terça-feira, 11 de novembro de 2003

Sobre a locutora que "erra no inglês"

Caros amigos da Rádio Base,

Como também sou locutor, prefiro não dizer quem é a locutora que fala os nomes de cantores/grupos e músicas errados em inglês. Pode parecer proteção, mas é uma questão de ética, e também não quero queimar meu
filme, muito menos o dela.

João Carlos Pexenim
São Paulo - SP


Está vendo, João Carlos, é por isso que a categoria de vocês está numa merda só. E isso que você faz não é "uma questão de ética" porque ética é outra uma coisa. É espírito de corpo, no pior sentido da expressão, ainda mais quando você diz que há algo errado mas não diz quem errou e o que ele errou. Se você é locutor, pior ainda, porque agindo desta forma, você lança dúvidas sobre a competência de todas as locutoras da Alpha. Ainda mais que a gente nem sabe se, o que ela fez, estava correto ou não porque nem isso você disse. Como é que a pessoa vai poder se explicar, se é que ela pretende ou acha que deve fazer isso, se você não diz quem foi, o que foi e quando foi?

E não há nada de errado você apontar em que ela está errando. Se ela for uma profissional de verdade, vai respeitar sua opinião se ela tiver procedência, talvez reconheça o erro e até capaz de te agradecer pelo "alerta". Como costuma dizer o filósofo contemporâneo Pedrinho Barreto: "Errar é humano. Persistir no erro é que é burrice".

Ah, e por que você acha que vai queimar seu filmee o dela? Só por que você procurou ser zeloso com algum aspecto do seu meio profissional? Por que a tal locutora errou durante o trabalho? Será que algum radialista, diretor ou dono de rádio nunca fez uma grande bobagem na vida, hein?

É o que gente comenta nos nossos chats. O pessoal de rádio não está costumado a ser criticado. Só a ser paparicado e acompanhado sem ser questionado. E quando são contrariados, alguns profissionais resolvem atacar a pessoa que critica, tentando desqualificá-la, em vez de debater o que é realmente importa, como foi o caso do senhor jornalista e radialista Zeca Almeida Prado. Ou fazem pior do que ele: resolvem se calar ou fingem que não ouviram para não ter que refletir sobre se o que estão fazendo é realmente certo ou errado. Mas isso não é um defeito do Zeca ou dos outros, mas sim do meio profissional em que eles foram criados. Muitas pessoas do rádio ainda agem como se vivessemos ainda na Ditadura Militar e como se não houvesse um canal de expressão como a Internet ou o MP3.

Um abraço

Nenhum comentário: