sexta-feira, 2 de abril de 2004

Programa social da 89 estréia sem novidades - parte 2

Olha, gente, estou escrevendo isso quinta feira, ás 7h da manhã. Ouvi o novo programa da 89 - "Ativando" - no domingo. Achei-o muito mal produzido. Faltou consistência e as entrevistas ficaram mal amarradas e sobrou muita música "hit" da rádio que ninguém, pelo menos aqueles que gostam de rock e novidades - aguenta mais ouvir. Mas acho que dá para melhorar e muito se eles forem melhor orientados nos próximos programas.

A idéia em si é boa, mas insisto que deveria ter sido dado o espaço para estudantes de comunicação. É uma oportunidade de ouro que todo estudande de jornalismo ou rádio e TV espera e praticamente não existe.
Mas já estou ouvindo alguém dizer: "ah, mas a 89 dá oportunidade de estágio para quem estuda". Ótimo, sensacional, estupendo. Toda emissora deveria fazer isso. Mas uma coisa é você ser estagiário, funcionário, se submeter a regras da empresa, à sua linha de programação, etc.

Todo mundo que estuda deveria ter este privilégio. outra coisa é você ter o seu próprio programa, com suas idéias, sua imaginação e colocá-lo no ar, arcando com as críticas e elogios que receberá por causa dele. Sei bem o que é isso. O Marcos Lauro, o Vitão Bonesso, o Paulão Martin, o André Barcinski, o Tarcisio Carvalho, o pessoal da Punk Radio e dezenas de outros produtores independentes estão para comprovar o que digo. E digo mais: o profisisonal que tem a chance de participar de um projeto desses, pode aferir o verdadeiro sentido da palavra "responsabilidade social" na comunicação.

Quanto aos colegiais que fazem o programa, não lhes faltarão oportunidades e tempo para eles aprenderem e exercitarem a sua cidadania, antes de escolherem a profissão que querem abraçar, não é mesmo?

A gente sempre defende nesta tribuna o rádio feito com qualidade. Mas se a gente quer que ele melhore, tem de dar espaço para quem estuda e quer ser um profissional gabaritado de se exercitar, experimentar. Iniciar na profissão sob a orientação de profissionais mais velhos, como eu e muitos outros iniciaram, é bom, mas é bom mesmo. Mas ter a chance de arcar com as responsabilidade ao menos uma vez na vida quando se é novo, é melhor ainda. Até porque, fazer um programa por "conta própria", não quer dizer que você tenha necessariamente de deixar de ouvir a opinião ou sugestão de alguém mais experiente, por exemplo.

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