quinta-feira, 9 de outubro de 2003

Rádio América

Olá Marco e amigos da Rádio Base...

Olhando daqui de fora, me parece que as mudanças na Rádio América são de caráter muito mais comercial que artístico. A idéia tralvez seja atrair anúnciantes, digamos, mais nobres, cujos comerciais podem ser ouvidos nos intervalos das rádios Bandeirantes, CBN, Joven Pan e Eldorado. Se vai dar certo? Só o tempo vai dizer. Porém, essa guinada na programação vale por trazer de volta a figura de Roberto Maia.

Quando eu usava calças curtas, lembro que a América era a terceira colocada na audiência geral do rádio paulistano. Ficava atrás apenas da Globo e da Record (aliás, será que a mudança de filosofia ocorrida na emissora de Edir Macedo deu resultado?). A programação era estritamente musical, tocando as mais pedidas da parada de sucesso do início dos anos 80. Não havia grandes nomes comandando os seus programas. Havia algo parecido com o que vemos no FM hoje: um DJ anúniciando e desanunciando as canções. Havia espaço para programas especias, como o Clube do Rei, conhecido por tocar músicas de Roberto Carlos. A apresentação ficava a cargo de Lillian Loy. No domingo havia um outro programa chamado "Clube dos Reis", dedicado a quatro grandes vendedores de disco no mundo: o próprio Roberto Carlos, Julio Iglesias, Beatles e Rolling Stones.

Um de seus DJ que mais se destacou foi Franco Carlos, que se transferiu para a Globo alguns anos depois. Por onde será que ele anda? Outro que também teve um certo nome na grade de programação da América foi Beto Montenegro. Aliás, a América foi a primeira a investir na "programação terceirzada". Quem era responsável pela parte artística era a L&C, o mesmo grupo que é proprietário da concessão da Rádio Musical FM. Depois, os padres pualinos, donos da concessão, decidiram fazer tudo por conta própria. Com o fortalecimento do FM, não havia mais sentido numa grade eminentemente musical e passou-se a investir então no carisma de comunicadores como Paulo Barboza.

Essa mexida na América e a volta da Brasil 2000 ao rock alternativo já podem
ser consideradas as notícias mais importantes do meio rádio no ano de 2003.

Abraços
Rodney Brocanelli
São Paulo - SP

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É, Rodney, importante até a página 6, né? A Brasil 2000 finalmente se tocou e colocou as pessoas certas nos lugares certos. A América está pondo as pessoas vertas nos lugares errados.

Se nenhum gênio atrapalhar, o Kid Vinil tem tudo para recuperar a audiência cativa que a Brasil 2000 tinha antes do Lélio entrar e ainda conquistar os ouvintes mais exigentes de rock que não tinham saco para ouvir a fraca programação da concorrência e simplesmente desligaram seus receptores de FM.

No caso da América, a coisa pode ser inversa. Eles têm tudo para não conquistar o público que eles querem (AB) e ainda perder o público que eles têm. A Rádio América sempre foi uma rádio de perfil mais popular desde os tempos que era uma emissora esportiva.

E o curioso é que o Paulo Barboza tem um perfil muito mais "católico" do que a nova programação que, olhando bem, é uma cópia da Rádio Cultura AM mesclado com as chamadas jornalísticas. Para ser sincero ela ficou bem parecida com a Rádio Record Am atual. Inclusive no sinal, que pega mal em vários pontos de São Paulo, tal qual a da Cultura AM.

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