estatais, como a substituição de todos os seus funcionários por jornalistas e burocratas do regime em um determinado período. Milosevic sabia do poder da rádio, mas, logicamente, não demonstrava claramente.
No livro, Collin mostra a garra e a vontade do povo sérvio, que tirou à força o ditador Milosevic do comando. Em alguns momentos, Collin deixa de lado o tema "rádio" e aborda longamente as complicadas questões políticas dos balcãs. Bom para contextualizar o leitor, mas cheio de detalhes e de nomes terminados em "ic".
A B92 existe até hoje (http://www.b92.net/) e é uma rádio comercial. Segundo o autor e outras pessoas ouvidas, a emissora continua com o seu jornalismo crítico e utiliza, como no início, o seu direito de liberdade de expressão. Mas foi uma transição traumática: os críticos afirmam que a garra do início se perdeu e a B92 agora é apenas "mais uma". Os funcionários que estão lá hoje não têm uma causa e é apenas um emprego para eles. Seria o preço do crescimento...
O livro sugere algumas discussões interessantes no contexto das rádios brasileiras. Lá, um grupo de jovens decide manter uma rádio no ar para dizer o que pensa, tocar o que gosta e protestar. Aqui no Brasil, infelizmente, se abre uma rádio pirata para ganhar dinheiro com anúncios do açougue da esquina e do mercadinho da avenida. Existem, sim, as excessões (vide "Rádio Favela"), mas até para ouví-las é difícil. Alguma "pirata comercial", mais potente, vai cobrir o seu sinal e barrar a revolução. A população brasileira não está preparada para uma rádio como a B92 e talvez nunca esteja. Seus programas, cita o livro, beiravam o limite do underground. Até suas vinhetas eram provocadoras e barulhentas. Nelas, trechos de discursos de Milosevic eram utilizados como armas contra ele próprio. A rádio tinha sua posição política no editorial: em 2004, seu slogan era "Bori se - vá a luta", em apoio ao candidato à presidência, o democrada Boris Tadic (que, aliás, ganhou o pleito e governa o país até hoje). Seria como se a Rádio Bandeirantes assumisse oficialmente o seu lado "alckimista" durante as eleições. Que escândalo seria, não?

"Rádio Guerrilha - Rock e Resistência em Belgrado"
Autor: Matthew Collin, traduzido por Marcelo Orozco.
Editora Barracuda
Preço: Entre R$ 35,20 e R$ 44,00 (http://compare.buscape.com.br/prod_unico?idu=1859849016&kw=r%E1dio+guerrilha&ordem=prec&pagina=1)