sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

A música pop, via satélite, nas ondas do rádio - Transamérica Pop

Transamérica oferece opções de programação aos parceiros
Por Marcos Ribeiro

Muito antes do advento da transmissão de rádio via satélite, a Transamérica já possuía sua rede de emissoras e FM. A primeira estação com esta marca, foi inaugurada em agosto de 1973, em Recife, época em que a freqüência modulada era usada pela maioria das rádios para ligar os estúdios aos transmissores. A programação, como as das pouquíssimas emissoras que surgiam nessa faixa de onda, era voltada a um público adulto, pertencente às classes A e B com mais de 25 anos. Todos os programas eram gravados, incluindo a locução. A formação inicial da rede compreendia outras cinco emissoras próprias, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Salvador, inauguradas entre 1974 e 1980. Nessa época, a programação – músicas, vinhetas, programas especiais e locução – era toda gravada na sede paulistana e distribuída para as demais estações por meio de fitas de rolo enviadas por correio ou avião.

Em meados da década de 80 do século passado, a programação começou a ser feita ao vivo, visando atender a demanda de cada praça. Cinco anos mais tarde, em janeiro de 1990, a Rede Transamérica começou a transmitir via satélite, ainda no sistema analógico. Posteriormente, este sinal foi codificado e abriu-se a possibilidade para que outras emissoras participassem da rede como franqueadas. Nesta época padronizou-se a programação, voltando-a para o segmento jovem, cujos ouvintes estavam na faixa dos 15 a 29 e pertenciam a classe AB. Nesta época, a Transamérica obteve grandes índices de audiência chegando à liderança pois constatou que o público alvo em todas as praças era homogêneo e possuía gostos musicais e outros interesses semelhantes.

“De 1997 para cá, a empresa percebeu que havia uma demanda de público por uma programação igual ao das chamadas ‘rádios populares’ no Brasil que não era atendida. A partir daí a Transamérica resolveu dividir a rede e segmentá-la visando três perfis de públicos diferentes”, explica Ruy Balla, gerente de programação. E assim foi criada a Transamérica Hits, a maior das três redes, que atende a uma audiência mais afinada a uma programação mais popular – axé, pagode, sertanejo, etc, a Transamérica Light, com uma programação baseada em "flash-backs", músicas românticas e MPB, e a Transamérica Pop, que continua a trilha da rede original, baseado num formato pop rock. “O crescimento da rede ‘hits’ foi muito proveitoso porque estávamos perdendo alguns franqueados para outras redes no segmento popular. Então para dar uma opção a estes parceiros, resolvemos criar de configuração de formato”, conta Balla. “Ainda sim, a Transamérica Pop, mesmo sendo menor possui uma penetração maior no público porque está com afiliadas em várias das principais cidades do país”, informa Lígia Cervone de Araújo, gerente de marketing da rede.

A emissora que queira fazer parte da rede Transamérica Pop precisa se localizar numa praça que possa gerar um certo interesse comercial e que tenha uma cobertura, ou ainda que esteja próximo a uma região que possa ser viável para a rádio comercialmente. Outros requisitos também são necessários como, por exemplo, ter um mínimo de qualidade de transmissão, instalações adequadas, ser uma empresa bem estruturada financeiramente, etc. O “franqueado” também precisa investir na compra de softwares e equipamentos que vão fazer a captação da transmissão do satélite, o que não é muito caro, segundo a gerente de marketing. Além disso, o afiliado paga uma espécie de “aluguel” pela franquia. “Em contrapartida, ele tem o direito de explorar a marca em sua praça, conta com o apoio da rede para elaborar promoções locais, espaços nos intervalos comerciais da rede para veicular seus anunciantes e também apoio para produzir programas locais se for se sua vontade”, esclarece.

Por causa das diferenças de público de região para região, optamos por estabelecer horários obrigatórios, em que a afiliada tem de retransmitir os programas e os anunciantes da rede. Nesses horários, reservamos uma espaço do ‘break’ para que ele coloque anunciantes locais. Nos demais horários, ele tem a opção de colocar no ar a programação disponibilizada para todos, menos para a Matriz em São Paulo. Se a filial não quiser levar ao ar esta programação nacional, ela pode produzi-la localmente, desde obedeça aos parâmetros de programação, formatação e veiculação de comerciais exigidos pela Transamérica”, diz o gerente de programação. A Transamérica Pop está tentando mudar a faixa etária onde atua. No momento, o objetivo imediato deles é atingir o ouvinte um pouco mais velho, entre 20 e 35 anos. “Percebemos que há um filão de público que não está sendo bem explorado pelo mercado e que se encaixa na programação da ‘Pop’”, calcula Ruy Balla.

8 comentários:

Anônimo disse...

Aliás, a Transamérica era uma PUTA rádio em 89 / 90, mas depois que virou rede, ficou péssima...

Marcos Lauro disse...

É, também sinto saudade da Transamérica desse período. Onde você ia, tinha o "tesão" vermelho da rádio... sem contar, aquele sinal sonoro que indicava a hora certa, que você ouvia por onde passava.
Alguém aí se lembra da cobertura que a Transamérica fez dos shows da turnê Pop Mart, do U2, no Brasil? Sensacional...

Anônimo disse...

Vocês têm saudades daquele tempo? A Transamérica era líder de audiência, repetia música à exaustão e ainda tinha uns locutores que só gritavam ao microfone. Melhor está agora. pelo menos os locutores não berram nos meus ouvidos!!!!

Anônimo disse...

Pois é, era muito bom aquele tempo sim, pq só os locutores da Transamérica berravam ao microfone. Agora são os de todas as rádios. E ainda tinha o Estúdio Ao Vivo, lembro-me como se fosse hoje do dia em que o Lobão estava agendado e não apareceu, isso em 89. Lembro da propaganda que eles fizeram no jornal quando inauguraram aquela mega-torre na Lapa. O anúncio tinha uma foto da torre, ocupando uma página inteira do jornal...e o que dizer das transmissões esportivas da Copa de 90, descontraídas e irreverentes, com aqueles efeitos especiais. Tudo isso era marca registrada da rádio. Quem não se lembra das Transversões, em que eles faziam paródias de hits do momento, como por exemplo, "O Pulso", dos Titãs. Lançaram grandes bandas nacionais, como Civil, que as outras levaram meses pra conseguir tocar... Quando eles deixaram de fazer tudo isso, perderam a identidade, hoje ela é uma rádio sem cara e formato, na verdade impossível de ouvir, mesmo porque a qualidade de som ficou pra trás, nitidamente. Enfim, quando tento ouví-la, não consigo ficar mais que 5 minutos. E, coincidência ou não, depois que o Ruy Balla entrou...

Marcos Lauro disse...

Estúdio ao vivo era muito bom... acho que tenho em casa o dos Raimundos e dos Mamonas ainda.
E como comparar essa época da Transamérica com hoje? A Transamérica perdeu qualidade ou foram as outras que cresceram demais?

Anônimo disse...

Todas perderam qualidade, só que a Transamérica mais ainda...

Anônimo disse...

As rádios do segmento jovem já eram ruins na década passada. Atualmente, elas estão cada vez piores. Nunca pensei que as herdeiras de "Mundial, Excelsior e Difusora" fossem chegar a um nível tão baixo. O rádio desse segmento deveria ser feito para uma molecada que tem acesso a informação com uma facilidade jamais vista na história da humanidade. Mas os "profissionais" do entretenimento fazem questão de tratá-los como retardados mentais. Lamentável.

Anônimo disse...

A anos tento consegui na Internet as transversões e nada...

Alguém sabe como consegui-las?