quarta-feira, 22 de outubro de 2003

Nos EUA, rádio ganha de CD e celular, no carro

Laura Mattos, da Folha de São Paulo

O rádio ainda é o acessório preferido de motoristas e passageiros de carro, levando vantagem em relação ao CD player e ao aparelho celular. A constatação foi feita por uma detalhada pesquisa norte-americana sobre os hábitos daqueles que passam horas e horas no trânsito.

Segundo o levantamento (realizado pela Arbitron e pela Edison Media Research), a audiência de rádio nos carros vem crescendo nos últimos cinco anos e hoje já representa 34% do total de ouvintes nos Estados Unidos -na Grande São Paulo, segundo o Ibope, gira em torno de 8%.

Em média, os norte-americanos passam mais de 15 horas por semana dentro de seus veículos. E o tempo de "clausura" dos dias de semana é praticamente igual ao do sábado e do domingo.

A pesquisa revelou que o rádio foi usado por 96% dos motoristas e passageiros no último mês. Desse número, 75% declarou utilizar mais o rádio do que CD e celular (lá, o celular é liberado a motoristas em algumas cidades).
Aos entrevistados foi perguntado: "Se tivesse de escolher apenas um aparelho para seu carro, qual escolheria?". Rádio foi a resposta de 69%, CD player ficou com 16% e o celular, com 8%. O veículo só perde força dentre pessoas de 12 a 24 anos. Nessa faixa, 49% escolheriam o rádio, e 34% ficariam preferencialmente com o CD.

O estudo tem um outro lado interessante: demonstra a influência do rádio nas compras feitas no caminho do trabalho para casa.

Mais de 50% dos pesquisados afirmaram fazer paradas em mercearias, lojas
de conveniência ou supermercados nesse percurso. E dois em cada cinco disseram não planejar as paradas, mas optar pela compra enquanto estão no carro. Dentre os consumidores, 48% já decidiram parar o carro a fim de comprar um produto após ouvir anúncio sobre ele no rádio.

Os homens são os que mais se decidem pelas compras de última hora na volta do trabalho para casa: 45% são adeptos dessa prática. E eles são 31% mais suscetíveis à influência da propaganda no rádio do que as mulheres.
Já são dados mais que suficientes para, no mínimo, questionar a máxima de que o horário nobre do rádio é apenas pela manhã.

Responsável pelo estudo, a Arbitron é parceira do Ibope em testes de medição de audiência. A empresa norte-americana forneceu ao instituto brasileiro um "pager" que registra as estações de rádio ouvidas por seu portador e o tempo em que ele ficou exposto a elas. O medidor ambulante de audiência está sendo testado no Brasil.


laura@folhasp.com.br

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