quinta-feira, 13 de maio de 2004

Brasil 2000?

Prezado Marcos e equipe do Rádio Base,

Estou neste momento - vide horário da mensagem - ouvindo, pelo Windows Media Player, a Rádio Brasil 2000, e está rolando o Jornal da Brasil 2000. O programa em si é bom, mas o senão está na voz do locutor William Maier, que ainda segue o estilo
mauricinho da Transamérica e Jovem Pan 2.

Outro senão é que de vez em quando a locução também atropela as músicas, antes delas terminarem, ou então atropela o começo das músicas.

Terceiro, são as vinhetas, que contém aquela "agilidade" da Jovem Pan 2. Que rádio alternativa é essa? Está certo que as rádios
de rock têm que ter uma linguagem compreensível para os adolescentes, que são boa parte da audiência dessas rádios. Mas teria que reproduzir também a locução Jovem Pan, mesmo sem contar piadinhas? Não há gracinhas nem abobrinhas, mas há aquela voz macia, de "mocinho lindo da mamãe" que, mesmo submetendo ao
excelente texto da redação, soa muito enjoada de se
ouvir. É outro estilo, é mais pop, pop-dance, daria muito melhor num programa de disco music do que numa rádio de rock. E nem adianta um cara desses arranhar a garganta e falar como metaleiro louco. Também não vai convencer.
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Além disso, há um programa com o nome de "Balada", a coisa mais mauriçola que se vê hoje em dia. A gíria "Balada", que deturpa o sentido original da palavra (que significa, tradicionalmente, música lenta), foi criada por DJs de dance music em 1999 e
virou praga até em telejornais. A gíria eu acho ridícula, até o barbarismo de definir a vida noturna como "night" não soa tão ridícula para o colóquio juvenil brasileiro.

Para uma rádio de rock que queira ser autêntica, um programa com o título de "Balada" deveria ter outra filosofia, tocando apenas soft rock, progressivo e as lentinhas do rock em geral. Nada de música agitada. Ignorar isso é se vender para a filosofia clubber, porque importar padrões da Jovem Pan 2 só comprometem
a credibilidade de qualquer rádio que queira ser alternativa.

Tenho 33 anos. Quando tinha 13, ouvia rádios de rock com linguagem mais sóbria, sem voz de "mocinho bonitinho". Não tinha Zé Luís, Rhoodes Dantas, William Maier e outros que parecem ter saído da escola Rui Bala/Emílio Zurita de locução radiofônica. E eu entendia caras como Maurício Valladares e até José Roberto Mahr, que tinha uma locução mais devagar.

Espero que a Brasil 2000 reveja esses aspectos, por que se ficar como está o radialismo rock paulista ainda vai continuar sendo coisa do passado.

Bom, fico por aqui. Um abraço para todos.
Alexandre Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ


Caro, Alex,

Tirando esses defeitos que você diz ter achado, deu tempo de reparar a quantas anda a programação musical e os programas como o Garagem, Backstage, Reggae Raiz, Sessão da tarde e Brasileiras e Brasileiros? Ou você acha que o conteúdo é o que menos importa? Um abraço.

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