quarta-feira, 30 de junho de 2004

E mail para o editor da Rádio Agência sobre a entrevista de Luis Fernando Magglioca

E aí, Ênio, beleza?

Li a antrevista com o Luis Fernando Maglioca e achei muito legal. Gostei mais ainda sobre o que você falou na introdução da segunda parte a respeito de "E quem, como nós, vive com o fantasma daquele paradigma da web que reza que 'leitor de internet não lê mais que dois parágrafos', nos fez pensar. E deixar isso de lado". Gostaria de saber quem foi o babaca que inventou esta teoria de que ninguém lê textos grandes na internet. Se eu descobrir, enfio-lhe mouse, alto-falante, placa mãe, modem e tudo mais que ele puder engolir ou não, goela abaixo. O engraçado é que, se você faz entrevista em tevê ou rádio, tem de editar por causa do tempo. Em jornal ou revista, tem de editar por causa do espaço nas páginas. Na internet que não tem problema nem de tempo, nem de espaço para texto, o pessoal vem com "teoria-mané"? Tenha a santa paciência, né?

Vocês fizeram muito bem em colocar na íntegra. Do contrário, muitos detalhes e curiosidades passariam em branco, como aquela história de como eles criaram o "carimbo" que o cantor fazia na introdução de sua própria música. Deu tão certo que as rádios populares - Gazeta, Nativa, Sucesso, etc. - o fazem até hoje.

Sempre quis saber como criaram o "Melhor das 3". Quando tinha meus 12, 13 anos, o bairro inteiro ouvia. No sábado, o programa durava das 8h da manhã até às 5 da tarde. A Difusora fazia eco em tudo que era rua em que a gente passava: ia na padaria, o pessoal ouvia a Difusora; ia na avícola, o pessoal ouvia a "Melhor das 3"; estava brincando na rua, a gente ouvia alguma casa ligada nos 960 KHz. E como se não bastasse, das 5 da tarde em diante tinha "O melhor da Melhor de 3", que era uma parada com o que tinha rolado ao longo do dia. No domingo tinha o Hit Parade Difusora, que tinha umas 3 ou 4 horas de duração, que era muito tempo para os padrões da época.

E nas férias então? De manhã, Gil Gomes, Barros de Alencar, Clube do Rei, Silvio Santos, Marcos "Baby" Durães, Franco Carlos, Vicente Leporaci, Humberto Marçal, Ney Costa e tudo que era programa que tinha até a hora do almoço. Mas a tarde, era Difusora com Jorge Helal, Henrique Régis e Carlos Racci até a hora da "Voz do Brasil". O duro é que eu estudava à tarde e só nas férias mesmo para ouvi-los. Pena que em 79 a Difusora já estava indo pro beleléu e acabou fechando.

É, bons tempos do AM musical, não? Bons tempos do Motorádio colorido com sete faixas de onda, do gravador National "tijolão" com microfone embutido, do radinho de pilha "Parceiro" - que só pegava AM - e tinha saída de fone de ouvido tipo "Vienatone", da eletrola portátil da Philips, com alça e movido à pilha e à luz, dos racks 19" da CCE (Concerta, Conserta, Encosta), que pobre só via e ouvia se ficasse parado na frente das Casas Bahia - ou da Arapuã (com alguma sorte, algum vendedor benevolente, ligava aquela "máquina" e a gente ficava ouvindo uma tal de Bandeirantes FM (?), que tinha um som inacreditável, mas que a gente só ouvia de manhã pelo canal 13, naquele alto falantezinho da TV, enquanto a programação da emissora não entrava no ar. E chega, se não vou começar a chorar e estragar meu teclado que já tá meio velhinho também.

Mais uma vez, parabéns pela entrevista
Um grande abraço a todos
Marcos Ribeiro
Rádio Base

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