quinta-feira, 22 de setembro de 2005

O que eu prometí - parte II

Acabou por volta das 22h20 de hoje um encontro que reuniu profissionais das principais rádios jornalísticas de São Paulo.

Estavam presentes:

Andre Luiz Costa - Band News FM
Leonardo Stamillo - CBN
Jose Armando Vanucci - Jovem Pan
Maria Elisa Boechat - Bandeirantes
Sergio Santos - Eldorado

Na verdade não foi um debate. Cada um apresentou a rádio onde trabalha, citando suas características principais, mostrando que o material de trabalho é o mesmo (notícia), mas cada emissora vai seguir uma linha diferente.

Maria Eliza destacou as campanhas e denúncias feitas pela Rádio Bandeirantes, citando o caso mais recente, em que um repórter da emissora denunciou o esquema de propina nas autorizações de panfletagem e placas de anúncios de imóveis. A reportagem levou o prefeito José Serra a proibir esse tipo de propaganda. Apesar de haver uma linha editorial, a Bandeirantes dá total liberdade de opinião aos seus profissionais. O maior exemplo nesse sentido é o Jornal Gente. Como uma rádio opinativa, a Bandeirantes tem como especialidade os debates e dá muita importância para o RB no Ar, momento de interatividade do ouvinte. Para finalizar, ela afirmou que a base do radiojornalismo é o repórter. Ele é quem garante a agilidade que o meio deve ter.

Em seguida, Sergio fez questão de diferenciar a Eldorado das outras emissoras representadas. "A Eldorado não é rede. Falamos diretamente para a cidade de São Paulo". E isso dificulta um pouco a cobertura nacional, principalmente política. Inclusive, foi a primeira rádio a abolir a famigerada "Voz do Brasil", justamente por esse caráter local. A rádio não tem editoria de esportes e polícia, pois tem como público alvo as classes A/B, com mais de 35 anos e que se interessem por ecologia e esportes diferenciados, como os náuticos e de velocidade (rallis), entre outras coisas. É uma emissora que não tem tradição opinativa, apenas informa o factual e deixa os ouvintes formarem suas próprias opiniões. O furo não é o objetivo, mas sim notícias mais trabalhadas e o mais importante é ouvir pessoas, e não autoridades.

André iniciou sua participação dizendo que ainda há muito o que ser acertado na Band News. Apesar de ser uma rede com um novo jornal a cada vinte minutos, há um espaço reservado para o noticiário local: entre 3 e 5 minutos, dentro do bloco. Em São Paulo, caso haja a necessidade de permanecer mais tempo com um assunto local no ar, é ativado um segundo estúdio, de onde a programação também pode ser gerada. A emissora aposta no talento dos colunistas (num total de 38!!!!!), que abordam desde moda e turismo até política e economia. Andre disse também que arriscou ao montar uma redação com profissionais que vieram de outros meios. Alguns ainda estão aprendendo como se trabalha no ritmo agil do rádio.

Já Leonardo fez um levantamento de números na CBN: São cerca de vinte entrevistas por dia (que são editadas e reprisadas durante o dia, em formato de teasers); as 23 afiliadas geram cerca de 40 reportagens por dia (somente as que são aprovadas e vão pro ar) e 17 comentaristas personalizam a programação, deixando-a mais próxima do ouvinte. Há apenas um horário para noticiário local (das 9h30 às 12h). Outras notícias locais são veiculadas durante os breaks ou ainda há a opção da ativação de um segundo estúdio. Ele justificou o uso de telefone nas entrevistas pelo limitado número de funcionários na redação. A Band News forçou mudanças na CBN: além da inauguração da CBN FM no Rio, houve também a busca de mais agilidade na edição das entrevistas, que chegavam a dez minutos. Leonardo também disse que a CBN inicia sua transmissão digital na próxima segunda-feira, em regime experimental. Já haverá transmissão de textos e, futuramente, a transmissão de três "CBNs" numa única frequência.

Vanucci apresentaria um vídeo com a história da Pan, mas o computador da ECA não colaborou... Ele disse que o forte da emissora são os programas de serviços, que provocam um bate papo com o ouvinte e os aproximam da programação. No dia do falecimento do Vernise, mais de 5 mil e-mails foram enviados à emissora, o que comprova o envolvimento do ouvinte com o profissional.

Só para finalizar esse resumo (imagine se fosse a transcrição completa!!!!), uma dica dada pelo Sergio: quer trabalhar em rádio? Saiba português, por favor. Ele disse que o maior motivo de reprovações nos testes para contratação na Eldorado é justamente o erro de português. Gente que sai (ou ainda está) na faculdade e não sabe construir uma frase com a concordância correta. Aí é dosé, né, mané?


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Os próximos encontros são:

O RÁDIO EDUCATIVO NO BRASIL
26/09/05, 9h, Auditório Freitas Nobre – CJE – ECA – USP
Convidados: Ismar Soares (Educom – USP)
Marcello Bittencourt (Rádio USP)
Márcia Detoni (Radiobrás)
Nivaldo Ferraz (Rádio Cultura)
Pedro Vaz (Rádio Educadora Paulista)

O RÁDIO NO BRASIL
26/09/05, 20h, Sala 307 - Campus Centro – Anhembi Morumbi
Convidados: Cecília Peruzzo (UMESP)
Gisele Sayeg (USP)
Lenize Villaça (Mackenzie)
Milton Jung (Rádio CBN)

ECA - Av. PROFESSOR LÚCIO MARTINS RODRIGUES, 443 – CIDADE UNIVERSITÁRIA - Telefone: 11 3091-4112

Anhembi Morumbi / Campus Centro – Rua Dr. ALMEIDA LIMA, 1134 – BRÁS – Telefone: 11 6090-4577 – São Paulo/SP

Um comentário:

Anônimo disse...

Marcos,

o que ele falou sobre a rádio USP?